domingo, 31 de março de 2024

O Puro Suco da Laranja

 

Salve, Buteco! Até que teve jogo no primeiro tempo, né? Rossi trabalhou em 45 minutos o que não havia trabalhado, até aqui, no Campeonato Carioca inteiro. Não que tenha sido muita coisa, e não que o Flamengo não tenha dominado o jogo e marcado dois gols (um sendo mal anulado), mas praticou algumas boas defesas em tiros de média distância, talvez o único critério em que o Nova Iguaçu tenha superado, em qualidade, o Mais Querido nos 90 minutos de ontem.

O segundo tempo, porém, foi o puro suco da laranja. Doce, fresco e descendo redondo e gostoso goela abaixo. Rossi voltou a descansar e o placar pôs-se a dilatar. E poderia ter sido de bem mais, não fosse a boa atuação do goleiro alaranjado. Gostei da atuação de Everton Cebolinha - firme, focado, consistente, levando perigo constante à meta adversária. Gostei também de como o Tite trabalhou no intervalo - Luiz Araújo, depois de um 45 minutos catastróficos, parecia outro jogador e o time, como um todo, impô-se organizado sem maiores dificuldades. Eita suquinho gostoso!

Mas voltando à etapa inicial, a maneira como a Laranja Mecânica da Baixada conseguiu chutar algumas vezes de média distância é o meu primeiro destaque de hoje. Não soa estranho, ou talvez surpreendente, para um time que, até aqui, vem se mostrando sólido defensivamente? É bom lembrar que nossa dupla de voltantes não parecia estar 100%. Pulgar volou de contusão e De La Cruz já não tinha ganhado minutagem como nas Datas FIFA anteriores na Seleção do Uruguai. Ponto a ser observado na terça-feira, na altitude de Bogotá.

Outro ponto que merece destaque é o ataque. Observem, tomando por referência os últimos anos nos quais conquistamos a Libertadores, que, na temporada 2019, Gabigol marcou 43 gols e Bruno Henrique 35, bem à frente de Arrascaeta, que marcou 18, ao passo que, em 2022, Gabigol marcou apenas 29, mas teve a companhia de Pedro, que marcou outros 29, enquanto o uruguaio balançou as redes por 13 vezes.

Em 2023, confirmando o viés de queda de rendimento, Gabigol marcou apenas 20 e o Uruguaio somente 11, enquanto Pedro teve sua temporada mais artilheira no clube, cravando 35 gols. Acredito que o Queixada quebrará esse recorde em 2024, mas o problema é que, claramente, o Flamengo não tem em seu time titular um "segundo artilheiro" que não sobrecarregue seu maior artilheiro.

Deu para entender? Há menos artilheiros no time e no elenco, o que pode cobrar seu preço durante a temporada, principalmente com Gabigol sendo suspenso (ainda não há definição quanto ao efeito suspensivo) e uma possível convocação de Pedro para a Copa América. Os exemplos das temporadas 2020 e 2021 irão evidenciar ainda mais esse quadro.

Em 2020, com a pandemia e uma contusão, Gabigol marcou apenas 26 gols, porém Pedro marcou 23, Bruno Henrique 20, Arrascaeta 11 e Everton Ribeiro 10. Em 2021, com Gabi voltando a romper a barreira dos 30 gols (34 ao todo), Bruno Henrique voltou a marcar 20, Michael 19, Pedro 18, Vitinho 14,  Arrascaeta 9 e Rodrigo Muniz outros 9.

Não é difícil fazer as contas. Em 2019 o Flamengo marcou ao todo 153 gols; em 2020, com toda a confusão por conta da pandemia, apenas 128; em 2021, marcou 156; em 2022, 138, enquanto em 2023 marcou apenas 125, o pior resultado dos até aqui 5 anos de gestão Landim. O elenco, portanto, aos poucos vem perdendo a característica goleadora por força das questionáveis decisões do seu dublê de vereador e vice-presidente de futebol.

Desse modo, em 2024, apesar da tendência de quebra de recorde por Pedro, o elenco do Flamengo, hoje, com menos artilheiros, tende a ter um resultado mais parecido com 2023 do que com os anos mais goleadores anteriores - 2022 e, principalmente, 2019 e 2021. 

Uma possível solução seria Bruno Henrique voltar a render como antes, mas a cada partida isso parece mais distante de acontecer. Tomara que esse fio desvire e o seu futebol volte ao rumo correto. Afinal de contas, foi recentemente agraciado com uma bela renovação contratual, por 3 longos anos, e estamos ainda no começo desse triênio.

Vou ficando por aqui. Degustem mais o suquinho de laranja e a prosa desse domingo. Amanhã a gente virará a chave para a Libertadores, o Millonários e a viagem para Bogotá.

A palavra está com vocês. Tenham uma Páscoa abençoada.

Bom dominge SRa tod@s.

sábado, 30 de março de 2024

Nova Iguaçu x Flamengo

  

Campeonato Estadual/2024 - Final - 1º Jogo

Sábado, 30 de Março de 2024, as 17:00h (USA/ET 16:00h), no Estádio Jornalista Mário Filho ou "Maracanã", no Rio de Janeiro/RJ.

Nova Iguaçu: Fabrício Santana; Yan Silva, Gabriel Pinheiro, Sérgio Raphael e Maycon Santos; Albert e Ígor Fraga; Xandinho, Yago Ferreira e Bill; Carlinhos. Técnico: Carlos Victor.

FLAMENGO: Rossi; VarelaFabríciBrunoLéo Pereire Ayrton Lucas; PulgarDLCruz Arrascaeta; Luís Araújo, Pedro e Cebolinha. Técnico: Tite.

Arbitragem: Alex Stefano, auxiliado pelos Assistentes 1 e 2 Thiago Henrique Neto Corrêa Farinha e Thiago Rosa de Oliveira Espósito. Quarto Árbitro: Rafael Martins de Sá. Quinto Árbitro: Diego Luiz Couto Barcelos. Técnico de Arbitragem: Marcelo Silva Nascimento. Árbitro de Vídeo (VAR): Rodrigo Carvalhaes de Miranda. Assistentes VAR 1 e 2: Silbert Faria Sisquim e Paulo Renato Moreira da Silva Coelho. Observador de VAR:  José Carlos Santiago de Andrade. Quality Manager: Cláudio José de Oliveira Soares. 

Transmissão: Band (TV aberta)Bandsports (TV por assinatura) e GOAT (YouTube).

sexta-feira, 29 de março de 2024

O Jogo de Amanhã (Resenha)


Salve, Buteco! Finalmente acabou essa Data FIFA, a qual, talvez por ter acontecido antes da temporada esquentar, bem no início, pareceu (ao menos para mim) ter sido "mais longa" do que as outras. Demorou uma eternidade para passar! 

Na busca por transmissões de partidas de futebol, deparei-me na quarta-feira à noite com o jogo de volta da segunda semifinal do Campeonato Goiano, na qual o Vila Nova recebeu a Aparecidense, aquela que eliminou o Botafogo da Copa do Brasil/2018. Dirigida por Lúcio Flávio (aquele, do Botafogo), e apelidada de "Camaleão", a Aparecidense havia aberto vantagem no primeiro jogo (2x0) naquele mesmo estádio, tipo alçapão, da queda do Botafogo em 2018, resultado que derrubou o treinador vilanovense.

No jogo de anteontem, a volta, o Vila Nova, time de maior investimento, conseguiu tirar a vantagem em 16 minutos de jogo, e pouco antes do término da primeira etapa ampliou o placar para 3x0 e reverteu a vantagem. A etapa final da partida mostrou o Camaleão com um futebol mais organizado e compatível com o primeiro jogo, mesmo quando teve um homem a menos em campo, e um Tigrão com linhas baixas, preocupando-se em defender, o que conseguiu com êxito, apesar do empobrecimento do espetáculo.

Pude ver, nesses noventa minutos, cenários que vêm se reproduzindo ao longo do mundo todo de maneira globalizada: pressão fortíssima do mandante para fazer o placar nos primeiros 20 ou 30 minutos de jogo e o drama, do visitante ou do mandante que abriu o placar, para suportar a pressão adversária com linhas baixas, tentando explorar o contra-ataque e escapar da sufocante marcação com linhas altas do oponente.

Há pouco mais de dez dias publiquei o post Futebol Globalizado, no qual abordei o tema, quando da confirmação da classificação do Nova Iguaçu sobre o Vasco da Gama. Vi anteontem no time da Aparecidense de Lúcio Flávio (pela atuação na segunda etapa) um pouco do Nova Iguaçu, ou seja, um padrão tático bem superior ao que clubes com semelhante investimento apresentavam até poucos anos atrás.

Então, está acontecendo e com certeza se reproduzindo em todo o território nacional. Cada vez mais clubes estão acessando o conhecimento para uma melhor preparação no futebol profissional, o que encurta a distância para quem investe mais, mas não da melhor forma.

Contudo, será que a final que começa amanhã pode ser pautada por esse cenário ou, por outras palavras, o Nova Iguaçu, a despeito da inegável evolução, tem time para "peitar seriamente" o Flamengo nessa final?

Honestamente, penso que não. Creio convicto em uma vitória amanhã. Minha dúvida está mais no placar e nesse ponto é preciso que o time entre focado, sem estar com a cabeça na estreia da Libertadores, para superar um problema tão antigo, quanto crônico: a quantidade de finalizações desperdiçadas.

Creio na solidez do sistema defensivo e na capacidade do time exercer pressão por grande período, embora não tanto quanto creio em Deus Pai, Todo Poderoso, Criador do céu e da Terra. Mas a rigor, basicamente, o único cenário que me preocupa é o de eventual demora para a abertura do placar, provocando desgaste evitável à véspera do jogo contra o Millonarios em Bogotá. O intervalo entre as partidas será curto, considerando inclusive o tempo de deslocamento até a capital colombiana.

Mas será que dá para abrir uma boa vantagem, tipo 3x0, nesse primeiro jogo? Tenho certeza de que sim. Minha dúvida é o quanto o time precisará se desgastar para tanto ou, dito de outro modo, qual o nível de resistência que o Nova Iguaçu oferecerá contra a pressão rubro-negra. 

Num eventual cenário como esse, será importante avaliar se vale a pena mesmo gastar tanto as energias, se já estivermos à frente do placar.

Enfim, essas são as minhas dúvidas para jogo de amanhã - a extensão do placar e por quanto tempo o Flamengo acelerará o jogo.

Os Amigos do Buteco concordam ou acham que estou "calçando o salto alto"?

Tenham todos uma ótima e abençoada sexta-feira da paixão.

A palavra está com vocês.

Bom dia e SRN a tod@s.



quinta-feira, 28 de março de 2024

Devemos falar sobre Gabi

O erro começou na entrega da camisa 10 ao Gabi

Gabriel Barbosa, vulgo "Gabigol" ou "Gabi" ou "Lil Gabi" ou "Poderoso Gabi", conforme o momento do sujeito, tentou atrapalhar a coleta do anti-doping em 8 de abril de 2023, nas instalações do Flamengo, segundo a denúncia do ABCD (vide https://ge.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/2024/03/27/acordao-da-decisao-e-publicado-e-defesa-de-gabigol-do-flamengo-prepara-o-recurso.ghtml)
. Conforme a acusação, em um comportamento não condizente a um profissional do Flamengo ou qualquer outro clube, desrespeitou os agentes coletores e atrapalhou a coleta, a ponto do material de urina coletado ter sido entregue aberto, etc.

Ele já é um marmanjo. Não é adolescente. Nem idiota. Então porque se comportou de forma tão leviana? Gabi levou o nome do Flamengo à lama em associação com doping em suas próprias instalações, ainda que, como parece pelo exame de sangue, o jogador efetivamente não estava dopado. Agora porque o comportamento destrambelhado? 

O que leva inclusive à indagação sobre o ano descontrolado de 2023 tanto dos jogadores, comissões técnicas e dos dirigentes amadores. A falta de comando do Landim também causou isto, ao procurar sempre se escorar no péssimo dirigente amador de futebol, cuja maior façanha do ano de 2023 foi perseguir torcedor em um shopping e morder sua virilha.

Flamengo não tem comando, logo não tem orientação. Consequentemente, facilita que jogadores desorientados eventualmente possam se achar no direito de se comportarem como moleques em momentos de seriedade e ficarem revoltados porque terão que ficar um tempo a mais no clube. 

Para evitar isto o que os dirigentes permissivos, antiprofissionais, sem moral para cobrar, fizeram ainda no ano fracassado de 2023? Contrataram o Tite. Terceirizaram a disciplina para o técnico experiente enquanto estes mesmos dirigentes lavam as mãos. 

Gabi, péssimo jogador em 2023, embarcou em 2024 esperando uma inacreditável renovação milionária em seu contrato pelos feitos pré-2023, e pela fraqueza dos dirigentes atuais dependentes da imagem de ídolos e seus apelos junto à torcida. 

E agora José? Renovar com um sujeito que, pelo que tudo indica, só jogará em abril de 2025? E ainda que jogue em 2025 tem alto probabilidade de estar pior tecnicamente que está agora, pois sem ritmo, confiança e motivação. E marcado pelo caso da acusação da ABCD. Será perseguido pelas torcidas adversárias.

Conhecendo Landim e Marcos Brás, dirigentes ruins e fracos, estes devem renovar com este sujeito pela imagem que representou, ainda que hoje seu futebol seja bem ruim para o clube em termos de produtividade. Em 2023, ao que tudo indica, o jogador descuidou da parte física, perdendo a velocidade característica, confiança e, em determinados momentos, apareceu mais como um cantor desafinado de música duvidosa que jogador. Embora depois tenha alegado, oportunamente, que jogava sob contusão. Ok...

Na verdade o Gabigol, como conhecíamos, jogador rápido, eficaz, mortal e por isto virou ídolo, saiu do Flamengo em 2022. Ficou o Gabriel Barbosa. Jogador desde 2023 tecnicamente mediocre e agora envolvido em caso de possível sabotagem de exame anti-doping. Temos que lidar com isto e procurar urgente um centroavante para reserva de Pedro. Que, por favor, saiba cabecear e proteger a bola. 


quarta-feira, 27 de março de 2024

Túnel do Tempo: O Flamengo na Colômbia

Foto: André Durão/Agência O Globo

Salve, Buteco! Está chegando a Libertadores e vamos relembrar hoje os jogos do Mais Querido na Colômbia por competições oficiais da Conmebol. Um detalhe importante, nesse tema, é que a partida inaugural foi justamente contra o adversário da próxima terça-feira, 2 de abril, o Club Deportivo Millonarios ou Millonarios de Bogotá. O "match" ocorreu no mesmo estádio no qual jogaremos pelo Grupo E da Libertadores/2024, Nemésio Camacho ou El Campín, a 2.650 msnm. 

O placar final da partida foi Millonarios 4x1 Flamengo, com os colombianos contando com ninguém menos do que Di Stéfano em seus quadros - o argentino jogou pelo clube colombiano nas temporadas 1951 e 1952. Na próxima segunda pretendo postar sobre o perfil do adversário, abordando sua História e esse glorioso período.

Na ocasião, o Mais Querido jogou com a seguinte formação: Garcia; Biguá, Pavão, Aristóbulo e Almir; Dequinha e Rubens; Joel, Adãoziho, Benítez e Esquerdinha (Leone). O técnico era Flávio Costa. 

Para entender o contexto desse confronto, precisamos analisar a temporada do Mais Querido em 1952. Depois de se despedir do Torneio Rio-São Paulo com uma vitória sobre o Palmeiras por 2x1 no Maracanã, o Mais Querido partiu para uma longa excursão pelo Nordeste e, em seguida, por Peru, Colômbia e Equador (nessa ordem). 

Contudo, o elenco acabou dividido, eis que um time ficou no Rio de Janeiro e disputou o Torneio Extra da cidade. O time da excursão foi "mais encorpado", enquanto o que permaneceu no Rio era basicamente reserva, porém contando com alguns nomes como Aloísio (centroavante) e outros que jogariam bastante no futuro, como Valter Miraglia e Jadir, alguns até com grande destaque, casos de Índio e Zagallo.

Os resultados da excursão foram os seguintes:

18/5/1952 - Sport Boys 1x5 Flamengo (Adãozinho, Joel [2], Rubens e Huguinho) - Nacional do Peru (Lima)

20/5/1952 - Deportivo Municipal 4x4 Flamengo (Benítez [2], Rubens e Joel) - Nacional do Peru (Lima)

25/5/1952 - Alianza Lima 1x3 Flamengo (Joel, Adãozinho e Benítez) - Nacional do Peru (Lima)

1/6/1952 - Alianza Lima 2x2 Flamengo (Esquerdinha e Rubens) - Nacional do Peru (Lima)

5/6/1952 - Seleção de Arequipa 4x7 Flamengo (Huguinho [2], Rubens, Benítez [2], Lozada (contra) e Almir - Troféu Cidade de Arequipa - Mariano Melgar (Arequipa)

8/6/1952 - Deportivo Municipal 0x2 Flamengo (Joel e Benítez) - Nacional do Peru (Lima)

12/6/1952 - Millonarios 4x1 Flamengo (Rubens) - El Campín (Bogotá)

15/6/1952 - Deportivo Cáli 1x1 Flamengo (Nestor) - Pascoal Guerrero (Cáli)

22/6/2022 - Deportes Quindío 0x1 Flamengo (Benítez) - San José de Guaviare (cidade)

29/6/2022 - Boca Juniors de Cáli 3x6 Flamengo (Benítez [2], Huguinho, Nestor [2] e Esquerdinha) - Olímpico Atahualpa (Quito)

2/7/1952 - Barcelona de Guayaquil 1x3 Flamengo (Huguinho, Nestor e Dequinha) - George Capwell (Guayaquil)

A derrota para o (naqueles anos) forte Millonarios acabou sendo a única em todo o período.

***

Ao todo, segundo o FlaEstatísticaforam 16 (dezesseis) jogos do Mais Querido na Colômbia, com 10 (dez) vitórias, 3 (três) empates e 3 (três) derrotas entre amistosos e competições oficiais.

Vamos à lista:

12/6/1952 - Millonarios 4x1 Flamengo (Rubens) - El Campín (Bogotá) - Amistoso internacional

15/6/1952 - Deportivo Cáli 1x1 Flamengo (Nestor) - Pascoal Guerrero (Cáli)  - Amistoso internacional

22/6/2022 - Deportes Quindío 0x1 Flamengo (Benítez) - San José de Guaviare (cidade) - amistoso internacional

9/2/1964 - Atlético Nacional de Medelin 1x2 Flamengo (Airton e Carlos Alberto) - Atanazio Girardot (Medelin) - Amistoso internacional

13/2/1964 - Independiente de Medelin 0x1 Flamengo (Paulo Alves) - Atanazio Girardot (Medelin) - Amistoso internacional

16/2/1964 - América de Cáli 1x4 Flamengo (Nelson [2] e Foguete [2]) - Pascoal Guerrero (Cáli) - Amistoso internacional

2/10/1981 - Deportivo Cáli 0x1 Flamengo (Nunes) - Pascoal Guerrero (Cáli) - Taça Libertadores da América/1981

27/3/1984 - América de Cáli 1x1 Flamengo (Leandro) - Pascoal Guerrero (Cáli) - Taça Libertadores da América/1984

29/3/1984 - Atlético Júnior 1x2 Flamengo (Edmar e Tita) - Metropolitano (Barranquilla) - Taça Libertadores da América/1984

16/2/1993 - América de Cáli 2x1 Flamengo (Nilson) - Pascoal Guerrero (Cáli) - Taça Libertadores da América/1993

19/2/1993 - Atlético Nacional 0x1 Flamengo (Renato Gaúcho) - Atanazio Girardot (Medelin)

6/2/2002 - Once Caldas 1x0 Flamengo - Palogrande (Manizales) - Taça Libertadores da América/2002

30/11/2017 - Atlético Júnior 0x2 Flamengo (Felipe Vizeu [2]) - Metropolitano (Barranquilla) - Copa Sul-Americana/2017

25/4/2018 - Independiente Santa Fé 0x0 Flamengo - El Campín (Bogotá) - Taça Libertadores da América/2018

4/3/2020 - Atlético Júnior 1x2 Flamengo (Everton Ribeiro [2]) - Metropolitano (Barranquilla) - Taça Libertadores da América/2020

29/6/2022 - Deportes Tolima 0x1 Flamengo (Andreas Pereira) - Manuel Murillo Toro (Ibagué) - Taça Libertadores da América/2022

Já deu para tirar algumas conclusões desse retrospecto: a) as "casas" do Flamengo na Colômbia são Medelin e Barranquilla (só vitórias!) e b) está na hora de quebrar o tabu de jamais haver vencido no El Campín e na altitude de Bogotá, muito embora tenha disputado apenas dois jogos no local.

***

Para "dar sorte", vamos recordar os gols das vitórias do Flamengo na Colômbia que possuem registros de imagens preservados na Internet:

1) Deportivo Cáli 0x1 Flamengo - Libertadores/1981



2Júnior 1xFlamengo - Libertadores/1984



3Atlético Nacional 0xFlamengo - Libertadores/1993



4Júnior 0xFlamengo - Sul-Americana/2017



5Júnior 0xFlamengo - Libertadores/2020



6) Deportes Tolima 0xFlamengo - Libertadores/2022


***

Estou confiante em uma vitória na próxima terça-feira, dado o bom trabalho do Tite e de sua comissão técnica nesse início de temporada em 2024.

Contudo, quero saber a opinião dos Amigos do Buteco.

E, para tanto, a palavra está com vocês.

Bom dia e SRN a tod@s.

segunda-feira, 25 de março de 2024

Altitude e Atitude

La Paz e o Estádio Hernando Siles,
no quadrante direito inferior
 

Salve, Buteco! Começo esse post agradecendo, mais uma vez (a exemplo de 2020, na conquista do título), ao SC Internacional de Porto Alegre, que, na 38ª Rodada do Brasileiro, venceu um adversário direto - no caso, o Botafogo - no Beira-Rio por 3x1 e "salvou" o Flamengo, outra vez derrotado pelo São Paulo no Morumbi, de uma viagem para Cochabamba, na Bolívia, para enfrentar o Aurora, no Estádio Félix Capriles, a 2.582 msnm.

O Inter também foi, pelas quartas-de-final da Libertadores/2023, o último brasileiro a derrotar o Bolívar em La Paz - adversário e destino do Mais Querido na 3ª Rodada do Grupo E da Libertadores/2024, num hoje longínquo 15 de maio. Uma viagem e o próprio jogo em Cochabamba, mesmo a cidade estando a cerca de 1.000m abaixo da altitude da capital La Paz, consumiria as energias do elenco e certamente influiria na preparação do time para a temporada e, talvez, até na campanha no Campeonato Carioca.

Pesquisando as regras sobre a capacidade mínima dos estádios para a Libertadores, deparei-me com o item 4.2.2 do Manual de Clubes, que estabelece os seguintes limites:


Fase

Capacidade do Estádio

Fase Preliminar

(Fase 1, 2 y 3)


7.500 lugares

Fase de Grupos

10.000 lugares

Oitavas e Quartas de Final

20.000 lugares

Semifinal

30.000 lugares

A melhor forma de escapar de alçapões com baixa capacidade mínima é não disputar a fase preliminar da Libertadores, até porque, pesquisando sobre estádios localizados em cidades com altitude, descobri que existem vários com baixa capacidade em grandes altitudes, levando-me a constatar que as populares "listas de estádios em lugares mais altos no mundo" são furadas, pois na verdade representam apenas um filtro sobre estádios mais populares.

Ampliando um pouco esse filtro para estádios com capacidade de pelo menos 12.000 lugares, considerando os jogos pela Recopa Sul-Americana contra o Independiente Del Valle, em 2023, elaborei uma lista de estádios considerando altitudes de relevância e algumas cidades cujos clubes locais volta e meia disputam a Copa Libertadores da América ou a Sul-Americana.

Comecemos com os locais de altitude extremada, considerados aqueles a partir de 3.000 msnm:


Altitudes Extremas

País

Cidade

Estádio

Clube

Peru

Cerro de Pasco

Daniel Alcides Carrión

8.000 lugares

4320msnm

Unión Minas Vólkan

Bolívia

El Alto

Municipal El Alto

25.000 lugares

4.083 msnm

Always Ready

Peru

Yauri

Municipal de Espinar

13.000 lugares

3.925 msnm

Deportivo Alfredo Salinas

Bolívia

Potosí

Victor Agustín Ugarte

32.105 lugares

3.885 msnm

Real Potosí

Atlético Nacional de Potosí

Bolívia

Llallagua

(Região Oruro)

Irineo Pimentel Rojas

17.000 lugares

3.862 msnm

Não identificado

Peru

Puno

Enrique Torres Belón

20.000 lugares

3.829 msnm

Deportivo Alfonso Ugarte

Peru

Juliaca

Guillermo Briceño Rosamedina

20.030 lugares

3.824 msnm

Deportivo Binacional

Peru

Puno

Municipal de La Universidade Nacional del Atiplano ou Puna UNO

20.000 lugares

3.817 msnm

Deportivo Alfonso Ugarte

Bolívia

Oruro

Jesús Bermúdez

33.000 lugares

3.711 msnm

Deportivo San José

Bolívia

La Paz

Hernando Siles

41.143 lugares

3.581 msnm

Bolívar

The Strongest

Peru

Siucani

(Região Cusco)

Túpac Amaru

15.230 lugares

3.546 msnm

Cusco FC

Bolívia

La Paz

Rafael Mendoza Castellón

14.000 lugares

3.502 msnm

The Strongest

Peru

Cusco

Inca Garcilaso de la Vega

42.056 lugares

3.362 msnm

Cienciano

Deportivo Garcilaso

Cusco FC


Peru

Huancayo

Huancayo

17.000 lugares

3.259 msnm

Sport Huancayo

Peru

Huaraz

Rosas Pampa

20.000 lugares

3.040 msnm

Sport Áncash

Rosario FC


Como vocês podem perceber, acima de 3.000 msnm só dá Bolívia e Peru. E deixo claro que utilizei um filtro, pois há, em ambos os países, muitos estádios que atendem a capacidade mínima fixada no Manual de Clubes da Libertadores, mas com clubes que dificilmente disputarão uma competição da Conmebol. O próprio primeiro lugar da lista, o estádio com maior altitude no mundo (Daniel Alcides Carrión, em Cerro de Pasco), é um exemplo dessa categoria, assim como os dois últimos, localizados no Peru.

Contudo, quando apliquei o filtro para estádios em altitudes moderadas, assim entendidos aqueles situados abaixo de 3.000 msnm, tive que ser mais exigente nos critérios, pois Colômbia, em menor quantidade, e especialmente Equador e Peru têm muitos (muitos, muitos) estádios com capacidade entre 2.500 e 2.900 msnm, porém situadas em cidades cujos clubes locais dificilmente disputarão até mesmo a Sul-Americana.


Altitudes Moderadas

País

Cidade

Estádio

Clube

Equador

Quito

Gonzalo Pozo Ripalda

18.799 lugares

2.873 msnm

Aucas

Colômbia

Tunja

La Independencia

20.000 lugares

2.822 msnm

Boyacá Chicó

Patriotas

Equador

Latacunga

(Região Quito)

Municipal La Cocha

16.2000 lugares

2.782 msnm

El Nacional

Aucas

Deportivo Quito

América de Quito

Deportivo Técnico Universitário

SD Flamengo

Equador

Quito

Olímpico Atahualpa

40.948 lugares

2.769 msnm

El Nacional

Deportivo Quito

Equador

Quito

Rodrigo Paz Delgado ou Casa Blanca

41.596 lugares

2.726 msnm

LDU

Equador

Riobamba

Olímpico Fernando Guerrero ou Olímpico de Riobamba

14.400 lugares

2.700 msnm

Deportivo Olmedo

México

Toluca

Nemesio Díez

30.000 lugares

2.667 msnm

Toluca

Colômbia

Bogotá

Nemésio Camacho ou El Campín

36.343 lugares

2.650 msnm

Millonarios

Independiente Santa Fé

Bolívia

Cochabamba

Félix Capriles

32.303 lugares

2.582 msnm

Jorge Wilstermann

Aurora

Equador

Cuenca

Alejandro Serrano Aguilar

16.500 lugares

2.526 msnm

Deportivo Cuenca

Colômbia

San José de Pasto

Departamental Libertad

19.000 lugares

2.527 msnm

Deportivo Pasto

Equador

Amaguaña

(Região Quito)

Banco Guayaquil

12.600 lugares

2.517 msnm

Independiente Del Valle

México

Pachuca de Soto

Hidalgo

27.512 lugares

2.426 msnm

Pachuca

Peru

Arequipa

Monumental de la Universidad Nacional de San Agustín

60.000 lugares

2.335 msnm

Melgar

México

Cidade do México

Azteca

87.000 lugares

2.240 msnm

América

Cruz Azul

Colômbia

Manizales

Palogrande

28.678 lugares

2.128 msnm

Once Caldas


Há bem mais estádios do que as listas costumam mostrar, como vocês podem perceber.

O mais importante de se jogar na altitude é ter atitude. Deixo claro que não é simplesmente ter coragem, mas sim estratégia. Após o drama passado a 4.000 msnm em Potosí, na Libertadores/2027, jogo no qual o time teve atitude (corajosa) para buscar o resultado, o Departamento de Futebol do Flamengo teve a melhor atitude possível na preparação para os jogos na altitude na Libertadores/2018 - em Cusco, o time se impôs no Garcilaso de la Vega, vencendo por 3x0 o Cienciano, e também venceu bem o América no Azteca por 4x2, decidindo a partida nos últimos minutos em intensos e fulminantes contra-ataques.

Entre 2019 e 2023 tivemos exemplos de atitude e de falta dela. Boas vitórias em Oruro (San José) e Quito (LDU), um empate sendo roubado pela arbitragem em Quito (2019, Del Valle) e evitáveis vexame (Del Valle, Quito, 2020) e insucessos (Del Valle, Amaguaña, e Aucas, Quito, 2023), nestes últimos casos provocados principalmente pelo erro crasso no encurtamento da pré-temporada e extensão das férias do idiossincrático elenco rubro-negro.

Na altitude extremada, não perder acaba sendo lucro e a vitória um excelente resultado, mas tudo pode piorar a depender da cidade. Até aqui, por só se classificar para a Fase de Grupos, o time tem naturalmente enfrentado adversários sediados em capitais ou grandes centros, o que provavelmente mudaria na fase preliminar, quando uma viagem de onibus até um local mais distante (sem aeroporto) faria a estratégia de "chegar na hora do jogo" ir por água abaixo.

Por outro lado, na altitude moderada seus efeitos são contornáveis, desde que a preparação seja correta. O retrospecto dos mandantes, especialmente LDU e Del Valle, mostra que o critério técnico e a altitude moderada formam um conjunto poderoso, que só a melhor preparação pode sobrepujar.

Ainda teremos tempo para conversar sobre os adversários com altitude do Grupo E e sua relação com seus respectivos estados, mas podemos dizer, desde logo, que no trabalho do preparador físico Fábio Mahseredjian parece sobrar atitude.

Que sejam os bons ventos trazendo o sopro das vitórias rubro-negras na temporada/2024, inclusive na altitude.

A palavra está com vocês.

Bom dia e SRN a tod@s.