quarta-feira, 12 de maio de 2010

O Flamengo de Patrícia Amorim II - A Missão





O Flamengo de Patrícia Amorim chega com atraso ao estádio num dos jogos mais importantes das duas últimas décadas. O jogo foi disputado no Maracanã, Rio de Janeiro, onde o Clube de Regatas Flamengo é sediado. O adversário, que veio de Santiago do Chile, distante mais de três mil quilômetros da capital carioca, chegou primeiro ao estádio.


Se a administração da Patrícia Amorim pretendesse ser realmente profisisonal e séria, deveria extirpar do cargo do responsável pela logística da chegada do Flamengo ao Maracanã.


O atraso prejudicou visivelmente a preparação para o jogo. É evidente: basta pensar no que significa um pré-jogo dentro do Estádio, com o aquecimento, com a preleção, com toda a preparação mental visando a concentração na partida, no adversário; na ansiedade que o atraso gerou nos jogadores.



Isso justifica a bagunça tática e as opções erradas do Estagiário? É evidente que não. Aliás, o Estagiário é outra prova do amadorismo medíocre e estúpido da “gestão” da ex-nadadora Patrícia Amorim. Não se parte para um jogo em que se precisa vencer em casa com quatro volantes e de nada adiantam quatro volantes se o time está arreganhado em campo, cedendo espaços ao adversário, ainda mais esse adversário.


Eu escrevi quinta-feira passada aqui no Buteco que o Flamengo não era favorito e ressaltei as qualidades do La U. Sei que foi num momento de euforia, que foi um balde de água gelada na empolgação de muitos, mas só conseguia pensar no primeiro tempo daquela partida e na qualidade do adversário, além da idiotice que foi a nomeação do Estagiário, a inércia da diretoria em procurar técnicos disponíveis no mercado, parte por ter uma visão amadora do futebol profissional, parte por se submeter à vontade de um certo “Grupo Paralelo”.


O Universidad de Chile logo no início do jogo mostrou arrojo, qualidade e espírito de decisão. Time organizadíssimo, não erra passes, é bem treinado, confiante, com vários jogadores convocados para as seleções chilena e uruguaia. É o melhor conjunto da Libertadores. Há times com mais valores individuais, mas NENHUM tem o jogo coletivo do Universidad de Chile. Não entrou para simplesmente se defender, mas para jogar em velocidade os contra-ataques e criaou oportunidades de gol já nos primeiros minutos, tendo a segunda delas sido convertida.


A falha da defesa rubro-negra foi coletiva – Juan marcou de longe, Angelim mal posicionado, David mostrou indecisão e o Willians entregou a bola para o atacante. O pênalti não marcado em Vagner Love logo após o primeiro gol chileno poderia talvez ter antecipado a entrada do Flamengo no jogo, mas infelizmente o árbitro Carlos Amarilla, sério, não viu a falta que o replay mostrou ter ocorrido de forma clara.


O time aos poucos começou a tentar se encontrar em campo e a tomar a iniciativa do jogo, mas não foi o suficiente para impedir o segundo gol chileno. O replay mostra claramente que houve falta no Bruno, que, porém, não poderia ter desistido do lance esperando a marcação.


O Estagiário até que tentou mostrar iniciativa ao colocar Michael, que, mesmo sem entrar bem, deu outra vida ao time, simplesmente porque o tornou mais ofensivo e permitiu maior movimentação no ataque, ocupando a defesa chilena. E de repente o jogo pegou fogo, com o Flamengo criando um caminhão de oportunidades e o La U desperdiçando outras, um tanto menos é verdade, mas o bastante para que o primeiro tempo pudesse ter terminado com cinco gols para cada lado.



Gostaria de registrar aqui que essa entrada do Flamengo no jogo não se deveu ao Estagiário. O Flamengo tem uma base que joga junta há cerca de quatro anos e meio, o que certamente explica o porquê do time ter eliminado o Corinthians. Contudo, quando se enfernta um adversário que é bem treinado e tem um técnico experiente, com outras Libertadores no currículo, as deficiências táticas são logo demonstradas. O treinador, que pode assim ser chamado, ao contrário do Estagiário, é Geraldo Pelusso, que em 2008 enfrentou o Flamengo na Libertadores dirigindo o Nacional de Montevidéu e que, na noite de hoje, vendo o time de quatro volantes que enfrentaria, bloqueou a única saída que a equipe teria, a óbvia jogada pelas laterais, ocupadas pelos mesmos jogadores que enfrentara em 2008.


E foram os jogadores que se organizaram em campo, em trocas de posições entre os apoiadores e os laterais, especialmente na direita, com muita movimentação e raça que conseguiram diminuir a vantagem chilena e dar esperanças à Nação rubro-negra.

A expulsão de Iturra deu ainda mais esperanças à torcida, mas o caminhão de gols perdidos e a maior precisão do La U nas finalizações eram um prenúncio do que viria após o intervalo.


A propósito, é impressionante como a pressão faz as pessoas reverem seus conceitos tão rapidamente, não é mesmo? E mais uma vez Petkovic foi retirado do ostracismo para tentar tirar o Flamengo da fogueira, o que, para mim, é no mínimo uma demonstração de fraqueza de espírito e de covardia por parte do "treinador" rubro-negro.



O Sérvio entrou bem, com bons passes, mas o terceiro gol da La U veio de algo que sempre temi: uma falha de Juan, péssimo na defesa, como de costume, apesar de suas qualidades ofensivas. E o gol perdido do Adriano logo depois do cruzamento de esquerda perfeito do Petkovic foi o último sinal para quem ainda tinha esperanças em alguma reação. Depois disso, o que se viu em campo foi o desespero, com o Leonardo Moura deixando uma avenida na direita para embolar pelo meio, e com o horroroso Denis Marques entrando em campo no lugar do bom Kleberson, que foi preterido pelo tresloucado Michael.


O gol do Juan já veio tarde.


Acho que o time inteiro foi guerreiro, mas algumas observações hão de ser feitas:


a) se não fosse o Bruno teria sido goleada;



b) o Willians teve seu nome gritado no final merecidamente pela torcida;



c) o Vagner Love mostrou que tipo de jogador ele é, com todo o respeito a quem pensa o contrário.


AO INFERNO





Com o perdão da Madre Teresa, padroeira do Buteco do Flamengo, gostaria de mandar para o inferno a Patrícia Amorim, o Rasputin e o Estagiário.


Os jogadores, inclusive os que foram mal, eu pouparei hoje porque correram em campo e não têm culpa da diretoria de merda que o clube tem nem do Estagiário que inventaram para dirigi-los.


Quarta-feira que vem?


O nosso time é melhor do que o do América do México, mas o La U é muito melhor do que o nosso time de 2008. Preciso dizer mais alguma coisa?


Boa noite e SRN a todos.