quarta-feira, 12 de abril de 2023

Reflexões Rubro-Negras (Desabafo)

 

Salve, Buteco! Em um cenário pós apocalíptico, ainda muito turvo, talvez não seja nem mesmo prudente tecer considerações mais profundas. Sequer temos um treinador definido.

Vamos então a algumas breves considerações aleatórias, ainda em tom de desabafo:

Vítor Pereira

Ressaltei bastante os problemas de planejamento (extensão das férias do elenco e curta pré-temporada) e o impacto negativo no trabalho de Vítor Pereira, que, porém, me decepcionou profundamente em pelo menos três momentos: 

a) substituições absurdas contra o Independiente Del Valle no Maracanã, especialmente as saídas de Ayrton Lucas e Pedro; 

b) péssima leitura de jogo e estratégia no segundo tempo do jogo contra o Aucas em Quito; 

c) escalação e estratégia de jogo contra o Fluminense, no segundo jogo da final, especialmente a saída de Matheus França para a entrada de Gabigol em uma posição/função tática que já havia declarado não se sentir apto para executar.

Jorge Jesus

Não acredito na seriedade da proposta do Flamengo. 

Acredito que estamos testemunhando o Circo de Istambul, após o "sucesso" do Circo de Lisboa, pois tudo indica que o treinador já foi escolhido e é o argentino Jorge Sampaoli, segunda opção de fato após a recusa de Tite. O mesmo ocorreu, na minha opinião, quando o vice-presidente de futebol viajou para Lisboa em dezembro/2021.

Não acredito em uma linha do que os setoristas de bolso vem escrevendo.

Jorge Sampaoli

"O Flamengo, no atual estado anímico que os jogadores atravessam, com a qualidade e sequência natural de futebol de ataque, parece ilógico pensar que esteve em 14.º [no Brasileirão]. Quando um treinador pensa que o jogador tem que adaptar-se ao seu estilo e não ao contrário, o fracasso está assegurado. Continuo a achar que o futebol não é do treinador, mas sim dos jogadores" (entrevista publicada pelo periódico Record, de Portugal)

A declaração foi dada pelo argentino há menos de um ano, logo após o anúncio da saída de Paulo Sousa do comando da equipe. Acaso se confirme a sua vinda para o Flamengo, a torcida deverá cobrar do "Careca" uma postura condizente com essa avaliação.

Jorge Sampaoli segue mais a escola Bielsa (Marcelo Bielsa) do jogo de posição. Apesar de achar "El Loco" excessivamente teórico e pouco pragmático, o Careca é muito competitivo e obcecado por vencer.

Desconheço o autor da arte abaixo, que vem circulando no Twitter e situa de maneira razoavelmente precisa as preferências, por filosofia tática de jogo, de muitos dos principais treinadores brasileiros e estrangeiros.


O quadrante inferior esquerdo é o mundo ideal para o atual elenco do Flamengo, enquanto o superior direito é o mais hostil. Adivinhem em qual deles se situam Paulo Sousa e Vítor Pereira?

Na teoria, Sampaoli tem um jogo "menos físico e longo", além de "mais curto e técnico", do que os os dois últimos treinadores portugueses do Flamengo. Ainda assim, não é absurdo temer por novo choque de estilos e ideias com o idiossincrático elenco do Flamengo.

Da mesma forma, em sentido inverso, não é sensato decretar antecipadamente o seu fracasso. Como escreveu o rubro-negro Patrick (@patrick_1972) no Twitter, "O Sampaoli voou no Santos e foi bem no Galo. Ataca com 7, retém a bola, é agressivo. JJ combina mais com o elenco atual, mas longe do Sampaoli ser essa merda."

Fé, irmãos rubro-negros, até porque é o que nos resta.

Elenco

Circula uma versão de que os jogadores teriam se aborrecido com a decisão de Vítor Pereira de levar todo o elenco para Quito e só escalado o time alternativo. O motivo chega a ser pueril quando nos lembramos de que o saudoso (para mim e para o elenco) Dorival Junior utilizava o sistema de times "A" e "B" entre o Campeonato Brasileiro e as copas ano passado.

Não sei até que ponto se pode dar credibilidade a essa narrativa, nem mesmo se corresponde minimamente à realidade, mas é muito estranho como, após vencer o primeiro jogo de uma final, abrindo dois gols de vantagem, elenco e treinador tenham entrado em tão profunda crise.

Estou muito desconfiado e não confio em nenhuma das partes no momento (muito menos na Diretoria).

Não foi normal o que ocorreu, desde a súbita erupção de uma animosidade tão profunda, como a própria escalação do treinador, lançando Gabigol, que havia declarado não se sentir apto para desempenhar a função, no lugar do ascendente Matheus França.

Mais estranha ainda foi a postura dos atletas em campo.

Não consigo encontrar uma explicação lógica para o que ocorreu. De onde surgiu essa crise? 

É tudo muito estranho...

Maringá

Amanhã tem jogo pela estreia na Copa do Brasil e a vida tem que seguir, mas ainda não me sinto em condições de falar sobre a Diretoria sem perder as estribeiras.

Portanto, a palavra está com vocês.

Bom diSRtod@s.