quarta-feira, 7 de julho de 2010

Para o Brasil, Copa de um jogo de verdade

A Copa de 2010 parte para o definitivo adeus sem levar um mínimo de saudades da seleção brasileira, o time do Dunga, demitido poucas horas depois de retornar ao solo pátrio através de uma nota breve e seca emitida pela CBF, sem agradecimentos pelos serviços prestados, que recolocou em seu devido lugar o truculento aprendiz de treinador de futebol. Por sua vez, o estagiário defenestrado divulgou uma carta na qual agradece a direção daquela entidade o presente recebido após o finado torneio realizado na Alemanha.

Perguntas ficam no ar sem respostas satisfatórias como aquela sobre o que levou a CBF a contratar para treinar e comandar o time de todos nós um ex-jogador medíocre, inexperiente para o cargo e com zero hora na função, a exemplo do já fizera anteriormente com um dos maiores volantes do futebol brasileiro de todos os tempos, o catarinense Falcão, embora este, justiça seja feita, esbanjasse categoria tanto fora como dentro de campo, porém tão inocente no banco de técnico quanto aquele.

Que há, em todas as atividades, os eternos reinventores da roda, disso ninguém duvida, mas o Brasil prima pela reincidência, insiste em levar paulada na cabeça como o Adriano do mesmo jeito pune-se a cada gol perdido com cascudos no cocuruto. Num país que tem a sua disposição treinadores do porte de Muricy, Mano Menezes, Felipão, entre outros menos cotados, o que faz a CBF decolar para um Mundial, evento mais relevante do futebol no planeta, com um aprendiz na boca do túnel de sua seleção? A escolha do Falcão sempre acreditei ter sido em função do sucesso obtido pelo kaiser Franz Beckenbauer à frente do selecionado alemão à epoca, mas a do Dunga é um mistério a ser decifrado nos próximos anos. Tenho muitos "talvez" para tentar explicar o porquê aos mais jovens no futuro. Um deles, a provável tentativa de aplicar 180 graus em tudo o que foi feito na preparação e durante a Copa de 2006, na qual o time de Parreira também fracasou sob os auspícios da permitida bagunça mas, por ironia do destino, ainda ficou com melhor classificação do que o comportado elenco atual, que voltou para casa amargando um vergonhoso 6º lugar, depois de aterrisar na Àfrica do Sul como um dos favoritos ao título.

Para o Brasil, a Copa começou e terminou nas quartas de final, sexta-feira, 02 de julho de 2010, já que a 1ª fase foi uma extensão aberta dos treinamentos secretos, de onde nunca aparece uma novidade que justifique o fechamento dos portões. O único jogo que poderia mexer com os corações não passou de um amistoso para definir quem seria o 1º colocado do grupo e terminou naquele sonolento 0 a 0. As oitavas foi um tour sobre o combalido Chile, o mesmo que levou vinte e tantos gols em alguns jogos com os brasileiros. Veio, então, a partida com a Holanda para, afinal, dar o pontapé inicial na competição, que se tornou o chute final e a precoce eliminação, o que não surpreendeu a ninguém que enxerga o futebol com um mínimo de capacidade crítica.

A bola pune e os deuses ratificam a punição. O presidente Ricardo Teixeira nomeou o Dunga. Este convocou Felipe Melo,Grafite e cia. Pronto, eis o bolo montado para o fracasso anunciado. E o protótipo de treinador ainda afirma que deixou um legado para o futuro. Está bem, vamos combinar que sim, admito que deixou um baú cheio de exemplos do que não fazer para ganhar uma Copa do Mundo. Não deixa de ser alguma coisa para quem irá assumir com a missão de formar um time capaz de ganhar e encantar em 2014, dentro de casa.