sexta-feira, 4 de agosto de 2023

1x0. No Limite.

Foto: Wagner Meier/Getty Images

Há quase 2 anos, quando o Flamengo enfrentou o Olimpia pelas quartas-de-final da Libertadores da América/2021, eu publiquei dois posts (1 e 2) mencionando os perigos do confronto, algo na linha do post de anteontem (túnel do tempo). Pois bem, o jogo pegado que eu esperava em 2021 veio a ocorrer na noite de ontem, no Maracanã. Como escrevi na quarta-feira, o retrospecto recente dos paraguaios não me enganava, até pelo recente exemplo do Racing, adversário do Grupo A da Libertadores/2023.

E falando em Racing, vi semelhanças entre os jogos do Maracanã contra argentinos e paraguaios, especialmente no adversário postado, "marcando com onze" em seu campo. A diferença entre um jogo e outro foi, primeiramente, a maior capacidade de reação do próprio Flamengo no segundo tempo contra os argentinos, e na maior catimba e no jogo faltoso de ontem, contra os paraguaios.

Mas o Flamengo do primeiro tempo contra o Racing esteve presente na maior parte dos 90 minutos de ontem, contra o Olimpia. Um time rombudo, sem expressão e criatividade, incapaz de pressionar o adversário e até mesmo forçar o erro em sua saída de bola. Algo semelhante ao que já tinha sido visto na final da Recopa Sul-Americana, no jogo do Maracanã contra o Independiente Del Valle, claro que bem melhor organizado taticamente dentro de campo. A dinâmica, porém, é a mesma.

Houve clara evolução do time desde a saída de Vítor Pereira e a chegada de Jorge Sampaoli, mas não a ponto de resolver a enorme dificuldade do Flamengo quando enfrenta sistemas defensivos "postados" ou, no melhor jargão futebolístico, retrancados.

E no frigir dos ovos, uma jogada manjada, fruto do antigo entrosamento entre os nossos dois principais atacantes (desde a época do Santos), deu a magra vitória ao Mais Querido, além da vantagem para o que promete ser um jogo bruto e nervoso em Assunção, no Defensores Del Chaco.

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Acredito que o incidente envolvendo o centroavante Pedro influenciou negativamente na concentração do time para a partida de ontem. O elenco deveria ter virado a chave, motivado e confiante, após a heroica, rara e difícil vitória no sábado à noite, porém viu-se forçado a acompanhar e, naturalmente, ser afetado pela guerra de nervos que pode até ter diminuído com o retorno do Queixada para os treinamentos, mas que certamente ainda está em curso.

Concentração, aliás, não é algo que se atinja do dia para a noite, num estalar de dedos. Exige antecedência, ambiente livre de distrações e tensões desnecessárias, tudo o que não ocorreu no Departamento de Futebol do Flamengo nos últimos dias.

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Destaque para Bruno Henrique, não apenas pelo gol, mas por ter sido o jogador mais perigoso do time. Em contrapartida, a atuação de Arrascaeta foi abaixo da crítica. Conseguiu me irritar até mesmo nas cobranças de falta e de escanteio. No primeiro tempo, chegou a errar um tiro de corner e quase acertar as costas de Bruno Henrique, que caminhava para o centro da área.

E mesmo Bruno Henrique, o herói da noite de ontem, talvez tenha perdido a grande chance de aumentar o placar em uma finalização para fora.

A atuação do Flamengo, definitivamente, não foi inspirada, tanto coletiva, quanto individualmente. A título de exemplo, Ayrton Lucas não parece ser o mesmo jogador desde a chegada do argentino. O problema começa na construção do jogo, desde a linha de zaga.

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Ontem, enquanto ajustava alguns detalhes no Ficha Técnica, alertei neste tuite sobre a incomum formação da equipe de arbitragem e a presença da figura execrável de Hector Baldassi como assessor de árbitros.

A arbitragem do senhor Dario Herrera, especialmente no primeiro tempo, seguiu o padrão da arbitragem de Baldassi na partida contra o Defensor pelas oitavas de final da Libertadores/2007, picotando e não deixando o jogo correr, e estimulando a catimba e a violência do Olimpia.

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Se Sampaoli demorou a mexer, pois a entrada de Everton Cebolinha deveria ter ocorrido antes, da mesma forma é preciso reconhecer que o banco não fornecia tantas opções para mais substituições, muito pela ridícula segunda janela que o clube fez esse ano, enfraquecendo o elenco com as negociações de Matheus França e Matheus Gonçalves, os quais não tiveram reposição.

Fazendo propostas inexequíveis para o Zenit e correndo para não chegar em De La Cruz, esterçando de maneira desnecessária a relação com o River Plate, a Diretoria caprichou na dose de cinismo e incompetência.

Agora se vira, Careca, eis que bola está contigo. 

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E a palavra, como sempre, está com vocês.

Bom die SRa tod@s.