quarta-feira, 9 de março de 2011

Umas e outras pós-carnaval

Wanderlei Luxemburgo agiu com inteligência e perspicácia ao liberar, publicamente, para curtirem a folia os jogadores do Flamengo, o que na prática jamais foi proibido durante o carnaval, nem em tempos de disputas de semifinal da Taça Gunabara. Com uma paulada apenas, matou na origem possíveis conflitos, intrigas e fofocas para nublar o céu de brigadeiro no qual navega com o elenco.

O treinador, também, acertou no mérito, embora tenha errado na forma, ao punir o atacante Diego Maurício, que ainda não tirou a fantasia para voltar à realidade desde que retornou de sua bem-sucedida passagem pela seleção brasileira sub-20. Punir o jogador por ter calçado o salto alto e relaxado em seus compromissos com o clube, até aí tudo bem, porém, levar o Flamengo no mesmo barco, privando-o do atleta em um jogo oficial é, no mínimo, discutível. Sou favorável a mexer na parte mais sensível da vestimenta do profissional, o seu bolso, com uma multa justa e proporcional aos erros cometidos, com a preservação dos interessses do clube dentro de campo, que não pode ser prejudicado duas vezes pelo mesmo vacilo do jogador por ter se atrasado para um treino previamente programado, e outra por sua ausência na partida em virtude da punição.

Com o alegre Momo dando um "até breve, pelo menos no calendário, o Flamengo encara o Bangu, amanhã, em jogo valendo pela 2ª rodada da Taça Rio. Das partidas contra os pequenos no Estadual, essa é a que sempre mais me deixa preocupado, mesmo quando não existe um fator atual ou extraordinário para tal. Trauma dos tempos de garoto, quando numa decisão do Campeonato Estudual de 1966 levei tres sapatadas na cabeça que me fizeram sair tonto do Maracanã. Aquele fantástico time de Moça Bonita, de Paulo Borges, Parada, Aladim e Bianchinni, entre outros notáveis, jamais reproduzido, só foi parado na truculência de Almir, o pernambuquinho, e Jaime, o gladiador, que aos socos e pontapés armaram um conflito poucas vezes vistos no estádio e que levou a decisão ser interrompida antes que o Flamengo tomasse o quarto, o quinto, o sexto gol,...e voltasse para a Gávea com uma goleada histórica no currículo. O tempo passou, o Flamengo conquistou o mundo, o Bangu se apequenou até reaparecer para a gente em 1995, empatando um jogo em que perdia por 2 a 0 e cujos desdobramentos levou o fácil título carioca para as Laranjeiras.

Por coincidência, o treinador de 16 anos atrás é o mesmo do próximo confronto em que uma vitória será muito importante no caminho da conquista do Estadual deste ano.

SRN!