quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Hora de apagar o fogo!

Mais um ano se passou, os erros foram acumulados e repetidos pela direção do Flamengo e lá estamos nós, novamente, flertando com a zona do inferno segundão do Campeonato Brasileiro, para delírio e deleite do arco-íris, frequentador emérito e de carteirinha assinada daquele lamaçal.

Como não acredito em rebaixamento do Flamengo, sábado é o dia da redenção, no Engenhão, contra o Guarani, onde todas as forças rubro-negras se encontrarão para mudar o rumo dessa história de terror escrita por maus atores, neste ano de 2010, "o ano que não acaba", segundo o companheiro Patrick, quando o que tinha que ser feito de errado, não deixou de ser realizado em seus mínimos detalhes com pormenores e requintes de crueldade com o clube e com a torcida rubro-negra.

Como não acho que seja o momento adequado de caçar as bruxas, jogando mais lenha na fogueira, olhar para trás e detonar os malfeitos, que são muitos e aos borbotões, miro no jogo que temos que ganhar, de qualquer maneira, com o que há de disponível nesse elenco montado aos solavancos para disputar a competição mais importante do país, paradoxalmente vencida pelo Flamengo há menos de um ano e cujo time foi desmontado sem que fossem recolhidos os ensinamentos deixados e espalhados à disposição dos responsáveis pelo futebol do clube.

Não há alternativa para os jogadores do Flamengo que não a de saírem para o jogo motivados para uma decisão de campeonato, encurralar o adversário em seu próprio campo e fazer os gols que garantam um mínimo de tranquilidade necessária ao time para administrar a partida até o seu final.

Sob o comando de Vanderlei Luxemburgo, o time tem treinado como nunca o fez no passado. Segunda-feira, feriado da República, os jogadores já estavam ralando para o jogo do próximo sábado e, ontem, a chapa esquentou como se fossemos disputar uma final de Copa do Mundo. Se passar do verbo a ação é um dos principais problemas dos nossos políticos, passar do treino para o jogo tem sido o calcanhar de Aquilles do nosso treinador. Alguns argumentam que a pressão imposta pela má colocação na tabela a que estão submetidos os jogadores, durante uma partida, é a causa da dificuldade de colocar em prática o que foi exaustivamente repetido durante a preparação da equipe. Ora, no Flamengo isso não existe, principalmente por ter um elenco "cascudo". O que há de fato, com certeza, é o talento com validade vencida de boa parte do time, gente que já deu o que tinha que dar e ainda é titular nessa equipe de idade avançada para suportar o tranco de um campeonato longo das dimensões do BR. A consequência é treinar muito e competir pouco na hora da verdade, chegando atrasado nas bolas divididas, errando passes de 10 metros durante o jogo e se irritando ao constatar que o que foi elaborado e lapidado ao longo da semana não é possível viabilizar em alto rendimento, em virtude de as pernas não mais obedecerem ao cérebro como em temporadas passadas.

Porém, também não é o momento de se dedicar a avaliações dos porquês. É hora de fazer acontecer o que tem que ser feito e estamos atrasados na missão. Creio que a torcida tem que chegar junto, lotar o Engenhão, levar o Flamengo à vitória afastando-o da ZR para respirar fundo e terminar disputando os seis pontos restantes.

Enfim,depois, é recomeçar do zero como manda o que restou de inteligência na Gávea e só pode ser através de Vanderlei Luxemburgo, que está há anos-luz à frente dos estagiários que o Flamengo insiste em transformar em técnicos de futebol, como se o clube fosse um laboratório preparado para tal.

Que vença o melhor ou até mesmo o pior, desde que seja o Flamengo.

SRN!