segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

Domènec Feelings

O saco de pancadas rubro-negro do Tricolor
 
Salve, Buteco! É cedo para tirar conclusões definitivas? Sim, sem dúvida, mas essa constatação não impede outra, a de que o Flamengo, que perdeu a terceira partida consecutiva para o Fluminense, ontem pareceu aquele time dos tempos de Domènec Torrent como treinador. É claro que não se tratou de uma goleada como algumas que aquele time sofreu, mas a escalação inexplicável e a execução tática confusa estavam lá, presentes e como que saudando a memória do catalão.

Tenho plena consciência de que os treinadores adeptos do jogo de posição gostam de rodar o elenco e mudar a escalação e a estratégia de acordo com os adversários, o que considero um ponto positivo dessa filosofia. Acredito inclusive que essa ideia tenha influenciado bastante a escolha do onze inicial no Fla-Flu de ontem. Só que, em tese essa rodagem pode perfeitamente ser feita adaptando-se ao contexto de um clássico, sem prejudicar as melhores escolhas.

Em que contribuiu a escalação inicial de ontem, com Rodinei e Diego entre os titulares? Conforme alertado neste post, os adversários seguintes ao Fla-Flu serão Audax, Nova Iguaçu e Madureira. A dúvida em relação à data do confronto contra o Botafogo, pela 8ª Rodada, foi desfeita quando a FFERJ marcou o confronto para o dia 23 de fevereiro, na quarta-feira seguinte à decisão da Supercopa, no domingo de 20 de fevereiro.

Portanto, se a CBF não desmarcar a final da Supercopa, a única oportunidade em que Paulo Sousa teve para testar uma formação ideal para a decisão, contra um adversário competitivo, de Série A e Libertadores, foi inteiramente desperdiçada por opções indefensáveis. Aliás, no lugar dos mineiros, depois do jogo de ontem eu aceitaria jogar até no Rio de Janeiro e não admitiria qualquer adiamento.

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Não gostei do time no plano tático. Teve mais posse de bola e a chance de abrir o placar, desperdiçada por Arrascaeta, mas o Fluminense criou tanto ou até um pouco mais no primeiro tempo. O time cedeu muitos espaços e, em razão das escolhas feitas pelo treinador na formação que foi a campo, foi demasiadamente lento e pouco objetivo na construção de jogadas. Nos quarenta e cinco minutos iniciais, achei que Hugo, Filipe Luís, Everton Ribeiro e Gabigol se salvaram, enquanto Arão, Diego e Arrascaeta foram os piores. 

Já no segundo tempo as chances de gol rarearam para ambos os lados, muito embora o Flamengo tenha apresentado maior volume de jogo. O Flamengo deixou de criar e talvez apenas Filipe Luís tenha se salvado, mas sem ser brilhante. Nem as substituições melhoraram o time. Nesse decepcionante cenário, coube às falhas individuais de Isla e Hugo decretarem a derrota.

Chamou atenção a lentidão e os erros de passe de Arrascaeta, assim como a quantidade de duelos individuais perdidos por Willian Arão, em ambos os casos durante todo o tempo em que estiveram em campo (só Arrascaeta foi substituído). Na entrevista pós-jogo, porém, Paulo Sousa só mencionou Marinho individualmente, e por duas ocasiões. Achei injusto diante das péssimas apresentações de medalhões com muito mais tempo de clube.

Aliás, a atuação foi tão ruim que caiu até a invencibilidade do Túnel do Tempo.

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A arbitragem foi horrorosa e, depois do pênalti desmarcado e da explícita intimidação do árbitro promovida pelo trio Felipe Melo, David Braz e Fred, passou a vigorar o princípio in dubio contra Flamengo. Ainda assim, a derrota, ao menos na minha opinião, foi resultado do conjunto de erros de Paulo Sousa e dos nossos atletas.

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É cedo, nada está perdido e tudo pode melhorar. Contudo, as coisas são como são e não como eu, vocês ou os outros entre mais de 40 milhões achamos que devam ser ou torcemos para que seja. O cenário do momento não é animador. Dizer o contrário seria se apegar a uma fantasia ou a um pensamento mágico. E não tenho motivo algum para privilegiar Paulo Sousa e deixar de tecer críticas que faria acaso o treinador fosse brasileiro (Abel Braga, Rogério Ceni ou Renato Gaúcho, por exemplo), mesmo no início do trabalho.

Sem meias palavras, a impressão deixada pelo primeiro confronto a valer do Flamengo foi além de muito ruim. Foi péssima.

Paulo Sousa tem duas opções: melhorar muito o time ou não emplacar abril no Flamengo. E nesse caso, a volta de Jesus seria triunfal.

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NÃO AO RACISMO!!

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A palavra está com vocês.

Bom die SRa tod@s.