quinta-feira, 7 de abril de 2022

A bagunça generalizada do futebol

Foto: Notícias do Flamengo

Tivemos um ano atípico nesta gestão do Landim, justamente seu primeiro ano, 2019. Parecia que realmente cultivava valores vencedores e um futebol focado em efetividade, força e competividade. Trocaram um técnico ultrapassado ainda que tenha ganho o carioquinha por um técnico estrangeiro, demonstrando coragem e ousadia. O técnico estrangeiro foi um sucesso inquestionável e mudou os parâmetros de futebol em todo o Brasil. Palmeiras, inclusive, agradece. 

Porém os compromissos de campanha do Landim com as alas mais arcaicas e atrasadas do clube, no objetivo egocêntrico de se eleger a qualquer custo, cobraram o preço. O Futebol degringolou. Numa opção pelo amadorismo mais grotesco e ultrapassado na gestão de futebol à partir de 2020, com a troca de comissões técnicas sucessivas sem análise de suas adequações ao elenco, mantendo gramado de jogo e treinamento inadequados para uso, troca de vários membros do staff profissional por indicações políticas e familiares, criaram um tsunami de revolta e derrotas em série, os quais vários vices campeonatos consecutivos indignaram a torcida.

Em um modelo anti-profissional em que um VP vereador é "assessorado" por um grupo de outros amadores palpiteiros escolhidos por aliados políticos, como isto dar certo em um momento em que o futebol em todo mundo busca cada vez mais a excelência em análises, treinamentos, contratações e  renovações?

Flamengo regrediu. Ainda que na gestão anterior  seu diretor de futebol, Rodrigo Caetano, não tenha dado certo por contratações erradas, talvez excessiva influência de um presidente voltado tristemente a protecionismo de jogadores, e um Centro de Inteligência ainda insipiente. Era ao menos um caminho para um modelo profissional mais avançado no futuro. Em que se buscaria uma Diretoria Técnica, que sempre faltou ao Flamengo, para dar suporte a uma espécie de CEO do futebol, o qual cuidaria do Futebol Profissional como um todo, cobrando os resultados que a parte amadora do clube traçaria como objetivos, desde que, claro, suportados pelo orçamento. 

Mas hoje nem este modelo ainda que passível de melhoria temos. O VP de futebol, dirigente amador voluntário, age como CEO ainda que tenha outra atividade profissional. Acumula o cargo de diretor técnico o qual sucessivas contratações bisonhas de comissões técnicas mostraram que é inadequado ao cargo. Fora renovações com jogadores exasperadamente fim de linha. 

Enfim, ainda que isto tudo esteja constatado desde 2021, os associados do Flamengo reelegeram Landim sem que o mesmo tenho apresentado qualquer plano para o futebol ou para o clube como um todo. Deram um cheque em branco pro sujeito, o que muitos destes associados sequer dariam a própria mãe. Agora os mesmos tentam marcar reuniões para saber o que está acontecendo. Mas o Marcos Braz prefere reunião com torcida organizada, o que torna de certa forma, patéticos os associados que o elegeram com este cheque em branco.

Mas tudo isto é retrato do modelo profundamente amador do Landim. Em um futebol profissional, amadores palpiteiros não tem vez. O que podem cobrar são resultados. E não entrar por dentro do clube para verificação de métodos de trabalho, afinal o que sabem a respeito? Nada. Se fossem mais sérios cobrariam uma auditoria esportiva para fazer a verificação. Mas tudo é voluntarismo e egocentrismo. Enfim, é chover no molhado. Enquanto isto mais crises a caminho.