terça-feira, 5 de agosto de 2025

Reflexões Rubro-Negras (5/8/2025)

CR Flamengo/RJ
Copa do Mundo de Clubes/2025 da FIFA
2ª Rodada, Grupo D

Time alinhado antes da vitória por 3x1 sobre o Chelsea, futuro campeão
 

Salve, Buteco! Estava pensando, cá com o meus botões, sobre alguns resultados da Copa do Mundo de Clubes/2025, da FIFA. PSG 4x0 Atlético de Madrid, PSG 0x1 Botafogo, Flamengo 3x1 Chelsea, Manchester City 5x2 Juventus, Bayern Munique 0x1 Benfica, Flamengo 2x4 Bayern de Munique, Manchester City 3x4 Al-Hilal, Bayern de Munique 0x2 PSG, Benfica 1x4 Chelsea, PSG 4x0 Real Madrid, Chelsea 3x0 PSG.

Será que existe algum padrão entre esses resultados? O que faz, por exemplo, um time como o PSG destruir os madrilenhos, não ganhar do Botafogo e ser amassado pelo Chelsea? O Bayern amassar, mas perder para o Benfica, atropelar o Flamengo e novamente amassar o adversário, mas perder por 0x2 (no caso, o PSG)? O Flamengo vencer com autoridade o Chelsea, num segundo tempo magistral, e ser completamente destruído pelo Bayern, 9 dias depois?

O que explica a diferença de rendimento entre um jogo e outro?

Pelo Campeonato Brasileiro, o Flamengo venceu com autoridade Grêmio (2x0) e Juventude (6x0), empatou de maneira medíocre com o Vasco da Gama (0x0), voltou atropelar goleando o Corinthians (4x0), foi indiscutivelmente envolvido pelo Cruzeiro (1x2), venceu apertado o Bahia (1x0), depois derrubou fora de casa o Palmeiras em um importantísimo confronto direto (2x0) e se despediu (antes da Copa do Mundo) com uma contundente goleada sobre o Fortaleza (5x0).

Como um time que foi tão medíocre em jogos como 1x2 para o Central Córdoba e 1x0 sobre o Deportivo Táchira (duas vezes) jogou tão bem contra Espérance de Túnis e Chelsea? O que foi aquele apagão contra o Bayern? E por que diabos jogou tão bem contra o São Paulo, na volta ao Brasil (2x0), e depois empacou uma sequência de atuações fracas, culminando numa derrota em casa para o Atlético Mineiro e num empate fora de casa com o Ceará, com um segundo tempo horripilante?

O futebol tem muitas nuances e cada jogo possui um contexto próprio, porém muitas situações podem se repetir entre um e outro confronto. São os chamados padrões. Não necessariamente determinantes, mas sempre em alguma medida influentes.

No futebol europeu atual, Pep Guardiola é a maior influência e tem discípulos cada vez melhores, como Luis Enrique (PSG), Vincent Kompany (Bayern de Munique) e Mikel Arketa (Arsenal). Em comum, o jogo alucinadamente intenso, que esgana o adversário, mas curiosamente não consegue ser repetido a cada jogo.

A Internazionale de Simone Inzaghi, que teve força e intensidade absurdas para eliminar Bayern de Munique e Barcelona, parece ter chegado a uma pane físico-mental. Levou de 5 do PSG na final da UEFA Champions League e nunca mais se encontrou. E os franceses, como vimos, viriam a provar do próprio veneno administrado pelo Chelsea de Enzo Maresca na final da Copa do Mundo. Ninguém consegue ser 100% dominante nesse futebol de hoje.

Só que o diabo mora nos detalhes e o desafio é administrá-los naqueles jogos em que a intensidade não aparece, seja por estratégia, seja por superioridade do adversário. São comuns as partidas monótonas, sufocantemente tediosas, sem nenhum brilho, como se fossem odes à ineficiência e ao arame liso, até que, sabe-se lá de onde, a intensidade volta, com as atuações brilhantes, encantadoras; com aquela contundência eufórica, que pode durar mais um ou dos jogos, até fenecer novamente nos braços da monotonia, num ciclo que parece interminável.

O futebol ficou melhor ou pior nessa dinâmica? Não sei dizer, muito embora possa afirmar, sinceramente, que prefiro o que vi nos anos 70 e 80, tempo dos melhores jogadores atuando em seus países, quando o futebol de seleções tinha graça e os sul-americanos desafiavam de igual para igual os europeus. Sinto muito (mesmo) por quem não teve essa oportunidade. 

Ocorre que o que eu e você achamos ou deixamos de achar pouco importa, já que o primeiro mundo do futebol dita as regras e hoje os vencedores são os que oscilam menos na ciclotímica dança entre a intensidade eufórica dos jogos contundentes e a monotonia depressiva dos avarentos 0x0 e 1x0, das panes inexplicáveis.

Filipe Luís aposta na euforia da intensidade contundente para o Flamengo atingir um patamar europeu, mas em sua cruzada vem nos forçando a longas sequências monótono-depressivas. É como se houvesse um revezamento entre o dia e a noite, só que com poucas horas de sol e muitas de escuridão, como nas regiões do Círculo Polar Ártico e Antártico.

Até que ponto a perda de controle é "planejada" (ou previsível) e até que ponto estamos sendo consumidos pelo inverno da depressão e monotonia polar é a grande dúvida da hora, que talvez venha a ser solucionada nas próximas duas semanas. 

A torcida do Flamengo clama por mais dias de sol. Será que SuperFili conseguirá proporcioná-los?

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Nos veremos amanhã no Esquenta.

A palavra está com vocês.

Bom dia e SRN a tod@s.