quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Bola parada!

A bola está parada e vazia! Escrevo essa exclamação pensando no término dos Campeonatos, mas lembro de citações esdrúxulas que envolvem injustamente a redonda boa de jogo de cintura, se cintura ela tivesse. Uma delas é o "ganhou com um gol de bola parada", muita usada geralmente para tirar o mérito do feito realizado numa cobrança de penalti, falta ou escanteio. Ora, por quê a bola foi parada e originou o gol? Certamente, o adversário parou a jogada para evitar que o gol fosse concretizado com a menina rolando. Portanto, mérito para quem o fez e teve capacidade técnica para tal, pois tem que saber fazê-lo, seja em um penalti, um escanteio ou uma falta fora da área;

E nas expressões lugares-comuns do futebol são muito usadas outras impingidas pelo formadores de opinião no universo do futebol. Cito como exemplos os inefáveis "técnico não ganha jogo' e "treinador não perde jogo". Discordo dessas premissas, pois se o professor de plantão arma e desarma o time, antes ou durante uma partida, impondo-lhe modificações que mexem no resultado para melhor ou pior, levando a equipe à vitória ou à derrota, a conclusão simples e cristalina é a de ele ganhou ou perdeu a partida usando os instrumentos à disposição, que são os jogadores;

Entretanto, a pior muleta argumentativa de todas, que não resiste a uma simples expremida cerebral é também a menor em nº de letras, a partícula apassivadora "se", risível quando empregada para dar sentido a um pensamento. É um "se o Goiás não tivesse perdido o último jogo, o Flamengo estaria rebaixado em 2010" ou um "se o Fred tivesse feito os dois gols perdidos, o Fluminense teria vencido o Flamengo por 4 a 3". Ora, pois pois, o Flamengo não foi rebaixado, em 2010, simplesmente por sido mais competente e pontuado mais que os adversários que foram para o fundo poço segundão. Só isso. E no hipotético Fla x Flu, SE o Ronaldinho tivesse feito um gol aos 43' do 2º tempo e outro aos 47', o Flamengo teria vencido por 5 a 4. Pronto, fim de conversa remetendo o malfadado SE para a lata de lixo. Quando ele entrar em campo para jogar a gente fala mais;

Como a bola está de fato parada, descansando dos bons e maus-tratos sofridos ao longo do ano em campos tupiniquins, foi dada a largada para a fase mais tediosa do futebol, a das especulações, dos leilões, da conversa fiada que quase sempre não leva a nada, ou seja, a que menos um torcedor-torcedor como eu curte, que gosta de ver a pelota rolando macia sobre a grama, domada pelos craques ou olhando nervosa, de rabo de olho, para o Willians, a quem considera com certeza um predador do bom futebol. Tivéssemos um IPF (Instituto de Proteção do Futebol) no Brasil, esse rapaz, que se torna assustador vestido com o manto sagrado, seria multado em todos as partidas antes dos 15' do 1º tempo, tal a quantidade de erros que comete.Mas ele está certo em manter e correr atrás de sua legítima ambição de jogar no Flamengo. Errado é quem o escala recorrentemente. E chego no Wanderlei Luxemburgo, a decepção do ano, a mais esperada contratação da década não disse ao que veio, com o agravante de treinar muito antes dos jogos e o time ser um bando durante os mesmos, para jogar bem nas entrevistas pós-apito final. Algo está muito errado nos preparativos, ou na emissão dos ensinamentos ou na recepção dos mesmos;

Baseado em experiências passadas, espero que o próximo ano não seja igual a este que está acabando, vide o exemplo do Abel Braga, que pagou um vexame monumental, do tamanho do Maracanã, em 2004, contra o Santo André, e terminou 2006 Campeão Mundial pelo Internacional;

Futebol não se mede com uma régua rígida, temos que usar uma francesa, de borracha, toda malemolente como o João Teimoso usado nos postos de gasolina.

SRN!