quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O Flamengo verga mas não quebra!


Este ano, o Flamengo teve quatro treinadores a saber: Andrade, Rogério Lourenço(?), Silas(?)e Vanderley Luxemburgo, e não fez quatro jogos de encher os olhos do torcedor, daqueles que o fazem sair do estádio com a alma lavada e enxaguada no caminho de volta pra casa ou no rumo do buteco mais próximo para tomar uma cerveja gelada com os amigos. Adicionei uma interrogação após os nomes dos estagiários porque, confesso, não sei o que eles são no mundo do futebol além de especialistas em me fazer passar vergonha. Lá em cima os relacionei como treinadores, aqui como estagiários, talvez lá embaixo...não sei o que os meus neurônios vão sugerir escrever.

Com Andrade, no início do ano, que coincidiu com o começo da gestão de D. Paty, a Gávea se tornou uma torre de babel, ninguém se entendia com ninguém, os jogadores mandavam e desmandavam no clube, embalados pela conquista do Hexacampeonato, e a bagunça deixou a sua comanda com a conta representada por nem participar das finais do Estadual, sucessivos vexames na Libertadores e um rabicho nas sete primeiras rodadas do Brasileirão.

A Copa do Mundo deu a sua cara, quase quarenta dias foram desperdiçados naquilo que deveria ser aproveitado como mais uma pré-temporada e Zico Assumiu para remodelar geral. Chegou com força o Galo, manteve equivocadamente o estagiário alfa no cargo, no qual devia estar aprendendo o que é ser técnico de futebol, depois o despachou tardiamente e trouxe o Silas, a cereja do bolo malfeito, com todos os ingredientes para arrastar o maior clube do Brasil para a 2ª Divisão (Eita ano que não acaba, Patrick!). Silas também foi escorraçado por péssimo aproveitamento, o milagre que pensaram que ele faria não aconteceu. Zico pediu demissão em virtude do affair com o capitão Léo e D. Paty contratou, até que enfim!, um treinador de futebol com capacidade provada e comprovada para comandar o Flamengo e...o programa, mais uma vez, não rodou como a torcida esperava.

Há diferenciais no trabalho de Luxemburgo como a imposição de uma forte liderança do grupo, foco em treinamentos em tempos integrais, preparação individual de jogadores nos fundamentos, passe por exemplo, no caso do Willians, posicionamento em rebotes ofensivos e defensivos, cobrança de escanteios lá e cá, e uma melhora considerável no condicionamento físico do elenco, agora sob a orientação do competente Antonio Melo, o que proporcionou ao time manter a pegada durante os jogos, não "morrendo" no início do 2º tempo, fato que pouca gente evidencia ou percebeu.

Mas o time não deslancha, não encaixa para citar um termo da moda dos boleiros e comentaristas, nem contra o fraquinho Guarani de Campinas conseguiu jogar bem, embora o resultado tenha deixado a torcida feliz. Valeram os três pontos obtidos, no caso.E já estamos, novamente, dentro de uma semana de treinamentos intensivos, VL é obssessivo e não para, nem ele nem o tempo e domingo já está a caminho com o Cruzeiro pela frente, em Volta Redonda cuja torcida de futebol deve gostar mais de aço do que de bola, de tanto que deixam o estádio vazio. Confesso que estava mais preocupado com o favoritismo do Flamengo no jogo com o Guarani do que com a vantagem técnica do Cruzeiro, pois é nesses jogos que o time se supera, senão no talento, mas na garra e emoção, as quais valem muito nessas horas de sufoco.

Vamos vencer o Cruzeiro para começar os trabalhos de 2011, que incluem uma radical transformação no elenco associada a uma pré-temporada, em Atibaia, nas mãos de quem conhece o assunto: Luxemburgo, Antonio Melo e o fisiologista Figueiredo, com as indispensáveis seriedade e aplicação para fazer do torcedor um parceiro confiante como nos bons tempos, que estarão de volta.

SRN!