sexta-feira, 16 de abril de 2010

A crise do dia e o dia da crise




Eu juro que tento só falar de futebol, do que acontece dentro das quatro linhas, ou no máximo do que NÃO acontece nos campos de treinamento. Mas a cada dia uma notícia nova se junta ao noticiário não futebolístico do clube. Agora é a briga do capitão com o gringo. Meus queridíssimos jogadores do Mengão, aí vai um aviso : Eu não quero saber se o pato é ganso, ou se vocês se falam entre si ou não. Eu quero que vocês entrem em campo, neste domingo e na quarta que vem, e ganhem o jogo. Ganhem o jogo porque o elenco é melhor e porque todos vocês, jogando com raça e aplicação, são melhores do que os dois adversários que temos pela frente. Só isso. Hoje temos a crise do dia. Se essas duas decisões forem perdidas, vocês chegarão ao Dia da Crise, com direito a um rodo gustaviano na mão da Presidenta. Por que se sairmos deste jogo de domingo derrotados, a turma de Marechal Hermes vai finalmente conseguir chorar, mas de alegria. E se na quarta não ficarmos entre os seis (eu disse 6 !) melhores segundo lugares, a Liberta acaba em 2010. E, a rigor, seria merecido.

Não acho que os jogadores precisam ser amigos entre si. Mesmo em seleções brasileiras (Justa exceção, a seleção do Dunga, única do mundo onde o que conta é o espírito do grupo e a fidelidade ao técnico, e não a capacitação técnica), ou em times vencedores, sempre houve divergências, antipatia entre companheiros de time, ou mesmo brigas e troca de desaforos. Eu até gosto quando o time está perdendo, que um jogador chame o outro na responsabilidade. Portanto, se o Bruno empurrou o Pet, isso não me interessa de verdade. Me preocupa a história que estão contando aí que a bronca dos jogadores é porque o Pet queria treinar no Carnaval. Me preocupa se estão contando isso e a história não for verdadeira. Me preocupa a parte da torcida que diz que o Pet não serve mais para o Flamengo e que ele está “tumultuando” o ambiente. Isso sim, me preocupa, porque pode indicar que o grupo não tem o mínimo de consistência, e que de fato o Andrade perdeu o comando. Antes que alguém me contrarie, já digo : Eu não acho que o Andrade perdeu o commando do grupo ou coisa parecida. Eu acho é que o Andrade está escalando mal e tendo problemas que no dia a dia nós nem lembramos. Contusões de jogadores fundamentais, perda de peças que foram fundamentais em 2009 sem a reposição adequada, joanetes do bissexto atacante, crises de pelanca do gringo (com o afastamento do mesmo), irregularidade dos zagueiros antes titulares, ou seja, não é muito fácil a vida do Andrade não. Mas, como já disse, acho que ele está escalando mal e agora, mexendo pior ainda. Portanto, não estou aqui para defender o Tromba só porque ele é um ídolo como jogador. Tenho sim, um enorme respeito por ele e por sua história no Flamengo. Mas não entrar com o Petkovic foi um erro sempre que aconteceu. Ele é o único, repito, O ÚNICO, que tem lucidez neste meio campo, dentro do elenco atual. Não deixa-lo em campo (quando o próprio Pet declarou que aguentaria os 90 minutos), é outro erro. Um passe de Pet vale por mil trombadas de Toró, por 200 escapadas do Willians “atacante”, por 500 voltas no mesmo lugar do Pacheco…

Acredito, ainda, que vamos ganhar do Botafogo e nos classificarmos para a próxima fase da LA. Mas de uma sensação de que “este ano nós vamos arrebentar”, estou com aquela outra de “será que o Flamengo resiste a este estado de coisas ?”, causada pela impressionante sucessão de notícias ruins sobre o elenco. Nem falo da Taça dos Boiolinhas, porque isso ainda vai render e nós já estamos indignados o suficiente com a nossa última “exibição”. Como já foi dito aqui, é a hora da onça beber água. Com crise ou sem crise, jogadores de Mengão, uní-vos. Pelo menos em campo.