quinta-feira, 31 de março de 2011

The Perfect Storm

Bon Giorno, Buteco! Alguém aí já ouviu falar da "Tempestade Perfeita" ou "The Perfect Storm"? Trata-se de um raríssimo evento, cuja ocorrência é estimada em uma vez a cada século, no qual o pior furacão possível e imaginável atinge a mais vulnerável e propícia área, causando o maior estrago possível. É a catástrofe se unindo ao desastre; a destruição se somando ao cataclisma. A última vez em que se teve notícia, gerando ondas do tamanho de prédios de dez andares (!) e ventos de mais de 300 Km/h, ocorreu na Costa Leste dos Estados Unidos em 1991, num evento de tamanha dramaticidade que levou à produção de um filme com o mesmo nome, aqui no Brasil conhecido como "Mar em Fúria", estrelado por George Clooney, que interpretou Bill Tyne, capitão do barco Andrea Gail, afundado pelos efeitos da tempestade. No filme, o capitão toma a decisão errada e, em busca da retomada dos dias vitoriosos de outrora na pesca, decide se dirigir com a tripulação a um local distante, chamado "The Flemish Cap", ignorando, todavia, os avisos de que uma grande tempestade se formava...

Bem, e o que isso tem a ver com o Flamengo? Eu sinceramente acredito que, quando, há 99 (noventa e nove) anos atrás, resolveram "oficializar" o Departamento de Futebol do Flamengo, que informalmente (sem previsão estatutária) já existia (afinal, há registro de partidas do clube em anos anteriores à criação oficial), talvez até sem compreenderem a dimensão de seu ato, os heróis abriram as portas para que uma verdadeira força da natureza pudesse se manifestar nesse plano de existência - o Clube de Regatas do Flamengo. A partir de então, passou a existir uma tremenda força da natureza, a qual ninguém pode se dizer indiferente.

Quando essa força da natureza canaliza períodos vencedores, de conquista de títulos, a alegria é esfusiante, a ponto de asfixiar os adversários e causar enorme comoção, afinal de contas, estamos falando da maior torcida do mundo; mas nas derrotas ocorre o inverso, pois todos querem se vingar da maioria, sentimento natural na seara desportiva, tanto mais quando se fala em futebol, campo aberto para as paixões aflorarem.

Bem, mas se eu ia dizendo que, quando se trata de Flamengo, tudo ganha amplificação extrema, às vezes até exagerada, não menos verdade é que há situações em que tudo isso chega ao limite, a um "tudo ou nada", no qual a derrota poderá ser comparada a uma "Perfect Storm".

O mais curioso é que, em 1995, ano do centenário do clube, tivemos a nossa última tempestade perfeita, e com o Luxemburgo no comando do time. Tal qual em 2011, um ex-melhor jogador do mundo recém contratado; aliás, no ano anterior havia se sagrado campeão do mundo sendo o melhor jogador da Copa. E todos lembram do cataclisma. Melhor seguir adiante.

Esse ano temos incríveis coincidências com 1995, porém deixo claro que não sou pessimista nem acredito em cataclismas anunciados - não acho, por exemplo, que o mundo acabará em 2012... As coincidências, porém, existem, e são o técnico, um centenário, como bem me lembrou outro dia o Patrick (centenário do futebol do clube); um ex-melhor jogador do mundo, ao meu ver ainda o mais famoso; o time na final do estadual como favorito e indo bem na Copa do Brasil. E pode até haver outras das quais não me recordo ou não me dei conta.

Acredito, contudo, que o Flamengo não seja o Andrea Gail nem o Titanic e que não naufragará; acredito, também, que o nosso capitão não será teimoso como o Bill Tyne e não insistirá em ideias suicidas quando ver e for alertado de que a grande tempestade está se formndo no horizonte e que com o atual curso de navegação terá fatalmente que enfrentá-la, sendo melhor, mais prudente, recuar em certos dogmas e adotar a simplicidade para ter perenidade no cargo e vencer.

Dou aqui então os meus pitacos ao Capitão Luxemburgo para que não volte a ser o Luxemburgo de 1995 nem o Bill Tyne de 1991 e o Flamengo não seja naufragado por uma "Perfect Storm":

- Diego Maurício: escale o melhor atacante, disparado, entre todos os outros que hoje você tem a sua disposição. O rapaz foi bem na seleção de juniores. Os outros atacantes de ponta da mesma seleção estão brilhando já na principal e você colocando o rapaz no banco para jogadores medianos por razões insondáveis. Para piorar tudo, sua decisão de não aceitar a volta do Imperador (a qual não quero aqui questionar ou discutir) causa inegável ansiedade e desagrada sensível parte da torcida. Então, Capitão, a sua teimosia está apenas piorando as coisas. Abra os olhos, Capitão, porque o tamanho das ondas está aumentando!


- Renato Abreu: tá bom. Foi titular com não sei quantos técnicos. Agora digam-me, fora o título médio de campeão da Copa do Brasil de 2006, ou seja, cinco anos atrás, quando ainda tinha gás pelo menos para marcar, se recuado fosse para volante, qual foi o título importante que ele conquistou? É jogador de fuga de rebaixamento, pois não tem nível técnico para comandar meio campo algum. Bate bem pênaltis e faltas a meia distância, mas hoje nem para isso há espaço no time. Não acerta um passe. Não consegue mais marcar. Não tem fôlego para jogar na lateral. Abra os olhos, Capitão, porque a embarcação está fazendo água...


- Lateral esquerda: em algum lugar do Brasil há um lateral esquerdo melhor do que o Angelim improvisado, o ser que se convencionou chamar de Egídio e aquilo que foi batizado como Rodrigo Alvim. Capitão, meu Manager, o senhor, que encontrou os bons reservas Vander e Wanderley, faça-me o favor...

- Renato Abreu e Willians na armação: o pior de utilizar o Renato Abreu não é nem a miríade de aspectos negativos que eu acabei de citar, mas é colocá-lo para armar o jogo ao lado do Willians. Cansei de escrever aqui, e vou repetir novamente, que o Ronaldinho Gaúcho só será bem aproveitado acaso jogue ao lado de companheiros, incluindo volantes, principalmente volantes, que joguem verticalmente, em velocidade e não errem passes, independentemente do esquema tático pelo qual se opte. Cuidado, Capitão, porque o senhor acabou de pescar um tubarão e, diz a superstição, isso dá azar...

- Bottinelli: pior do que Renato Abreu e Willians a armação é ver o Bottinelli no banco para eles nessa função. Capitão, daqui em diante siga sozinho porque o que meu recado eu já dei...

Nossa Senhora dos Navegantes, Rogai por Nós!



Bom dia e SRN a todos!