quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Papo Reto

 






Irmãos rubro-negros,



A situação está praticamente insustentável para o Renato Gaúcho. Ele, que cansou de falar e se gabar, de abrir a boca para desmerecer o trabalho do Jorge Jesus, se vê em grave crise causada única e exclusivamente por sua incompetência como comandante do futebol rubro-negro.

E isso com o Flamengo há poucos dias do final da Taça Libertadores da América.

Sobre o Renato Gaúcho, para quem é mais antigo no Buteco, houve aqui acirrados debates sobre se ele seria ou não ídolo do Flamengo. Na minha modesta opinião, ele deixou de ser meu ídolo, e de milhões de rubro-negros, quando passou a mandar a torcida do Flamengo calar a boca, em 1995 (eu fui a todos os clássicos do Flamengo aquele ano), quando passou a provocar o clube e a torcida, como treinador, e quando negou, por diversas vezes, em momentos de necessidade do Mengo, e ele por cima da carne seca, treinar nosso futebol.

Este é um sentimento compartilhado por muitos rubro-negros. Todo jogo do Zico no Maracanã, no Natal, o Renato era vaiado. Jogadores como Renato, Bebeto, Tita, escolheram em suas vidas profissionais se afastar da relação de amor com o Flamengo, com a torcida do Flamengo. Opção deles.

Isso, contudo, não tira uma vírgula da imensa torcida que eu tenho pelo sucesso do Renato Gaúcho enquanto técnico do Flamengo. Se amanhã o Flamengo contratar o Tite, São Judas Tadeu interceda e não permita uma humilhação dessa, serei o primeiro a apoiar o técnico. Eu torço para o Clube de Regatas do Flamengo e por quem veste o Manto.

Dito isso, o momento é o seguinte: o que é melhor para o Flamengo tendo em vista a final da Taça Libertadores da América, a ser disputada no próximo dia 27 de Novembro? Manter o Renato ou demiti-lo? A questão a ser resolvida pela diretoria rubro-negra no momento imediato é esta e só esta.

Porque tenho para mim, humildemente, e posso estar enganado, que não existe nenhuma possibilidade de o Renato permanecer à frente do futebol rubro-negro caso o presidente Rodolfo Landim, um dos maiores da nossa história, seja reeleito.

Qualquer cidadão rubro-negro, pobre ou rico, que possua um olho para assistir aos jogos do time e meio neurônio, aliás nem precisa assistir aos jogos, basta ouvi-los na rádio, então fiquemos só com o meio neurônio, qualquer rubro-negro que possua meio neurônio, chegará à conclusão de que os trabalhos realizados pelos técnicos contratados após a saída do Jorge Jesus são de uma indigência tática imensa. Todos. A começar pelo Domènec Torrent. Quem diz que sente saudade dele só pode estar de deboche. Sujeito pegou o time todo azeitado, teve um aproveitamento pífio e sofreu diversas goleadas.

Mas a contratação dele, na época, pode-se dizer justificada. Técnico europeu, trabalhou anos como primeiro auxiliar do Guardiola, pandemia dificultando bastante a contratação de treinadores estrangeiros. Foi uma opção sensata.

O mesmo vale para o Rogério Ceni. Time no meio da temporada, dinheiro à míngua, cenário de incertezas e cinto apertado, a vinda do Rogério Ceni, técnico novo e promissor, pode-se dizer, também, justificada. O que não se justificava era a renovação dele após o término do Campeonato Brasileiro. Ali era o momento de a diretoria voltar os olhos para uma comissão técnica de ponta. Mas apostaram na continuidade, e a bem da verdade o time apresentava certa organização tática, e se viram na contingência de mudar o comando da equipe. E aí, amigos, estamos com o Renato Gaúcho.

Ele começou como um trem, passando por cima e goleando adversários numa sequência histórica. Só que o gás foi acabando, diminuindo, se extinguindo. E o que ficou do início avassalador são as vísceras abertas de um trabalho técnico e tático muito, mas muito ruim. Time é uma bagunça dentro de campo. Sem jogadas ofensivas, sem articulação, sem compactação, sem qualquer resquício de organização tática. Retrocedeu muito. E o contexto sugere que ele não sabe como fazer o time jogar bola de novo. 

Daí que esta breve explanação me impulsiona a acreditar que a diretoria do Flamengo, capitaneada pelo presidente Rodolfo Landim, já percebeu que essa fórmula do “caseiro e barato” não funciona. E aqui não quero de modo algum desprezar a capacidade que dirigente tem de estragar o futebol com suas decisões equivocadas. 

Mas o fato é que a diretoria do Flamengo é formada pelas mesmas pessoas que recuperaram o clube, financeira e esportivamente. Os mesmos que pegaram o Flamengo em 2013 em estado de penúria total, administrativa, financeira, estrutural, esportiva e até moral. Receita caindo, despesas fora do controle, dívida impagável, salários atrasados, Centro de Treinamento sem estrutura alguma.

Nós víamos o Flamengo ficando muito para trás. Muito mesmo, em relação a outros clubes do futebol brasileiro. Algo que parecia irreversível.

A diretoria, contudo, tem feito trabalho primoroso e hoje estamos em outro patamar.

De modo que, não posso acreditar que a diretoria careça, como acima dito, de meio neurônio para entender que o Flamengo precisa iniciar 2022 com outra mentalidade em seu departamento de futebol. 

Comissão técnica de qualidade não é despesa, é investimento. E eu confio plenamente que o presidente Rodolfo Landim já acordou para esta realidade. O Flamengo vai precisar abrir a carteira para contar com uma comissão técnica top para o próximo triênio.

Mas voltemos à realidade atual. Flamengo está na final da Taça Libertadores da América. Jogo histórico. Momento tão ansiado por todos nós rubro-negros, o nosso clube se tornando referência na maior competição da América do Sul.

Enfrentaremos o atual campeão da competição. O adversário vem mordido. E o Flamengo numa crise imensa. O que todo rubro-negro se pergunta é se vale manter a comissão técnica atual ou arriscar a contratação de uma equipe de comandantes nova visando ao jogo histórico. Esse papo de que é melhor “botar o interino ou qualquer um” é muito bom em mesa de bar. 

A decisão a ser tomada, embora urgente, é altamente estratégica. O foco do clube tem de estar na final. 

O que eu acho é o seguinte: seja qual for a decisão da diretoria, ela precisa ser feita de modo assertivo e rápido. Se for para contratar uma comissão técnica, que ela seja anunciada amanhã; se for para manter a atual, que o Bruno Spindel, o Marcos Braz e o presidente Rodolfo Landim declarem em alto e bom som que nós vamos com quem está lá no momento e ponto final.

Qualquer medida agora tem alto grau de risco já que o time está em queda tática, física e de confiança.

Mas uma coisa é certa: o que for decidido, precisa ser feito com assertividade, confiança, energia alta e muita, mas muita fé. O Flamengo precisa de um choque de positividade. A diretoria precisa convocar uma entrevista coletiva e transmitir apoio ao elenco. A hora é agora. Mobilizar a torcida. Mobilizar os jogadores. Mobilizar todo o Flamengo.

O Flamengo precisa se unir em torno deste tão grande e belo objetivo, que é a disputa da Taça Libertadores da América, no dia 27 de novembro de 2021.

Eu sempre tenho fé no Mengo. Se em 2005 o Flamengo enfrentasse o Real Madrid dos galáticos, eu diria, de todo o coração, sem hesitar um milésimo de segundo: venceremos, irmãos.

E não será agora, no momento em que o Flamengo tanto precisa da esperança e do amor de sua torcida, mesmo em meio ao turbilhão, que será diferente. Com esse elenco maravilhoso, a diretoria sensacional, a camisa histórica, o Manto, vamos em frente, irmãos, porque como diz nosso hino de Paulo Magalhães, 


“Lutemos sempre com valor infindo,

Ardentemente com denodo e fé,

Que o seu futuro ainda será mais lindo, 

Que o seu presente que tão lindo é.

Flamengo, Flamengo Tua Glória é Lutar!”






Abraços e Saudações Rubro-Negras.

Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.