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| Charge: Mário Alberto |
Salve, Buteco! Depois de um 2025 tão vencedor, o Urubu voa alto e olha todos os adversários de cima, como carniças a serem degustadas a seu bel prazer. Nada melhor, então, do que mais um post da série Rivalidades, dando aquela atualizada maneira nessa visão panorâmica sobre a escumalha arco-íris Brasil afora.
O tom da análise é afinado com base na arrogância mesmo, para além da irreverência característica da Nação Rubro-Negra desde os seus primórdios. Afinal de contas, quem pode, pode, e quem não pode apenas se sacode, diz o velho ditado popular. E como estamos pondendo, e muito, vamos então às atualizações:
Vasco da Gama: o Gigante da Colina não teve melhora significativa além de um plano de recuperação judicial para lá de questionável e uma janela razoável no meio do ano. Hoje é um híbrido de SAF e Associação, um monstrengo xipófago jurídico que afasta o investimento estrangeiro. O recentíssimo vice-campeonato na Copa do Brasil não deveria criar ilusões em sua adoecida torcida. Aliás, a noite de ontem foi puro regozijo para quem, mesmo diante dos anos de penúria e humilhações do rival, ainda o enxerga como tal e não tem a menor piedade (meu caso). Continua tendo uma torcida com delírios de grandeza, sem a menor autocrítica e que vive para as edições do "Clássico dos Milhões". Rival eterno, em relação ao qual é preciso apenas ter atenção pela grande mobilização a cada edição do clássico.
Fluminense: o Tricolor das Laranjeiras continua investindo mais do que pode no futebol, e sem redução significativa (ver ainda esta matéria). Nada mudou desde 2023. Dentro das quatro linhas, entre os cariocas, continua a ser o adversário mais competitivo do Flamengo, como prova o título da Libertadores em 2023 e os sempre disputados Fla-Flus tanto no Campeonato Carioca, como no Campeonato Brasileiro, onde foi o 4º colocado. É o adversário que o Flamengo mais enfrentou em toda sua História (459 vezes). A rivalidade pulsa, viva, a cada confronto.
Botafogo: o menor dos maiores cariocas teve o seu Ano Mágico em 2024, fruto de investimentos sem lastro financeiro idôneo, mas que agora vêm sendo alvo de investigações no exterior, notadamente na França, dados os prejuízos sofridos pelo Olympique de Lyon. Seus torcedores vivem em um microuniverso paralelo, composto pela goleada aplicada no Engenhão sobre o Flamengo de Tite naquela temporada e na vitória sobre o PSG na primeira fase da Copa do Mundo de Clubes, em junho deste ano. A curto prazo, nada indica que voltará a ser um efetivo desafio, porém o "Clássico da Rivalidade" segue vivo a cada edição, e a meta mais importante em 2026 deve ser voltar a vencer esse rival no Maracanã pelo Campeonato Brasileiro, algo que não ocorre desde 2019 (!).
Palmeiras: a projeção do post Rivalidades, o original, acabou vindo a se confirmar cada vez mais ao longo dos anos. A rivalidade cresce a cada temporada e hoje pode-se dizer, sem qualquer dúvida, que é o maior rival do Flamengo fora do Rio de Janeiro. Nas últimas temporadas os confrontos pelas oitavas de final da Copa do Brasil/2024 e, mais recentemente, pela final da Libertadores/2025 incendiaram o duelo, mas dessa vez com um defecho de glória e vingança rubro-negras, as quais se somaram as duas vitórias na campanha do 9º título brasileiro. As próximas temporadas prometem muita emoção, mas arrisco dizer que, se o Flamengo mantiver a seriedade e a qualidade de gestão no seu Departamento de Futebol, o rival passará por um doloroso processo de "vascainização", para o regozijo da Nação Rubro-Negra e desespero dos detratores suínos.
Corinthians: após a final da Copa do Brasil/2022, as equipes voltaram a se enfrentar em uma das semifinais da edição de 2024 da mesma competição, novamente com triunfo rubro-negro. São duas torcidas rivais, mas que se respeitam e se unem em torno de um inimigo comum: o Palmeiras. Daí a rivalidade jamais ter escalado para níveis mais agressivos. Um novo capítulo está previsto para o dia 24 de janeiro, na abertura da temporada/2026, com a disputa da Supercopa do Brasil, ainda sem local definido. O Corinthians é um gigante caótico no extracampo, mas em relação ao qual é preciso sempre ter muito respeito.
São Paulo: sempre ressaltei para vocês a minha perplexidade com a amizade entre as torcidas, dado o histórico de traição no vergonhoso episódio da Taça das Bolinhas. É uma pena que a gestão anterior não quisesse mais nada com nada em 2023, pior temporada do time desde 2018, razão pela qual o caos permitiu ao rival levar o título da Copa do Brasil sobre o ingovernável Flamengo da época. Atolado em escândalos da atual gestão, o São Paulo perdeu em competitividade, mas continua oferecendo um ambiente tranquilo para o nosso torcedor quando o time joga no Morumbi. Trata-se de outro gigante contra o qual a rivalidade existe, mas nada além dos parâmetros normais da competitividade futebolística.
Atlético/MG: é provavelmente a torcida de fora do Rio de Janeiro que mais odeia o Flamengo. Essa rivalidade "unilateral" ganhou outro capítulo em 2024, quando a "Arena Cu de Zebra" recebeu a sua primeira final e teve a honra de assistir ao Mais Querido do Brasil e do Mundo levantar o troféu da Copa do Brasil. O Galo hoje não passa de uma SAF endividada após aventuras financeiras mal-sucedidas de seus boquirrotos investidores. Torcida demente, rival que joga a vida contra o Flamengo, mas que tende a ser sobrepujado enquanto estiver mergulhado no seu oceano particular de dívidas.
Internacional: assim como o São Paulo, é outro rival que recebe muito bem a torcida do Flamengo nas imediações do seu estádio (Beira-Rio). O histórico de confrontos teve um divertido capítulo no jogo de volta das oitavas da Libertadores, quando a constrangedora chuva de papel picado coroou não apenas a classificação rubro-negra, como uma histórica sequência de três vitórias seguidas do Mais Querido, sendo duas delas no Gigante da Beira-Rio. Torcida chorona, mas hospitaleira. Rivalidade meramente esportiva, sem maiores problemas.
Grêmio: apesar do histórico de ferrenhos confrontos, não se trata de um rival que gere problemas relacionados a violência entre as torcidas. Esportivamente, perdeu muita competitividade nas últimas temporadas, inclusive com o rebaixamento e a disputa da Série B em 2022, daí não haver nenhuma atualização relevante no quesito rivalidade. Um novo investidor contratou o bom treinador português Luís Castro e promete restaurar a força do time. A conferir.
Santos: os clubes já decidiram uma taça dos campeões estaduais, um campeonato brasileiro e um Rio-São Paulo, além de já haverem se enfrentado na Copa Libertadores da América, porém o clássico jamais extrapolou os limites da rivalidade puramente esportiva. O rebaixamento e a disputa da Série B em 2024 distanciaram ainda mais o Peixe do Mais Querido. Nenhuma atualização de destaque.
Cruzeiro: a Raposa teve em 2025 o seu primeiro ano competitivo desde que retornou à Série A. Foi um dos poucos times que o Flamengo não venceu na campanha do Campeonato Brasileiro (1d e 1e). A saída de Leonardo Jardim deve redundar em perda de qualidade tática, mesmo com a contratação de Tite. Por outro lado, os investimentos especulados devem aumentar o nível de competitividade do time. Trata-se de uma torcida que já cantou parabéns pra você para o Flamengo nas arquibancadas do Mineirão, no ano do Centenário Rubro-Negro (1995), e de outra rivalidade meramente esportiva, arrefecida pela existência de um inmigo comum: o Clube Atlético Mineiro.
Bahia: rivalidade quase exclusivamente esportiva, com histórico antigo de confrontos entre os dois clubes em amistosos, campeonatos brasileiros e copas do Brasil. O engajamento da torcida baiana no discurso de ódio da "torcida mista", porém, vem tornando o confronto um pouco mais azedo do que deveria ser. Olho vivo nos fascistas com retórica de defensores de direitos humanos.
Athletico/PR: o rebaixamento e a disputa da Série B em 2024 foram um justo castigo para o "Athletico Paranazi", dono da torcida mais fascista e covarde do Brasil. Rivalidade absolutamente unilateral, mas que costuma gerar problemas para o torcedor rubro-negro nos jogos disputados em Curitiba. É atropelar sem dó, inclusive na Arena da Baixada, quando os clubes se cruzarem pelo Brasileirão/2026.
Meu ranking pessoal de ojeriza é o seguinte:
1) Vasco da Gama
2) Botafogo
3) Fluminense
4) Atlético/MG
5) Palmeiras
6) São Paulo
7) Grêmio
A ojeriza pessoal é, como a própria expressão já diz, um sentimento individual, particular, que pode ou não coincidir com o senso comum da torcida em geral. Por exemplo, não tenho dúvida de que a Nação Rubro-Negra considera muito mais o Palmeiras como rival do que o Atlético Mineiro, mas a minha História particular com o Galináceo e sua neurótica torcida me levam a "preferi-lo" na "Escala Gustavichter de Rivalidade" em relação ao Suíno. Reconheço o maior peso do clássico contra o Palmeiras, porém detesto com muito mais intensidade o Atlético.
Agora, se eu fosse tentar adivinhar com pensa a torcida do Flamengo em geral, acho que o ranking seria o seguinte:
1) Vasco da Gama e Fluminense
3) Botafogo
4) Palmeiras
5) O resto
Será que eu acertei?
Você seria capaz de elaborar os seus próprios rankings - da torcida e o de "preferências pessoais"?
Para responder essa pergunta, a palavra está com vocês.
Tenham uma semana abençoada.
Bom dia e SRN a tod@s.

