segunda-feira, 3 de maio de 2021

A LDU em Quito (O Reencontro)

Salve, Buteco! Há pouco mais de dois anos eu publicava este post sobre a História do nosso próximo adversário, a LDU de Quito. Até então as duas equipes jamais haviam se enfrentado, muito por conta do que chamei de condição "emergente" da Liga, um clube cuja projeção no cenário internacional ocorreu a partir da inauguração, em 1997, do belíssimo estádio Rodrigo Paz Delgado, também chamado de Casa Blanca, com capacidade para 41.575 espectadores, situado em Quito a 2750m acima do nível do mar, e que será o palco do confronto. Conforme destaquei há dois anos atrás, "a Liga havia conquistado, em 40 (quarenta) edições do Campeonato Equatoriano, apenas 4 (quatro) de seus 11 (onze) títulos. A partir do ano seguinte à inauguração do Casa Blanca (1998) e passados 21 (vinte e um) anos desde então, vieram mais 7 (sete) títulos e todas as suas recentes glórias internacionais, que fazem o clube se auto-intitular, em seu site oficial, sem a menor cerimônia, como o 'Rey de Copas'."

Repito então o que disse na ocasião: "a LDU veio para ficar, se não como um dos grandes do continente, certamente como uma força relevante." Um nome respeitável no cenário da Copa Libertadores da América, como comprova o seu histórico como mandante na competição:


Edição

Vitórias

Empates

Derrotas

Algoz

1999

4v

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2000

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1e

2d

Olimpia

Corinthians

2004

3v

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2005

3v

1e

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2006

4v

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1d

Vélez Sarsfield

2007

2v

1e

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2008

Campeã

4v

3e

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2009

1v

1e

1d

Sport Recife

2011

3v

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1d

Vélez Sarsfield

2013

1v

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2016

1v

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2d

Toluca

Grêmio

2019

4v

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1d

Boca Juniors

2020

3v

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1d

Santos

2021

1v




A Liga não é invencível no Casa Blanca, porém tem um desempenho notável em seu estádio, principalmente nas fases de grupos. Em 2019, venceu o Peñarol (2x0), o Flamengo (2x1) e o San José (4x0), enquanto na última edição (2020) massacrou seus adversários com 3x0 sobre o River Plate, 4x2 sobre o São Paulo e 4x0 sobre o Deportivo Binacional. O retrospecto recente é relevante porque o treinador continua sendo o uruguaio Pablo Repetto, que dirige a equipe desde julho/2017, caminhando a passos firmes para completar o seu quarto ano à frente do clube. E o elenco, se foi bastante renovado em relação à edição de 2019, é praticamente idêntico ao de 2020. 

Rodrigo Coutinho (@RodrigoCout) descreve a atual versão da Liga de Pablo Repetto como um time forte, agressivo e que gosta de propor o jogo, o que é confirmado pelo perfil Ánálise CRF (Analise_CRF) no Twitter, que ainda destaca o uso do jogo direto. O meia Jhojan Julio é apontado como o principal jogador do time e o lateral direito Perlaza o principal nome de apoio ao ataque.

***

Ao contrário do Santos de Cuca, time jovem que apostava em esperar o adversário com linhas mais recuadas para contragolpear em velocidade, o Flamengo de Rogério Ceni tem se caracterizado por construir e atacar muito bem, porém cedendo espaços e demonstrando uma preocupante instabilidade defensiva, cada vez mais reconhecida como sistêmica e não pontual ou individual. Um dos motivos que, a meu ver, autorizam qualificar o problema como sistêmico é que ele se revela tanto contra situações nas quais os adversários jogam de maneira "reativa", ou seja, com linhas baixas e apostando nos contra-ataques, como quando o time é efetivamente pressionado em seu próprio campo, cenários que se repetem tanto com a formação titular, como com as alternativas.

Não é qualquer time que parte para o jogo aberto contra o atual Flamengo, mas se há um que certamente o fará é a LDU no Casa Blanca, ainda que apenas em parte dos 90 minutos. A visão de copo meio cheio diz que o primeiro tempo contra o La Calera foi o momento da temporada no qual o Mais Querido menos cedeu chances ao adversário; a visão de copo meio vazio manda colocar as barbas de molho por conta do fator altitude, dos desfalques e da idade de alguns jogadores.

Tentando pensar o jogo de acordo com os parâmetros do Ceni, não faria mudanças bruscas e pensaria no entrosamento. Entraria com a escalação do jogo contra o La Calera, com Hugo Moura no lugar do João Gomes, pensando na saída do Diego no segundo tempo. João Gomes tem mais mobilidade do que Hugo Moura e o ideal é que não esteja cansado na etapa final. Não entraria desde o início com Vitinho e Bruno Henrique porque são os dois "atacantes não centroavantes" com  maior força física no elenco. É preciso pensar nos 90 minutos. Vitinho e Michael, em boa fase, podem ser importantes válvulas de escape num cenário de pressão da LDU, isso, claro, partindo do pressuposto de que não estaremos atrás do placar. É o tipo de jogo no qual será muito difícil, desgastante e perigoso correr atrás do resultado.

Espera-se um Flamengo 100% focado na partida e consciente das dificuldades. Em entrevista ao podcast oficial da Libertadores, Ceni descreveu a LDU como um time de "tradição na competição" e apontou as dificuldades: "já joguei na altitude e em Quito e não é um jogo fácil."

Esforça-te, Flamengo!

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A bola rolará para LDU x Flamengo no Casa Blaca as 21:30h da próxima terça-feira, 4 de maio de 2021.

A palavra está com vocês.

Bom dia e SRN a tod@s.