terça-feira, 4 de maio de 2021

Reescrevendo Nossa História na Libertadores

Olá Buteco, bom dia!

No início deste século, a Libertadores para o Flamengo era quase uma miragem no deserto: podíamos vê-la, senti-la e mesmo acreditar que voltaríamos a vencê-la, mas quando nos aproximávamos demais, ela simplesmente desparecia de nossa visão. Para muitos rubronegros, a competição era "azarada" e havia também quem entendesse que o clube não tinha a malícia da competição. 

Superstições à parte, entendo que a situação era mais simples do que isso: o Flamengo do primeiro quarto deste novo século não conseguiu formar um time capaz de se firmar no cenário nacional e, portanto, era realmente muito difícil que viesse a conquistar a América. A partir de 2017, quando começamos a montar times que fossem referência na disputa interna, as participações na Libertadores foram se tornando mais constantes, até a reconquista, no ano mágico de 2019. 

No post de hoje faremos uma viagem pela história do Flamengo na competição, dividindo esta trajetória em 3 períodos: a Era de Ouro do Flamengo, com as equipes lideradas por Zico e Junior, período que vai de 1981 a 1993, com 6 participações. Depois, o recorte que vai do retorno à competição, em 2002, ao ano de 2014, ano em que a equipe ainda sentia falta de jogadores mais talentosos em várias posições. Neste período, o clube disputou a competição por outras 6 vezes. Por fim, o terceiro período será recortado nas 4 últimas participações do clube, uma sequência inédita de participações seguidas desde 2017.

A Era de Ouro:

O Flamengo foi campão logo em sua 1ª participação na Libertadores. Além disso, por outras duas vezes jogou pela ida a novas finais: em 1982, Flamengo x Peñarol se enfrentaram no Maracanã e precisávamos da vitória para forçar um jogo-desempate. O Peñarol acabaria campeão daquela edição. Em 1984, Flamengo x Grêmio se enfrentaram no jogo-desempate e o 0x0 levou o Grêmio à decisão, que perderia para o Independiente. 

Eu não acompanhei estes jogos, ainda era muito novo. Conheço apenas por vídeos. Mas, a disputa contra o Boca, em 1991, é nítida na minha lembrança: Flamengo fazia um jogão no Maracanã e vencíamos por 2x0, mas uma vacilada, pênalti, gol do Boca e a vitória por 2x1 acabou sendo pequena para garantir a classificação em Buenos Aires, uma semana depois. Em 1993, na última participação de Junior na Libertadores, voltamos às quartas-de-final, parando no melhor São Paulo da história deles. 

Neste período, 55 jogos disputados, 32 vitórias, 66% de aproveitamento e um saldo de 56 gols a favor

A Era de Ouro: 6 participações, 1 título, 2 semifinais, 2 quartas-de-finais

Os Anos 2000:

Quando olhamos o recorte da participação do Flamengo na Libertadores, entre 2002 e 2014, recordamos imediatamente o tamanho do buraco em que estávamos metidos. O Flamengo conseguiu ser o último colocado de seu grupo em 2002, com apenas uma vitória em 6 jogos e terminando a competição com um saldo de gols negativo pela primeira (e única) vez.

Nas outras participações, também não há muitas lembranças positivas, com exceção ao time campeão brasileiro em 2009, que fez um bom papel em 2010, chegando às quartas-de-finais após eliminar o Corinthians nas oitavas. Nessa edição, tínhamos time para seguir adiante, mas o clube ainda estava longe do profissionalismo necessário ao desenvolvimento dos grandes campeões.   

Neste período, 46 jogos, apenas 22 vitórias, 53% de aproveitamento e míseros 11 gols de saldo. Foram 9 jogos a menos que o recorte anterior, mas 7 derrotas a mais. Bizarro. 

O início dos anos 2000: 6 participações, 3 eliminações na 1ª fase

A Reconstrução:

Felizmente, o grupo de rubronegros que lideraram o movimento para eleição de 2013, entendeu que aquele Flamengo de então estava bem longe de representar nossas cores e nossa Torcida. O plano era simples: priorizar o saneamento financeiro do clube, ainda que em detrimento da montagem de times capazes de vencer a curto prazo, para que no longo prazo tivéssemos condições de nos manter em alto nível de competitividade, por muito tempo. 

O nível de competitividade do clube vai aumentando gradativamente. Em 2017, a aposta ainda era em Guerrero, jogador que se mostrou incrivelmente aéreo à responsabilidade que lhe fora dada. O Flamengo caía mais uma vez na fase de grupos. Chegam, então Diego e surgem os garotos da base, Paquetá e Vinícius Jr. e, no ano seguinte, são contratados Everton Ribeiro e Diego Alves. O Flamengo chega às oitavas, mas ainda está inferior aos times mais fortes do país e é eliminado pelo Cruzeiro. Em 2019, uma nova diretoria toma posse, o clube usa o caixa em reforços de outro patamar e o tão sonhado Bicampeonato é conquistado! O Flamengo agora é o time a ser batido, no Brasil e no Continente.

A Reconstrução: participações seguidas, Bicampeonato e a busca pelo Tri

Nas 4 últimas participações, 35 jogos, 18 vitórias, 60% de aproveitamento de 26 gols de saldo. Notem como os números convergem para os números da Era de Ouro. 

Hoje, o Flamengo entra em campo para um mais desafio na competição: a LDU, sempre muito perigosa em casa. Na altitude da capital equatoriana, são 3 jogos e o melhor resultado foi o 2x2 com o Independiente del Valle, no jogo de ida da Recopa 2020. 

Nosso time foi montado para jogar, se impor e vencer, em qualquer lugar. A vitória contra o Velez quebrou um jejum de 20 anos sem vitórias na Argentina. Que hoje escrevamos mais uma importante linha na nossa história na competição. Vai pra cima deles, Mengo!!!

Saudações RubroNegras!!!