Salve, Buteco! O Club Atlético Central Córdoba, também conhecido como El Ferroviário, foi fundado em 3 de junho de 1919 na cidade de Santiago del Estero, situada no Departamento Juan Francisco Borges, na Província de Santiago del Estero, na Argentina. A iniciativa de sua fundação foi tomada por trabalhadores ferroviários e vizinhos do Bairro Oeste, da cidade. Mas daí vem a pergunta: Por que Central Córdoba?
Bem, já posso lhes dizer que não é, assim, tão simples descobrir. A gente só entende a razão do nome quando investiga a História do "Central Córdoba Original", da cidade de Rosário. Original porque foi fundado em 1906 por trabalhadores ferroviários rosarinos que batizaram o clube com o mesmo nome da empresa na qual trabalhavam: a The Cordoba and Rosario Central Rallway A.C. Com o tempo, o nome foi mudando para Ferrocarril Córdoba y Rosario, depois Club Atlético Ferrocarril Central Córdoba até se tornar Club Atlético Central Córdoba.
Então, é isso mesmo. O Central Córdoba de Santiago del Estero, nosso adversário de hoje, é um genérico, mas que acabou se tornando maior do que a filial. Não que isso seja lá grande coisa, com todo o respeito, e não que nós, torcedores do Flamengo, estejamos em posição de falar muita coisa, mas a verdade é que, antes de 2019, El Ferroviário de Santiago del Estero só havia participado da primeira divisão nacional argentina nas temporadas de 1967/1968 e 1971/1972.
Portanto, não tenho nem como ir muito além dessas informações para falar sobre a História do adversário de hoje. Acredito que, a essa altura, todo mundo já saiba que os moradores da cidade estão muito felizes e empolgados com a visita do Flamengo, que leva a comunidade para o centro das atenções do futebol sul-americano ao menos na noite de hoje.
Apesar disso, talvez seja importante alertar que um perfil especializado em torcidas organizadas e barras bravas previu, neste tuite, logo após o sorteio da fase de grupos, que haveria confusão entre as torcidas do Central Córdoba e do Flamengo.
O Estádio Madre de Ciudades não mete medo. Moderno e confortável, tem capacidade entre 30 e 45 mil espectadores, de acordo com o número de assentos fixados nas arquibancadas. Para receber a Seleção da Argentina, já chegaram a remover os assentos das tribunas norte, sul e leste superior, atingindo a ocupação de 45 mil.
Será que estará lotado?
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Por que o Flamengo se colocou nessa situação para a partida de hoje? Bem, eu não sou muito fã de explicações simples e gosto de analisar todas as causas. Na minha opinião, um monte delas se misturam, indo desde problemas antigos, da gestão anterior, até a inegável adaptação do diretor técnico português ao futebol brasileiro e sul-americano, passando pelo primeiro planejamento de temporada da carreira do nosso treindor.
O certo é que o Flamengo é um time capaz de jogar futebol intenso e de qualidade, mas cada vez fica mais claro que isso não acontecerá a toda hora. Vejam bem, até as pedras sabem que ninguém joga na intensidade máxima todos os jogos da temporada, mas depois que assistimos aos dois confrontos da semifinal da Champions League entre Internazionale e Barcelona, é inevitável fazer alguns questionamentos, como, por exemplo, sobre a minutagem do Danilo e como o time joga sem a bola quando está com Pedro e Arrascaeta em campo.
O GE de hoje traz a seguinte escalação:
Rossi; Wesley, Léo Ortiz, Léo Pereira (Danilo), Alex Sandro; Pulgar, De la Cruz, Arrascaeta (Luiz Araújo); Gerson, Bruno Henrique e Pedro.
É de intensidade que estávamos falando, certo? Não podemos nos esquecer também do estudo sobre o adversário e de simplesmente jogar tecnicamente bem. Ah, também não pode faltar o "mental forte".
Convenhamos, nas duas últimas vezes em que o Flamengo jogou antes de um jogo pela Libertadores, empatou em 0x0 com o Vasco da Gama, perdendo um caminhão de gols, e foi derrotado pelo Cruzeiro em Belo Horizonte, por 1x2, no último domingo. Antes, tomando alguns sustos, venceu o Vitória no Barradão, mas aí perdeu justamente para o Central Córdoba no Maracanã...
Lembro-me de SuperFili, no início da temporada, afirmar que não mataria ninguém no Estadual e exigiria sequências de 4 a 5 jogos em grande intensidade. É justamente neste ponto que a inexperiência do treinador pode estar cobrando a sua fatura, talvez por superestimar a capacidade do elenco de jogar em rotação máxima numa sequência de jogos.
Não que possamos culpá-lo por esse, digamos, teto baixo. Montagem de elenco é com a Diretoria, no caso, o diretor técnico que chegou no início do ano (literalmente, pois inexistiu transição com a Diretoria anterior). Se bem que ele também já fez suas escolhas e neste ponto a profunda reformulação do Departamento Médico também pode ter cobrado a sua contribuição. Será que sabiam do "teto de minutagem" do Danilo?
Nada que não possa ser bem remediado nas duas próximas janelas (Super Mundial e segunda janela). Até lá, porém, o Flamengo terá que se virar e o jogo de hoje é do tipo que pode desanuviar o clima com a torcida ou embicar de vez para baixo.
Acho que estou sendo realista. Uma das maiores frustrações causadas pela derrota de domingo foi a expectativa criada pela dita priorização do Campeonato Brasileiro e a presença do time titular (exceção de Danilo) em campo. Não era para ter acontecido. Na teoria, é claro.
Então, se ficar evidenciado o enorme erro de cálculo no planejamento traçado por Diretoria e comissão técnica... Às vésperas do Super Mundial...
O jogo de hoje à noite vale muito, portanto. Muito mais até do que o primeiro lugar no Grupo C. Envolve confiança no trabalho e no elenco. É preciso voltar a ter mentalidade vencedora, superando os momentos mais adversos. Nada melhor do que dar o troco no mal-educado visitante argentino, que nos surpreendeu no Maracanã.
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O Ficha Técnica subirá as 19:00h.
A palavra está com vocês.
Bom dia e SRN a tod@s.