terça-feira, 13 de setembro de 2011


O bêbado subiu no ônibus lotado, parou em frente à roleta e gritou, ferozmente:
- Desse lado esquerdo só tem viado! E aqui, do lado direito só tem corno!
Alvoroço geral no ônibus, os passageiros passavam por cima dos outros partindo para cima do infame. O motorista que 'tava virado no saci, meteu o pé no freio e com o movimento brusco todos foram arremessados de volta para a frente do coletivo. Até que um negão pegou o infeliz pelo pescoço e gritou:
- Fala agora, babaca! Quem é corno? Quem é viado?
Ao que o pinguço, mansamente, respondeu:
-Agora eu já não sei mais, amigo, 'tá tudo misturado!

Moral da história...não tem. Bem que eu gostaria de dar uma moral, mas não é uma história, é uma piada. Que espero tenha tido alguma graça. Assim, como eu tenho certeza que muitos de nós gostariam de dar uma moral para o nosso time, e nosso treinador. Mas, quem um dia poderá dizer que é um time, um treinador, e não uma piada de mau gosto, por sinal.
Hoje, no Flamengo, falo por mim, já não sei quem é bom ou mau jogador, pois está tudo misturado em um esquema trôpego, marcado e falido. Sem graça, como uma piada repetida inúmeras vezes, renitentemente. Os erros do Flamengo não são gritantes, apenas, são cornetantes e recorrentes, mesmo nas vitórias conseguidas com muito custo e lances geniais de um Ronaldinho, mais carioca do que gaúcho. Assistir a um jogo do time do Flamengo, hoje, assemelha-se a assistir a um mesmo retrospecto de jogadas que não levam a lugar nenhum, exceção feita à criatividade e talento do Dentuço! Léo Moura tentando chegar à linha de fundo, e perdendo a bola? Passa, já vi! Renato Abreu ajeitando, estabanadamente, o corpo para virar o jogo quantas vezes sem necessidade, pois só serve com a esquerda? Passa, já vi! Welington, igual a um boi espalha-merda pelo gramado? Passa, já vi! Willians regendo, de ouvido, com o piano nas costas, uma banda que já foi bonde, e agora é só desarmonia no quesito conjunto? Passa, já vi!
Enfim, desculpem-me por ser tão repetitivo, mas os jogadores só estão deixando à mostra nos últimos jogos, os seus defeitos. E aí, eu acho que o treinador tem a maior parcela de culpa. Nem penso em escrever sobre complô dos atletas contra ele. Mesmo porquê, o líder negativo, no meu feeling, que é o Léo Moura, não faz corpo-mole. Ele tem corpo-mole, já nasceu pronto!
Apesar de o nosso técnico-manager não parecer ser uma pessoa descolada, vide o epsisódio fedido quando mandaram seu nariz e ouvidos à merda, através de um sonoro peido. A parada, que era para descontrair o grupo, tornou-se tensa pela recusa do Luxa, que malandro é ele, em diminuir a importância do traque. Futebol, apesar dos números nos esquemas quatro, dois, três e sei-lá-quantas, que se dissolvem no campo gramado, apesar, também, das estatísticas burras e manipuladoras proferidas por doutos empolados da mídia, não é uma Ciência Exata. Se ciência fosse, seria da área de Ciências Humanas. Lida-se com gente, e não com números às costas das camisas. Nosso último Campeonato Brasileiro foi conquistado com a fala macia, apesar da dicção meio confusa, do vitorioso Andrade. O Tromba chorava, humanizava o elenco, mexia certo com a tacada de mestre na entrada do Pet, e conduziu o time, sendo por ele conduzido à conquista do título máximo do futebol brasileiro.
O pofexô é o oposto, vaidoso ao extremo assumiu, sem ser preciso frear o bonde, mas já freando, a mistura de técnico e manager, o que não é bom para o Flamengo, no meu ponto-de-vista. Depois que Luxemburgo resolveu enveredar por esse binômio, a sua carreira como treinador sofreu um desgaste e questionamentos justificados, afetando a sua competência comprovada, em disputas anteriores. Creio que hoje, é mais manager, empreendedor, do que técnico de grupo de atletas.
O Flamengo precisa de um treinador, urgentemente, pois não deixa nada a desejar em valores individuais para qualquer outro elenco brasileiro, que tem seus pontos fracos, também.
Pra finalizar, recuso-me a falar sobre aquele espectro de atacante que assombra a minha torcida com o seu ar lânguido, e futebol bisonho, tomando através de possessão negativa as cores rubro-negras em seu ectoplasma, despertando em mim "os sentimentos mais primitivos". Vade retro!
Flamengo até morrer, falando nisso!
Amigos, é um prazer estar de volta ao convívio desta casa. Espero poder estar à altura dos colegas colunistas que nos brindam com tantos textos brilhantes, e peço permissão para puxar uma cadeira deste Buteco querido para conversarmos sobre esta paixão arrebatadora que todos temos pelo nosso Mengo! SRN!