Salve, Buteco! Não, você não errou de blog e tampouco está em uma espécie de salão virtual do automóvel. É que tem muito torcedor fazendo contas a respeito de uma possível arrancada rubro-negra nessa reta final de Campeonato Brasileiro e a combinação de resultados necessária para o título. Então, haja arrancada para tirar o prejuízo, certo?
Arrancada me lembra alguns supercarros que vão de 0 a 100km/h em poucos segundos, o que, por sua vez, acabou me lembrando de outras ocasiões nas quais utilizei a metáfora dos supercarros para as arrancadas que o Mais Querido precisou para conquistar o Campeonato Brasileiro.
No post Arranca Mengão!, de 21 de outubro de 2010 (distante tempo no qual eu postava as quintas-feiras), empolgado com uma vitória por 3x0 sobre o Internacional no Engenhão, discorri sobre arrancadas passadas e ainda invoquei o Koenigsegg CCXR para sonhar com a vaga na Libertadores, chegando a avaliar o trabalho do "Professor Doutor" Vanderlei Luxemburgo como estandoo "em alta".
Apesar da Máquina Sueca, um V8 de 4,7 litros e dois turbos compressores, dotado de 1018 cavalos de potência e 1060Nm de torque capazes de fazê-la acelerar de 0 a 100 km/h em 3,1 segundos, o escrete comandado pelo Luxa, na sequência, empatou com Vasco da Gama (1x1), Corithians (1x1) e Ceará (2x2), e perdeu para Athletico/PR (0x1) e Atlético/MG (1x4), até escapar da degola com um dramático 2x1 sobre o Guarani no Engenhão.
Definitivamente, o carrão derrapou para fora da pista...
Seis anos depois, nos posts Sai da Frente e Na Cola, resolvi investir em um upgrade de veículo e invoquei o Bugatti Veyron 001, bólido francês de nome italiano de 1001 cavalos, porém com um irracional motor W16 8.0 capaz de atingir 407 km/h e fazer 0 a 100 em 2,6 segundos.
Bem, o que posso dizer é que o time do professor Zé Ricardo enganou a mim e muita gente que acreditou na arrancada após o 1x1 com um a menos contra o Palmeiras de Cuca no Allianz Arena. Foi um setembro promissor, a despeito da eliminação na Sul-Americana para o Palestino, boa fase que durou até meados de outubro, até que a sequência 1x2 Internacional, 2x2 Corinthians, 2x2 Atlético/MG e 0x0 Botafogo fez também o Veyron 001 derrapar e sair da pista com as chances de título.
8 anos depois, teimoso que sou, resolvi apelar de vez e me valer do absurdo Veyron 450, que mantém a aceleração de 0 a 100 km/h em 2,6 seguntos, porém atingindo a insana velocidade final de 410 km/h, justamente o que estamos precisando depois do tropeço no Fla-Flu e do pênalti desperdiçado por David Luiz contra o Atlético/MG (sem comentários).
Estiloso é pouco, né?
Todavia, devo confessar que não sou exatamente um fã de arrancadas, preferindo a estabilidade e a construção de uma campanha regular e consistente, o oposto dos tropeços que forçam o torcedor e apelar para as mais variadas mandingas e cálculos dignos de matemática quântica.
Viver de arrancadas é sinônimo de títulos escassos e rival estabelecendo hegemonia, e talvez seja a maior prova de falta de um projeto esportivo para o futebol profissional do clube.
Não acho que eu esteja exagerando, pois se tem quem acredita em uma vitória do Cruzeiro de Fernando Diniz sobre o Palmeiras, desconectando-se da realidade, acho que sou bem mais sensato ao aludir a supercarros e arrancadas alucinantes para tentar resgatar a confiança e a fé inabalável de torcedor.
Não me entendam mal: o Mengão do Super Fili me passa confiança, porém ao mesmo tempo é difícil acreditar que o bicampeão Palmeiras, caminhando para o tri, entregará a paçoca em um ou mais de seus últimos jogos. Toda vez que torcemos por uma arrancada significa que antes derrapamos pelo caminho.
Só que diz o ditado popular que a esperança é a última que morre. Então me digam aí se acreditam numa arrancada rubro-negra nesses 4 últimos jogos.
A palavra está com vocês.