domingo, 30 de janeiro de 2022

SportBlindness, Transmissão às Cegas


Há quase um ano e meio atrás, eu publicava este post questionando a escolha da plataforma de streaming utilizada para a transmissão de Flamengo x Volta Redonda (2x0, Bruno Henrique), pela primeira partida da semifinal do Campeonato Carioca. Na ocasião, escrevi que "É de obviedade translúcida que qualquer plataforma de transmissão de jogos do Flamengo precisa atender a avassaladora demanda da Nação Rubro-Negra, a maior torcida do mundo. O Flamengo é popular porque é de todos e não tem dono, o que não se confunde com almoço grátis. Não é difícil de entender: a cobrança ou não de R$ 10,00 (dez reais) seria uma polêmica menor, tendente a desaparecer já durante a partida, acaso o acesso ao serviço fosse simples e o produto chegasse ao seu destinatário final em perfeitas condições de imagem e som. Futebol é sobretudo paixão e o grande coração da Nação provavelmente a faria se acostumar rapidamente com a nova realidade. Contudo, a desastrosa escolha de uma plataforma incapaz de suportar a demanda amplificou de forma absolutamente evitável e desnecessária essa polêmica que, repito, nasceu para se tornar insignificante."

Quem me dera que estivéssemos falando hoje de R$ 10,00 (dez reais). O pacote do Campeonato Carioca é bem mais caro, mesmo para quem conta com o desconto de sócio-torcedor, o qual, contudo, é acessível apenas no formato pagamento único. 

O mundo, definitivamente, não é dos trouxas (meu caso).

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Parece então que o problema não foi (ou é) a FlaTv+ e sim a empresa contratada para a geração de imagens do torneio, já que o sinal "caiu geral", ou seja, em todas as plataformas habilitadas para do evento e não apenas no jogo do Mais Querido, pois também houve problemas na transmissão do "clássico português" entre Vasco da Gama x Boavista (1x1).

Até entendo quem afirma que "o monopólio da Globo tinha um motivo" e, mais ainda, até acho que a qualidade técnica das transmissões é um argumento respeitável para questionar a "quebra do monopólio". Mesmo assim, respeitosamente divirjo, até porque essas manifestações trazem uma contradição curiosa e até engraçada. 

Como escreveu o Ricardo Hinrichsen (@RicardoHinrichs) neste tuite, "a turma abaixo dos 18 anos simplesmente não assiste mais TV. Quando o bebê faz cocô na fralda, a gente joga a fralda fora, não o bebê."

Ora, quem já precisou utilizar o serviço de streaming da Globo (tenho em casa duas fissuradas em BBB) sabe que não é lá essas coisas. Eis, então, a contradição, que chega a ser engraçada. Mas quem curte um humor mais ácido, é só clicar neste link e descobrir de quem é a tal empresa contratada.

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O problema do Brasil não é falta de leis, mas a cultura de levar vantagem sobre tudo ("Lei de Gérson"), a falta de solidariedade e espírito coletivo, que estraga incontáveis boas ideias e iniciativas.

Amanhã volto a falar sobre futebol.

Bom domingo e SRN a tod@s.