quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Isto também é Flamengo!

O comando do Departamento de Futebol do Flamengo está acéfalo, consequência da omissão do seu titular, que permite a extrapolação de questões menores, fatos tão risíveis quanto ridículos, para a mídia sedenta de manchetes sensacionalistas, que buscam sem cerimônia a variação positiva dos gráficos de vendas de jornais, revistas e audiências em emissoras de rádio e TV;

O episódio do já famoso gás colorido em vermelho e preto, eclodido em local e hora errados, é revelador de uma situação cujo controle foi perdido, se é que em algum momento existiu ou simplesmente foi obscurecido pela campanha no futebol, até então satisfatória. Incompetência atestada não pela explosão gasosa em si, ocorrência que é facilmente resolvida in loco, com um ou dois puxões de orelha no jovem apontado como dono do equipamento humano desregulado ou, até mesmo, com o velho castigo "paga 10", muito utilizado nas casernas para encerrar defintivamente com uma leve punição um pequeno desvio de disciplina. E fim de papo, vamos em frente tratar do que realmente merece atenção;

O que salta aos olhos mais distantes e, inclusive, distraídos dessas minúcias, são as proporções a que o caso foi elevado, vazando para os setoristas que cobrem o dia a dia do clube e deles ganhando impulso desproporcional nos pasquins nossos de cada dia, pois, nem em grupo de empregados de botequins de esquina, verdadeiros pés-sujos onde o bom chopp é sorvido em espumantes goles de alegria e descontração, o assunto vazaria para além do balcão de petiscos cobertos com a velha banha mineira;

Mas no Flamengo vazam ou vazaram para o desnecesário conhecimento externo as baratas que frequentavam seus vestiários, os ratos que flanavam entre os cascalhos e entulhos encontrados no 1º passeio interno, pós-eleição, da D.Paty, assim como as goteiras do ginásio onde atletas escorregavam. Vaza tudo para a rua, para a imprensa marrom, para a torcida do clube, para a torcida arco-íris.

O vazamento de informações abunda e a moral do clube afunda num oceano de chacotas.


Uma pergunta que não cala: A quem interessa passar para o lado de fora pequenos problemas que deveriam ficar restritos ao lado de dentro, como se a centenária instituição fosse a casa da mãe Joana?

Adicione-se a esse modus-operandi flamenguista alguns insucessos no futebol, carro-chefe do clube, e está pronta para ser servida ao distinto público uma crise de consequências imprevisíveis cujo desfecho, no mais das vezes, é a defenestração do treinador e o recomeço do zero de todo um trabalho realizado. No caso atual, com direito à volta do futebol para a conturbada Gávea que, segundo um folclórico ex-técnico do clube, "é um lugar aprazível para treinar", em detrimento do CT e da inteligente opção adotada de usá-lo para lhe dar visibilidade a fim de atrair patrocínios para a sua conclusão, além de otimizar a logística em manter em operação diversas atividades simultâneas com todas as divisões, dos profissionais aos fraldinhas;

Mas, o Centro de Treinamentos que se dane, quem manda estar localizado no outro lado do mundo, a longos 30 km de distância ou 20 minutos de carro obedecendo aos eletrônicos pardais caçadores de multas? Só no Flamengo, só no Flamengo um empregado da ponta do organograma do futebol para impor onde trabalhar rotineiramente, tendo em andamento um empreendimento com 5 campos prontos e instalações provisórias dotadas de viabilidade de implantação como Vanderlei Luxemburgo mostrou e exigiu que fossem realizadas, para fugir da conturbada Gávea;

Urge, portanto, voltar a ser bem-sucedido no futebol e para isso tem que vencer seus adversários, subir uns degraus da rampa da tabela do campeonato para acalmar os ânimos no vestiário. Aí é que a porca tem torcido o rabo, talvez enfezada com as cinco formações da defesa nos últimos jogos, a incompetência do meio de campo para ditar o ritmo de jogo e com a inoperância de um ataque que há um ano não encontra a si nem a bola com um mínimo de categoria para empurrá-la para dentro do gol adversário. Sem contar a teimosia do próprio Luxa em não testar durante algumas partidas o Diego Maurício como centro-avante, levando em consideração o seu porte físico, a sua velocidade e o seu domínio de bola, características de jogador daquela posição.

O tempo vai escoando, faltam 15 partidas para o final do BR e, numericamente, a situação não é das piores em relação a 2009 quando, faltando apenas 9 rodadas, o Flamengo estava os mesmos 7 pontos de distância do então líder Palmeiras. Mantenho minhas esperanças, mas constato que acabou o diálogo para equacionar as soluções necessárias à retomada do rumo vitorioso. É preciso um choque de e do comando. Por isso sugeri, outro dia aqui no Buteco, reunir todos os jogadores com a comissão técnica a fim de lavarem a roupa suja dentro de casa, cada qual expondo o que lhe incomoda, quem e por que incomoda, se necessário com o dedo na cara, um com o dedo no nariz do outro, olho no olho como nas lutas de boxe. Depois, todos para o chuveiro, água fria é boa para esfriar cabeça quente, com os problemas discutidos, entendidos e resolvidos. E vamos para o jogo.

Se não der certo, parte-se corajosamente para uma renovação radical, a três meses do final do ano, com a promoção dos garotos ávidos para jogarem no time de cima ao lado de Felipe, Alex Silva, Maldonado, Willians, Aírton, Júnio César, Thiago Neves e Ronaldinho Gaúcho.

Formaria-se um time interessante, compremetido com a causa, conforme o montado pela companheira Leila do Flamengo, e com o qual concordo do goleiro ao meio de campo:

Felipe
Willians - Alex Silva - Aírton - Júnior César
Maldonado - Muralha - Tiago Neves - Ronaldinho (Obrigado, Leila!)
Negueba e Diego Maurício.

Com um razoável banco de reservas a ser escolhido entre R11, Angelim, Weliton e pelos demais meninos vencedores da Copa São Paulo;

E o resto? Rua, em Vargem Grande tem rua, sabiam?

SRN!