Bom dia, amigos do Buteco! Estava aqui pensando nesse período da Copa do Mundo/2010 e a calmaria, talvez enfadonha, que ela trouxe para nós, aficcionados pelo rubro-negro carioca.
Daqui a uma semana terei eu a (inglória?) tarefa de falar sobre o jogo de quarta-feira que vem, o primeiro post sobre a volta do campeonato brasileiro. Não nego que me dá aflição pensar na escalação para um clássico no qual o time novo, ao menos no setor ofensivo. O que esperar desse time para os próximos quatro ou cinco jogos, que antecederão a abertura da “janela europeia”?
Bem, isso me lembra do excelente post do Patrick publicado na última segunda-feira e as possibilidades que o Rogério Lourenço tem para escalar o time. Particularmente, creio que faltará coragem a ele para ousar tanto, especialmente para escalar dois volantes mais técnicos, tal como fez o técnico alemão nessa Copa.
De qualquer modo, o que gostaria de acrescentar, nesse ponto, é que, mesmo não havendo tanta ousadia, talvez uma solução menos ousada possa servir para o Flamengo. Digo isso porque uma das características do esquema proposto não só muito me agrada, como tem sido uma marca dos times do Flamengo que conquistaram a maior parte dos seis títulos brasileiros.
Refiro-me aos esquemas com um atacante apenas de ofício e dois meias que caem pelas pontas para atacar e para defender. Eu gosto demais desse modelo porque ele pode servir tanto para times extremamente talentosos, como para outros mais limitados. E a história dos nossos títulos brasileiros mostra isso.
O esquema do título de 1982, último daquela formação maravilhosa do campeonato mundial de 1981, representa o que há de mais sofisticado nesse modelo: um só volante (Andrade), dois pontas-de-lança (Zico e Adílio) e dois meias ofensivos que voltavam para marcar (Tita e Lico). É claro que, pela excepcional qualidade dos jogadores, eles trocavam de posição várias vezes durante as partidas, até porque jogavam juntos há muito tempo. A Espanha dessa Copa lembra muito aquele time.
Os esquemas dos títulos de 1992 e 2010 mostram que o modelo também pode ser eficiente em times de menor potencial técnico. Em 1992, a exemplo de 1982, havia um só volante (Uidemar), a frente do qual havia dois meias, um genial (Júnior) e outro (Zinho), que, à época, viveu a única fase brilhante de sua carreira, como protagonista (depois desse título, transferindo-se para o Palmeiras, abraçou definitivamente a carreira de coadjuvante até se tornar uma enceradeira modorrenta). O esforçado, porém limitado Nélio fazia o lado esquerdo e Paulo Nunes e Júlio César “Imperador”, e às vezes Marcelinho Carioca, disputavam o lado direito, em ambos os casos voltando para marcar, auxiliando os laterais. Gaúcho era o único atacante fixo.
Em 2010 havia dois volantes, Aírton e Maldonado, Zé Roberto na esquerda e Willians, volante de origem, atuando na ponta direita, ambos voltando para marcar. Petkovic era o terceiro homem do meio e Adriano o único atacante fixo.
Observem, então, que se trata de variações menos ousadas e criativas do que o esquema alemão dessa copa, que conta com dois volantes muito ofensivos e técnicos, com um meia à frente, além de dois atacantes (ou meias) abertos pelas pontas, mas que voltam para marcar auxiliando os laterais, havendo apenas um atacante de ofício, fixo na frente.
No elenco atual do Flamengo, creio que o lado direito possa ser tranquilamente feito pelo chileno Fierro, enquanto o esquerdo conta com opções interessantes como o Renato Abreu (que aliás tem como característica positiva o excelente cruzamento) ou outra mais ofensiva como o Vinícus Pacheco (no caso do Pacheco, foi a única função que vi até hoje na qual consegue se produtivo). Volantes mais técnicos temos Maldonado (espero que renove), Correa e Kleberson, além do Rômulo e do Willians, mais de pegada.
Então, ainda que o Rogério Lourenço não consiga ser tão ousado como gostaríamos, pode usar um desenho tático que tenha jogadores não tão brilhantes, mas que sem dúvida tem história e bons fluídos, vocês não acham?
Curtinhas
1) se for para ficar com estagiário, que fiquemos com o nosso; nada de Professor Astromar ou de Salomão Kane, o Puritano.
2) Viva a seleção da Espanha e parabéns à Lívia, por adivinhar logo no início da Copa a final!
3) Não consigo falar da situação do goleiro. Perdoem-me, mas os fatos são muito macabros e desumanos, sendo inacreditável que um ídolo da maior torcida do mundo seja o mandante de tanta sordidez e crueldade.
4) Atrizes pornôs, prostitutas e pessoas sem caráter têm direito à vida. Isso não se faz!
5) Rogério, o Kleberson e o Fierro, considerando o nível do futebol brasileiro atual e do elenco do Flamengo, não podem ser reservas.
6) Ronaldinho Gaúcho: o Flamengo está atrás de um profissional ou de um baladeiro que ocasionalmente quer jogar futebol? Sou fã do dentuço, mas convenhamos: não dá para repetir as “Chatubas' Tales”!
7) Zicão, traga o Dida. Precisamos de goleiro!
8) Há alguma palavra no dicionário para definir o Angelim cabeludo?
9) Pelo jeito, o Zico está desagradando muita gente. A Nação tem que estar unida nesse momento, em torno do nosso líder!
10) Força Victor!
Bom dia e SRN a todos!
