segunda-feira, 27 de maio de 2024

O Flamengo que a Gente Quer e o que a Gente Tem

22/5/1983 - Santos 2x1 Flamengo
Final do Campeonato Brasileiro, 1º Jogo, Morumbi
De pé: Bigu, Raul, Mozer, Marinho, Leandro e Júnior.
Agachados: Elder, Adílio, Baltazar, Zico e Júlio César Barbosa


29/5/1983 - Flamengo 3x0 Santos
Final do Campeonato Brasileiro, 2º Jogo, Maracanã
De pé: Raul, Leandro, Figueiredo, Marinho, Vitor e Júnior
Agachados: Elder, Adílio, Baltazar Zico e Júlio César Barbosa

Salve, Buteco! Como expliquei no post de sábado, o time que disputou o Mundialito de Clubes Campeões em Milão, na Itália, já não tinha mais o Galinho de Quintino em seus quadros. A boa performance na prestigiosa e importante competição internacional, que sucedeu a conquista do 3º título brasileiro contra o Santos, no Maracanã, foi o canto do cisne da, até hoje, era mais gloriosa da História do clube, um tempo no qual o futebol brasileiro era capaz de se impor diante do europeu.

No segundo semestre e nos anos que se seguiram, o adolescente foi crescendo e compreendendo, na prática, como aqueles anos foram singulares e especiais. Títulos como os brasileiros de 1987 e 1992 foram conquistados com vitórias carregadas de suor e emoção, mas evidentemente nunca mais foi a mesma coisa.

O Flamengo que a gente quer é bem diferente daquele que costumamos ter. 

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O futebol dos dias de hoje passou a ser mais dos técnicos do que dos jogadores. Talvez sempre tenha sido assim na Europa, com a exceção de alguns esquadrões, tais como, por exemplo, os galáticos do Real Madrid da décadas de 60, 90, 00 até o presente, o Barcelona das três décadas anteriores à presente, ou os times do Milan das décadas de 90 e 00, e da Internazionale, na primeira década deste Século.

Com o fim da Lei do Passe e o advento da Lei Bosman, o dinheiro passou a falar como nunca no mundo do futebol. A Europa descolou. Nesse cenário, o qual já abordei várias vezes com vocês em meus posts, o futebol brasileiro, no qual o treinador, salvo raras exceções (ex.: Telê Santana), sempre foi um acessório para acomodar as grandes individualidades, perdeu a referência. O que fazer sem os grandes craques? Quem pode treinar nossos elencos no hiato entre os treinadores da velha guarda, que vão um a um ficando no passado, e o amadurecimento da nova geração?

Falando em geração, a de 2019, os Heróis de Lima, pode ter sido o último time com grandes individualidades que o Flamengo formou em muito tempo. Mesmo assim, esse time fantástico e histórico suou sangue para equilibrar a final do Mundial contra o melhor Liverpool da História. 

Cinco anos se passaram desde então e o futebol saudita passou a investir pesado. Não há mais craques disponíveis; não há mais laterais como Rafinha e Filipe Luís; não será fácil encontrar outro Arrascaeta em valores atingíveis mesmo para um Flamengo bilionário.

Quando penso na 1ª Copa do Mundo de Clubes da FIFA, daqui a um ano, não consigo esconder a minha apreensão. Para performar de maneira minimamente competitiva, o critério de contratações terá que mudar. Foi-se o tempo em que o dinheiro e parecerias com empresários "chegados" resolviam sozinhos.

Aliás, dinheiro na mão não pode mais ser vendaval, até porque a expressão orçamento bilionário impressiona a primeira vista, mas não passa de uma meia verdade se parte do dinheiro é empregada em outros setores do clube (ex.: esportes olímpicos) e o que sobra para o futebol não é aplicado com critério (scout de qualidade e projeto esportivo).

O Flamengo que a gente precisa ter é bem diferente daquele que temos.

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Amanhã o calendário do Flamengo voltará, com o confronto contra o Millonarios no Maracanã, pela 6ª Rodada do Grupo E da Libertadores, porém ainda não totalmente dentro da normalidade, eis que, depois do jogo contra o Vasco da Gama pela 7ª Rodada do Campeonato Brasileiro, no dia 2/6, o time só voltará a campo no dia 13/6, quinta-feira, as 20:00h, contra o Grêmio, ambos os jogos no Rio de Janeiro.

Está sobrando tempo para o Tite acertar o time e os próximos três jogos serão no Maracanã, onde o time tem desempenhado de maneira contrastantemente melhor do que quando joga fora de casa. Vamos ver o que sairá dessas semanas de muito treino e pouco jogo.

Vocês gostam da ideia de despedida do Fabrício Bruno na partida de amanhã ou preferem olhar para frente e escalar o Léo Ortiz, para se ambientar com a inevitável titularidade?

Digam aí qual escalação mandariam a campo conra os colombianos, já eliminados no grupo.

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A palavra está com vocês.

Bom dia e SRN a tod@s.