segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

A Bola Vai Rolar!

 


Salve, Buteco! Na próxima quarta-feira, 26 de janeiro, a bola rolará pela primeira vez para a temporada 2022 do Mais Querido do Brasil. Será o 14º ano do Buteco do Flamengo, onde temos o prazer de acompanhar juntos o maior fenômeno popular do futebol mundial, o Clube de Regatas do Flamengo e sua torcida. 

É um privilégio estar com vocês.

Será um simples confronto contra a Portuguesa da Ilha do Governador, por um torneio que talvez não devesse mais existir, sem os titulares e com os jovens da base. Para mim, não tem problema, pois quem estará em campo será o Mengão do asfalto, do morro, de Deus e do povo, e do nosso coração (Luiz Ayrão, by Penido).

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No post da semana passada eu talvez tenha cometido uma injustiça. Pode ter ficado a impressão de que eu defendi o Pitico da Nação em detrimento do Michael. Não foi minha intenção. Na verdade, é tudo uma questão de enfoque. 

Se vocês me perguntarem por que o Flamengo perdeu, não terei dúvida em apontar o Andreas Pereira como o causador da derrota. Aliás, acredito que tenha sido a pior falha individual de toda a História do Mais Querido do Brasil. Concordam?

Se me perguntarem por que o Flamengo não ganhou (percebam a sutil diferença), não terei dúvidas em apontar o gol perdido pelo Michael como a causa, pelos motivos que expliquei naquele mesmo post. Mas é importante frisar que não foi só o Michael que perdeu gol, né? Vejam o Gabigol, por exemplo. Tudo bem que marcou o dele, mas como é que ele perdeu esse aqui, alguém me explica?

Ah, Gabigol... 

Mas não me entendam mal. Acho inclusive que será o ano dele. Parece bastante motivado e tem ambiciosas metas a bater. Pelo que o seu agente andou declarando nos últimos dias, fica a dúvida se emplacará 2023 no clube. 2022, então, poderá ser a quarta e última temporada de Gabigol no Flamengo, ao menos do ciclo que se iniciou em 2019.

Que seja, então, ganhando tudo, como ele próprio afirmou a Paulo Sousa quando foram apresentados.

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É curioso como as duas propostas oficiais mais importantes no momento, uma feita ao Manchester United e outra aceita do Al Hilal, envolvem justamente os dois jogadores que protagonizaram as piores falhas individuais da final de Montevidéu.

O gol perdido por Michael, ao meu ver, indica o seu "teto". Se é verdade que Gabigol perdeu a claríssima chance de gol que acabei de mostrar, todo mundo sabe que não só ele, como outros "Heróis de Lima" encontravam-se longe da forma ideal. O motivo, até as pedras sabem, foi a má preparação, a qual, por sua vez, foi causada pelo inacreditável "desmonte" do Departamento de Futebol, assunto mais do que debatido nesse espaço.

Michael, porém, estava "na ponta dos cascos". Daí eu falar em "teto", compreendem?

Porém, antes que reclamem, deixem-me completar o raciocínio, até para não passar novamente a impressão de que estou sendo injusto. A negociação de Michael devolverá ao clube, com uma pequena margem de lucro, todo o dinheiro nele investido, e o nosso pequeno Chucky ganhará um salário na Arábia Saudita no patamar de Gabigol, Bruno Henrique e De Arrascaeta. Logo, é o tipo de negócio no qual todo mundo sai ganhando.

Será que podemos dizer o mesmo no caso de Andreas Pereira?

Parece-me que não, sinceramente... Enquanto Michael foi muito útil, especialmente nas Datas FIFA, e deixará alguma saudade, o Belga antecipa a angústia por sua partida, antes mesmo de chegar em definitivo.

A impressão que o jovem belga me transmite é de que se trata de um meia avançado que não teve o sucesso esperado no profissional e tenta manter o prestígio recuando no meio de campo e mudando de posição. O investimento, portanto, não me convence. Mais do que isso, "não entra na minha cabeça".

Paulo Sousa terá que operar um milagre ou, do contrário, todo mundo passará raiva, inclusive o nosso romântico treinador.

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Não me recordo de uma temporada no Flamengo, no aspecto estrutural, tão bem planejada como a de 2022, que está se iniciando. Comissão técnica europeia iniciando a pré-temporada, jogadores aparentemente chegando bem cuidados e todo o clube focado e consciente dos desafios do calendário.

Portanto, estamos vivendo algo inédito no clube. Nem na última passagem de Cláudio Coutinho aconteceu algo parecido, pois não seria possível comparar o que então existia com o que hoje há disponível em nível de estrutura.

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Ao mesmo tempo, é inevitável um certo clima de desconfiança no ar. Até as pedras sabem que, justamente no quesito planejamento, o clube fez absolutamente tudo o que não podia no último biênio, sendo que no segundo semestre de 2021 a fatura foi cobrada. 

Passamos em branco principalmente por conta disso, mas também ficou a impressão de que vários atletas deixaram de se cuidar como deveriam.

Também por conta disso, há ainda uma boa dose de ansiedade para descobrir o resultado da equação "melhora no planejamento e na preparação dos atletas ÷ peso da idade e condição de física de boa parte do elenco". Diego Alves, Isla, Rodrigo Caio, David Luiz, Filipe Luís, Diego Ribas, Everton Ribeiro e Bruno Henrique. A grande maioria, em tese, titular. Não é pouca coisa.

Existe futuro possível na relação com alguns Heróis de Lima, sem dúvida. Mas já não é como antes. Será que dá para pensar em um "relacionamento mais maduro"?

A resposta, para mim, é positiva, desde que em um formato de absoluta autoridade da comissão técnica e de total profissionalismo em todo o Departamento de Futebol. Haverá cobrança, que, se não for interna, certamente será externa. Não existe espaço para excessos no extracampo e nem para outra temporada em branco. 

Todo mundo precisa assimilar essas premissas básicas, sem exceção. Ou então isso aqui vai virar um inferno...

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Diante desse quadro, é inevitável que a torcida cobre por reforços que rejuvenesçam o elenco e permitam a sua rodagem, sem brusca queda de rendimento especialmente nas Datas FIFA. Sobre as janelas em face do calendário, o post de sábado esclarece os marcos temporais possíveis para as contratações.

Só que é extremamente difícil falar sobre especulações. Das muitas que circulam diariamente pelas redes sociais, especialmente o Twitter, entre os gringos Barco me agradou (mas parece que vai para o River Plate), Marchesín e Erick Pulgar despertaram a minha curiosidade e Ángel Romero quase me causou apreensão, mas felizmente desde o início não botei a menor fé na veracidade.

Dos brasileiros cogitados, quase nenhum até o momento me animou, pois só faltava o Flamengo catar reforços no Grêmio rebaixado, né? Felizmente, parece que o tal Ferreirinha renovou (como seu mentor Renato, parece ter usado o Flamengo para tanto), porém não falta quem crave o bichado e indisciplinado Douglas Costa perto do acerto com o Mais Querido. Seria o fim da picada, convenhamos. O sujeito é um verdadeiro "homem-bomba".

Ainda dentro das especulações brasileiras, Cebolinha, ex-Grêmio (que obsessão, hein?) sem dúvida é bom jogador, mas será que o custo x benefício é viável? A mesma pergunta deve ser feita em relação ao Gabriel Paulista (Valencia/Espanha), que talvez possa ser uma boa opção para a zaga.

Mas só serve jogador caro, com grife e que esteja na Europa? Estamos falando de um câmbio de R$ 6,20 para o Euro e de R$ 7,40 para a libra esterlina.

Ninguém está dizendo que esse perfil de jogador seja indesejável, mas o Flamengo bem que podia variar um pouquinho, inclusive no modelo de investimento, descobrindo no Brasil e na América do Sul jogadores que podem integrar o elenco e depois até ser negociados.

Será que não dava para o clube aprimorar e aperfeiçoar o mapeamento de jogadores no país e nas Américas do Sul e do Norte? Será que não vale a pena arriscar ao menos um pouquinho?

Uma coisa é certa: melhor deixar para se estressar durante o auge da maratona e das Datas FIFA. Lendo esse fio do Cahê Mota (@cahemota), é fácil perceber que não vale a pena se desgastar por conta das especulações.

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A palavra está com vocês.

Bom dia e SRN a tod@s.