quarta-feira, 6 de abril de 2011

Calendário

"Mais chato do que bingo em igreja valendo uma caixa com 7 velas". Que me perdoem os adeptos do comportamento da moda, o politicamenente correto, gosto e curto muito o Estadual, mas esta foi a melhor expressão que encontrei para definir o atual Campeonato Carioca com 16 clubes disputado ao longo de quase 4 meses, com os 4 grandes mais os 12 clubes de "menor investimento", no dizer daqueles. Feito sob medida para levar Flamengo, Vasco, Fluminense e Botafogo às semifinais da Taça Guanabara e da Taça Rio, e dois destes ao final da competição, uma simples possibilidade nem sempre usufruída pelos grandes clubes do Rio de Janeiro.

Creio que 10 clubes participantes no campeonato estaria de bom tamanho para a chatice que proporciona a grande maioria das peladas disputadas que, atualmente, não fossem os patrocinadores e a televisão, levaria os clubes a uma inevitável falência. Para citar um exemplo, há duas semanas o Flamengo passou o tempo deslocando a sua gigantesca e milionária estrutura de um lado para outro a fim de jogar em Macaé, cidade de origem do meu velho pai e queridas recordações de minha infância, contra, se não me engano, a Cabofriense para......2800 torcedores. Nem no interior do estado, onde a partida, a princípio, seria um baita evento por sua raridade, conseguiu-se motivar a galera nativa.

Como dizem os garotos, fala sério, não é mesmo? Os dirigentes do futebol brasileiro descobriram a fórmula do fracasso e se deram conta disso, tenho certeza, pois preferem capitalizar politicamente esse ativo chamado futebol. Que se danem os clubes, também devem pensar seus responsáveis, o negócio é política, as próximas eleições e o próximo gabinete em Brasília.

Com 10 clubes, sendo 6 pequenos para proporcionar a necessária e saudável renovação com o surgimento de novas agremiações no cenário regional e, quem sabe, fazendo uma alavancagem para o nacional ao longo das décadas, conforme exemplos do Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Resende e Boa Vista, e consequente rebaixamento do Bonsucesso, São Cristovão, Campo Grande (ainda existe?) e Goitacás, lembrando levemente o caráter seletivo da Teoria da Evolução elaborada e desenvolvida por Darwin, o certame poderia ser composto por dois grupos de cinco clubes cada um, mantendo-se a fórmula atual.

Reservando-se janeiro para a pré-temporada, fevereiro e março comportariam nove jogos para cada time mais as partidas das semis e das finais da Taças GB e Rio, e para a finalíssima, para os que chegassem lá. Considerando os fins de semanas e as quartas-feiras, seriam 15 ou 16 datas disponíveis para manter acesa a alegre luz do Torneio da Província, como costuma dizer um amigo meu.

E o que fazer com o mês de abril? Simples, meu caro Watson: começar o Campeonato Brasileiro e queimar, com folga e melhor preparação , a gordura poupada para as disputas da Libertadores e a Sul-Americana, sendo esta muitas vezes largada de mão pelos clubes apertados no Brasileirão, ou seja, investir mais tempo no que realmente importa para ser feliz em nível internacional.

SRN!