terça-feira, 29 de março de 2022

Recortes da Pré-Temporada

Foto: Alexandre Vidal/Flamengo

Olá Buteco, bom dia!

Nesta semana, vamos para mais uma decisão de Campeonato Carioca contra o Fluminense, encerrando o período de pré-temporada. Os verdadeiros desafios se iniciam a partir de terça-feira, quando iremos ao Peru enfrentar o Sporting Cristal. Naturalmente, a grande pergunta que se apresenta é "estamos preparados para os desafios da temporada?"

O post de hoje tem por objetivo abrir discussões sobre essa questão. Para isso, inicialmente vamos reavaliar os tais desafios, que se apresentarão ao longo do ano:

1. Calendário.

Com a Copa do Mundo do Qatar marcada para o final de Novembro, a temporada brasileira de futebol será encurtada em pelo menos 2 semanas e, como a Libertadores, o Brasileirão e a Copa do Brasil não tiveram alterações em número de jogos, vamos vivenciar uma sequência insana de jogos quarta/domingo.

2. Adversários 

No Ano Mágico de 2019, Mister Jorge Jesus nadou de braçada por aqui. Foi esculacho em cima de esculacho, o que fez com que os rivais se movimentassem para melhorar em níveis táticos e qualidade de elenco. O Flamengo estava tão acima dos demais que ainda levamos o Brasileirão 2020 no automático e sem o Mister. Mas, enquanto os rivais evoluíram, o nosso trabalho tomou caminho contrário. Hoje, Palmeiras e Atlético estão em um estágio acima. 

3. Lacunas do Elenco

O tempo é implacável e chega para todos, especialmente para os atletas. O time mágico de 2019 já tinha um número alto de veteranos (Diego Alves, Rafinha, Filipe Luís e Everton Ribeiro entre os titulares, Diego entre os reservas) e, destes, apenas Rafinha não está mais no clube, substituído por Isla, outro veterano. São 3 anos a mais e declínio físico evidente. 

Também convivemos com muitos problemas físicos - Rodrigo Caio, Thiago Maia, próprio Bruno Henrique, que não tem conseguido emendar uma sequência de jogos - e as reposições às saídas não foram tão assertivas quanto desejávamos. Há um problema sério na nossa linha de 4 do meio-campo e esse é um dos grandes desafios para o treinador resolver. 

4. Necessidade de Títulos

Após o fiasco do ano passado, estamos muito mais pressionados para voltarmos a celebrar um título grande. No Flamengo, já tem pressão ganhando, ainda mais perdendo... Nesse sentido, vencer o Fluminense, conquistando o inédito tetracampeonato carioca, daria um pouco de tranquilidade para a nova comissão técnica.  Tudo o que não precisamos agora é uma ruptura com o trabalho que vem sendo desenvolvido. Seria voltar à estaca zero, às vésperas do início das competições que realmente importam.

***

Os desafios estão postos. E o Flamengo, está pronto? Sinceramente, acho que ainda não. Gosto do esquema com 3 zagueiros, não pelo número em si, mas por forçar que estes zagueiros participem ativamente do jogo com a bola. Estamos vendo Fabrício Bruno, David Luiz e Leo Pereira conseguindo bons lançamentos e avanços com a bola, na construção das jogadas ofensivas. E também acho que o esquema favorece bastante a utilização do Filipe Luís.

Por outro lado, a linha de 4 no meio-campo carece de ajustes porque, se os zagueiros estão saindo mais com a bola, os volantes não podem ficar esperando aquele passe curtinho para jogar. Eles precisam ir se projetando nos espaços e ajudando a empurrar o adversário para trás. Essa parte não tem funcionado, nem com Arão, nem com Andreas. Só o Gomes conseguiu algum destaque no período. Thiago Maia, para mim, é uma incógnita: ano passado esteve completamente sem condições físicas e parece ainda estar retomando a melhor forma. Se conseguir, será muito útil.

Os alas também não estão bem. Matheuzinho me parece com pouca confiança. Em um desses últimos jogos, ele recebeu um lançamento fantástico do David Luiz, que qualquer um que joga pelada ia chegar chutando, naquela de ou faz um golaço ou joga a bola na arquibancada. No entanto, estranhamente, ele já chegou na bola posicionado para dar o passe para dentro da área, a zaga cortou e a jogada não deu em nada. Outro sintoma foi na decisão por pênaltis contra o Atlético: Matheuzinho era cobrador de pênaltis no Sub-20, sabe bater. Mas fez uma cobrança típica de quem está sem confiança. Do outro lado, a experiência com Everton Ribeiro não deu certo e quem melhor se apresentou por ali foi Lázaro. Estamos contratando para a posição. Torcer para acertar.

No ataque, muita displicência, problema que já vem há algum tempo. Ainda não conseguimos aproveitar o melhor do Pedro e Marinho, uma boa contratação, também ainda não conseguiu se adequar às ideias do treinador. O destaque absoluto desse período é Arrascaeta, um monstro.

Temos muita coisa a melhorar, mas temos algum tempo. O sorteio da Libertadores foi generoso, se não subestimarmos os adversários, temos tudo para classificar com antecedência. Entretanto, o time ainda precisa daquela atuação antológica, que sirva de parâmetro para o resto da temporada. Que ela venha contra o Fluminense e nos traga o tetra!

Saudações RubroNegras!!!