quarta-feira, 30 de março de 2011

Bye bye bom 1º trimestre

O tempo, inexorável em seu caminhar como bem nos lembrou o já lendário Cazuza em seu famoso "O tempo não pára", passou a régua no 1º trimestre deste ano rápido como o vento, levando consigo pra longe a espuma do efeito Imperador e deixou o Flamengo bem na fita, com a auto-estima elevada por não se submeter à condição de refém de um jogador de temperamento instável, que vai embora a hora que quer e pensa em voltar quando quiser, exatamente como agem os meninos mimados que pensam ser os donos do mundo. Pobres ricos moços!

Dentro de campo, na Copa do Brasil, atalho generoso para a Libertadores, hoje era dia do segundo jogo contra o Fortaleza mas, de acordo com o regulamento da competição, fomos dispensados dessa tarefa por ter sapecado um belíssimo 3 a 0 no tricolor cearense, na paradisíaca Fortaleza, um dos paraísos do Nordeste brasileiro (quem não o conhece vá enquanto é tempo, a mãe natureza está brava). E assim, estamos placidamente aguardando o adversário das oitavas, o Guarani ou o Horizontino, que se digladiam nesta noite após o empate de 1 a 1, no jogo de ida.

No Campeonato Carioca, que considero a extensão da pré-temporada e não leva a lugar algum, embora seja importante ganhá-lo pelas rivalidade e repercussão envolvidas, segue o Flamengo já classificado de antemão para as finais, com grandes possibilidades do arco-íris ser dispensado de comparecer à festa caso a Taça Rio tome o bom caminho da Gávea, o que também não será difícil de acontecer. As expectativas são boas.

Convenhamos que o time ainda não está rodando azeitado, há críticas bem fundamentadas quanto ao desempenho de todos os setores, da defesa ao ataque, já que três meses não foram suficientes para o Luxemburgo dar uma resposta satisfatória quanto aos titulares em algumas posições e controvérsias é o que há quanto aos quesitos conjunto e evolução, apesar da preparação incomum a que têm sido submetidos os profissionais do clube nesta primeira parte do ano, fato pouco frequente pelas bandas da Gávea.

Alguns alegam que a razão para os resultados incompatíveis com o ritmo dos trabalhos desenvolvidos no CT está no fato do o atual treinador ser um profissional desatualizado e decadente. Confesso que desconheço os critérios para classificar como decadente um técnico de futebol. Supondo que amanhã venham para o clube os jogadores Newmar, Lucas, Lúcio, Thiago Silva e Kaká para se juntarem a Felipe, Leo Moura, Ronaldinho Gaúcho e Thiago Neves. Nessa viagem, fazendo de conta que o Flamengo ganhe do carioca ao Mundial de clubes cinco vezes seguidas, cada um, Luxemburgo ainda será um treinador decadente mesmo sem ter frequentado 10 minutos de aulas de aperfeiçoamento sobre o futebol ou sem ter feito um estágio de uns 2 meses no Barcelona, o time da moda? E se esse "timinho" for entregue nas mãos do Mr Rocco, teremos um resnascido e atualízadíssimo Cláudio Coutinho no comando do Flamengo? É complicada essa tese de técnico decadente.

Calma aí, gente, muita calma nessa hora porque futebol também é feito de resultados, a partir deles o sujeito é genial ou bestial, que o diga o truculento Dunga, que se sustentou três anos na cadeira de treinador da badalada seleção brasileira enquanto a bola entrava (by D. Paty), e bastou uma Copa do Mundo para dela ser ejetado como um piloto de caça em chamas, e ninguém fala mais dele.

Vanderlei Luxemburgo pode não ser o último bombom da caixa (o good good dos meus amigos desnorteados em Fort Lauderdale), mas não é bobo tampouco burro, vamos combinar, trabalha muito lembrando, às vezes, o Bernardinho do volei, também é um obstinado por preparação a tal ponto de, no jogo com a Cabofriense, ter conseguido arrancar do Willians uma virada de jogo que, se o companheiro do Flamengo ficasse parado, a bola bateria nele, tamanha a precisão do passe. Isso não cai do céu em se tratando desse volante roubador de bolas por excelência. É treinamento, é aplicação, a mesma que fez do R11 ter marcado 53 gols pelo Flamengo. Aliás, os controversos volantes não atuaram contra o Madureira e a proteção à defesa por todos os lados fez água.

"E agora José? Perguntaria Carlos Drumond de Andrade, que nem sei se tinha feito a inteligente opção de torcer pelo Flamengo, mas se não fez, deveria ter feito.

SRN!