quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

O que você quer?


"Quem navega sem rumo não pode reclamar onde chega. Se chega."

Para tudo na vida é preciso uma direção. Você quer se tornar um grande X, então é preciso uma rota que conduza a adquirir as devidas qualificações, financiamento, tempo, etc para se tornar o grande X. Mas se você apenas sonha em se tornar este grande X, lamento meu amigo. Tem tantas chances disso quanto a Paolla Oliveira me ligar agora convidando para um café.

O que nós sonhamos enquanto torcedores? Que o Flamengo se torne o principal clube esportivo brasileiro, para parte da torcida ao menos em termos de futebol. Isto, como sabemos, nada significa enquanto efetivamente o clube ainda não for conduzido nesta direção. Mas um clube cuja política e governança é voltada a atender um grupo mínimo de associados, cuja boa parte tem mais interesse em assuntos totalmente alheios ao futebol e invariavelmente sequer torcem para o "Flamengo" e só querem um lugar para se esticar ao sol e eventualmente darem um pulo na piscina enquanto seus filhos correm de um lado para o outro. E outra boa parte só tem interesse em compartilhar o poder e suas benesses. Pois calha que este clube social, muito bem localizado, embora chinfrim em suas acomodações, tem uma renda (quase?) bilionária por causa do futebol. 

Então como se tornar um grande e pereno clube forte em futebol neste modelo loss-loss? É isto que os associados querem? Os quais efetivamente, escolhem entre eles quem irá gerir o clube e aprovam mudanças estatutárias e no modelo de governança. Vimos que não. Felizmente parte deles se convenceu da necessidade de blindar as finanças para que não se gere os rombos que a gestão anterior ao Landim teve que pagar ao longo de seus 6 anos. Rombo este que impediu maiores gastos no futebol e na formação de times mais competitivos. Mas mesmo a gestão anterior não entendeu que futebol não é só estrutura e dinheiro. É preciso FILOSOFIA. É preciso estar preparada mentalmente para evoluir em metodologia de treino, de jogo, fisiológica e competitiva. É preciso ter o conceito entranhado que futebol é estudo, é treino, é força, é imposição, é utilização máxima de recursos técnicos e táticos de elenco.

Não temos isto ainda no Flamengo. Temos a contratação de técnicos caixeiros-viajantes, que trazem seu circo e depois vão embora. O clube então procura outros caixeiros-viajantes disponíveis de forma que parece sem critério algum. 

E isto não só em futebol. Temos nos Esportes Olímpicos a (provável) demissão de um Diretor Executivo altamente profissional e vencedor por mera vontade de um dirigente amador obscuro cujo único valor é fazer parte de um grupo político de apoio. E isto é o suficiente para jogar todo um trabalho no lixo. Porque clube social quer mais clube social. Clube Social não quer melhor futebol. Não quer mais profissionalização. Clube Social quer poder e amadorismo. E o Flamengo hoje, com Landim, é o Clube Social do Flamengo.