terça-feira, 26 de abril de 2022

Checkpoint Brasileirão

Foto: Gilvan de Souza / Flamengo

Olá Buteco, bom dia!

Após o extenuante jogo de quarta-feira, 0x0 contra o Palmeiras, minha grande preocupação era exatamente a recuperação e níveis de entrega para o jogo de sábado. Num passado recente, vimos um Flamengo muito similar a esse: sofre para empatar ou conseguir uma vitória magra em casa, tendo que jogar muito, e é presa fácil fora. Infelizmente, aconteceu novamente. 

As desculpas são as mais variadas possíveis, sendo a maior dela o inacreditável "é difícil jogar lá" (seria uma nova versão do "perder é normal"????), ainda que na rodada anterior o atual campeão tenha acabado de voltar do Paraná com a vitória, sem o seu melhor jogador. Aproveitando o tema do Mestre Melo da última sexta, sobre lendas que repousam no imaginário geral, fui buscar a estatística do Athletico Paranaense, em casa, contra os últimos 10 campeões brasileiros e deixo maiores análises para os amigos:

  • 2012 - Athletico jogou a 2ª divisão
  • 2013 - Athletico 2x2 Cruzeiro - 2ª rodada - Vila Olímpica do Boqueirão
  • 2014 - Athletico 2x3 Cruzeiro - 3ª rodada - Brasília
A partir da inauguração da Arena da Baixada:
  • 2015 - Athletico 1x4 Corinthians - 4ª rodada - Baixada
  • 2016 - Athletico 0x1 Palmeiras - 20ª rodada - Baixada
  • 2017 - Athletico 0x1 Corinthians - 33ª rodada - Baixada
  • 2018 - Athletico 1x3 Palmeiras - 4ª rodada - Baixada
  • 2019 - Athletico 0x2 Flamengo - 25ª rodada - Baixada
  • 2020 - Athletico 2x1 Flamengo - 32ª rodada - Baixada
  • 2021 - Athletico 0x1 Atlético MG - 32ª rodada - Baixada

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Ganhar todas em casa e empatar fora! É a receita infalível para ser campeão brasileiro, certo? Errado! 19 vitórias = 57 pontos, com mais 19 empates levam a 76 pontos no total, insuficientes para fazer o campeão em 7 dos últimos 10 campeonatos. Essa projeção mostra quão prejudiciais (e ilusórios, para quem disputa o título) são os empates. Para ganhar o campeonato brasileiro, é necessário vencer em casa e fora, constantemente.

Nos últimos anos, a tendência para o campeonato brasileiro era acontecer algo similar aos campeonatos europeus: alguns poucos clubes se destacam em um patamar muito diferente dos demais, elevando a pontuação final do campeão. O ápice desse descolamento, nunca é demais lembrar, foi o iluminado Flamengo de 2019, com o recorde de 90 pontos, passando o trator em quem viesse pela frente. Para o campeonato deste ano, a tendência ainda se mantém. Ou seja, com menos de 80 pontos, as possibilidades de título se resumem a secar os principais adversários, durante as 38 rodadas. Dureza. 

Enfim, para título, a meta é conquistar 11 pontos a cada 5 rodadas. Assim, chegaríamos na rodada 35 com 77, podendo atingir 86 pontos no sprint final (últimos 3 jogos). Neste primeiro bloco, já fizemos 4 jogos e somamos apenas 5 pontos, o que reflete o mau momento do time. Porém, nem tudo está perdido: ganhando do Botafogo na rodada 5, vamos a 8 e ficaríamos a apenas 3 da meta. Se considerarmos que há reforços para engatar e, como bem vem frisando o Gustavo, precisamos sobreviver até a janela de transferências do meio do ano, o negócio é não desgarrar muito.

Após o jogo com o Botafogo, vejamos os desafios do Bloco 2:
  • Ceará x Flamengo, fim de semana;
  • Flamengo x Goiás, fim de semana;
  • Fluminense x Flamengo, fim de semana;
  • Flamengo x Fortaleza, fim de semana;
  • Bragantino x Flamengo, meio de semana.
Pra quem está jogando mal, não tem jogo fácil e se fizermos qualquer projeção com o que estamos jogando hoje, esquece. É para ficar em 5 ou 6 pontos mesmo. Em todo caso, esperamos que o time suba de produção e rápido, pois o campeonato de pontos corridos não perdoa um início muito ruim. 

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Paradoxalmente, atualmente é menos difícil ser campeão da Libertadores. O cenário econômico na América do Sul vai de mal a pior e isso reflete nos times: nem os argentinos conseguem mais manter elencos fortes por muito tempo e os brasileiros acabam sendo as grandes forças da competição. 

É avançar em primeiro lugar do grupo e, a depender do sorteio, ter um caminho favorável até as semifinais quando, aí sim, o time precisará estar no ponto para enfrentar os adversários mais qualificados. Agora, se ficarmos em 2º do grupo e pegarmos uma pedreira já nas oitavas, a coisa pode complicar: os jogos dessa fase estão agendados para 29 de Junho e 6 de Julho, antes da 2ª janela de transferências. Daí a importância de ganhamos quinta-feira da Universidad Católica. 

Vamos ver se o time engrena. Também achei bizarra a inversão do Lázaro, para continuar com Marinho na esquerda, quando todo mundo queria ver o Marinho jogando pela direita. E com o acúmulo de fracassos na temporada, isso vai minando a confiança no trabalho que está sendo desenvolvido. Normal.

Mas é o Flamengo, não é? Já vimos times com muito menos qualidade que esse darem liga e partir para conquistas improváveis... Quem sabe não acontece novamente? 

Saudações RubroNegras!!!