terça-feira, 29 de março de 2011

Antes tarde do que nunca...

Amigos do Buteco, boa noite! Antes de tudo, as minhas desculpas - muita tribulação nestes dois dias me impediram de estar presente nos comentários (o que é ruim) e de postar uma coluna hoje cedo (o que é péssimo). Menos mal que o post de ontem do Patrick rendeu bastante para estes dois dias, não é mesmo?

Eu não vou muito a estádios, mas quando vou gosto de apoiar e não de vaiar. Assim como não gosto de pegar em pé de jogador. Acho que a única vaia justificada no meio de um jogo, além de casos pontuais como o do Bruno, é na hora que um treinador faz uma substituição bizarra, como tirar um atacante e botar um zagueiro pra segurar um resultado medíocre contra um time pequeno, ou substituir um cara que está arrebentando na partida. Mas a vaia, nesse caso, é o único recurso de discordância da torcida naquele momento em que é pega de surpresa.

Aproveitando o gancho dos comentários sobre as torcidas, então... Particularmente sou contra as grandes torcidas organizadas. Acho que elas trazem mais mal do que bem para os clubes e, principalmente, para quem gosta de ir ao estádio apenas para curtir seu time. Eu vou pouco aos jogos, mas posso afirmar sem medo de errar: iria muito mais se não existissem as torcidas organizadas. Nos anos 90, quando eu era adolescente, era uma loucura pensar em assistir um jogo entre Vasco x Flamengo, pois sempre tinha muita porradaria e morte, e por aí vai. Eu não morava no Rio na época, sou de Petrópolis (outro motivo de eu não ir aos estádios desde garoto), mas a impressão que ficava era que o risco de assistir um jogo ao vivo, no Maraca, era extremamente alto. E isso é muito triste, pois meu pai (que também é de Petrópolis) vinha com frequência ao Maraca, de ônibus, e não passava por esses problemas na mesma proporção. É óbvio que nos anos 70 e 80 também havia alguma confusão, mas os anos 90 sem dúvida foram os piores neste aspecto (justamente a década da consolidação e crescimento das facções organizadas).

Se fosse só isso o problema causado, até estaria sob um razoável controle - pois basta o poder público fazer seu papel e prover segurança e policiamento para quem quer assistir os jogos, tirar os criminosos do convívio nos estádios. A Europa nos provou de que isso é possível, basta ver os exemplos dos hooligans ingleses. E com o avanço da tecnologia (câmeras nos estádios, internet, telefonia, etc) esse tipo de controle da segurança ficou ainda mais fácil.

Só que o poder das facções organizadas é maior que isso e muito mais nefasto. Elas são instrumentos políticos para o interesse de aproveitadores do Mengão. Fulano e Beltrano utilizam as torcidas para pressionar a diretoria, queimar jogadores (ou louvá-los), demitir técnico, etc. Enfim, a manipulação da massa sempre foi utilizada pelos poderosos, pelos políticos, pela mídia. E num time que tem a maior torcida do mundo, maior que a população de muitos países, não seria diferente. O tamanho da torcida do Flamengo é seu maior trunfo e também a sua maior fraqueza, dependendo da forma como ela interage ou é manipulada.

(Nesse ponto, mais do que nunca ficam válidas as sábias palavras do Mitchell de que o Flamengo só perde pra si mesmo).

Mas há uma luz no fim desse túnel. Até algum tempo atrás, apenas meios de comunicação de massa conseguiam manipulações em larga escala, o que dava poder a jornalistas e repórteres de defenderem seus interesses ou de outrem. Hoje, com o avanço da internet e das redes sociais, temos condições de unir a parte da torcida - a maior, tenho certeza - em torno da bandeira de defesa da Instituição Flamengo, dos verdadeiros interesses de crescimento e conquistas ao invés de beneficiar pessoas e sanguessugas que deturpam e prejudicam o CRF em causa própria.

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Vagner Love - das duas, uma: ou vem, ou não...

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Abraços a todos,

Fraga