
Quarta-Feira, 31 de Março de 2021, as 21:00h (USA ET 20:00h), no Estádio Jornalista Mário Filho ou "Maracanã", no Rio de Janeiro/RJ.

Irmãos rubro-negros,
Temos lido e ouvido amiúde como clubes brasileiros outrora considerados exemplos de boa gestão estão se afundando cada vez mais na lama da irresponsabilidade financeira.
Fossem corporações e não associações sem fins lucrativos, a situação desses clubes seria pré-falimentar. Como associações sem fins lucrativos, porém, eles vão empurrando com a barriga, contando com a leniência da Cbf em aplicar devidamente as regras de boa gestão previstas no Profut.
O Flamengo, ao revés, seja na gestão atual, seja na passada, tem feito da responsabilidade com as finanças e o patrimônio da instituição o seu norte.
O orgulho é enorme.
Que a torcida tenha a consciência de que, apesar da saúde financeira, o cinto hoje está apertado. Os investimentos maciços feitos em 2019 somados aos efeitos do Covid-19 na economia mundial e no futebol brasileiro, em particular, impedem o clube de investir com mais força na montagem do elenco.
Não é uma situação fácil, porque ninguém esperava que uma pandemia simplesmente paralisasse o futebol num momento tão bom do clube.
Mas a realidade que se apresenta é esta e cabe ao clube se adequar à ela.
Enquanto o Flamengo for dirigido por pessoas comprometidas com a ética no lidar com as finanças e o patrimônio do clube, estamos no caminho certo, mesmo que tenhamos alguma oscilação no futebol.
E, na minha humilde opinião, finanças fortes são pré-requisito para o futebol do Flamengo vencedor.
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Abraços e Saudações Rubro-Negras.
Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.
Salve, Buteco! Encerrou-se na noite de sábado, no empate de 1x1 com o Boavista, em Bacaxá, a trajetória do time que tomarei a liberdade de chamar de "Urubuzinho", composto, nos primeiros jogos, por jovens promovidos e outros que ainda estão nas categorias de base, e, nos últimos jogos, também por alguns reservas do elenco profissional. O Urubuzinho foi dirigido por Maurício Souza, treinador da categoria sub-20 do clube. A experiência não é inédita, já que em 2020 o mesmo processo ocorreu, com a diferença de que durou apenas quatro jogos, enquanto em 2021 se estendeu por seis. Algo parecido também aconteceu no ano de 2018, por um período ainda mais curto, de três jogos, porém com o time sendo dirigido pelo treinador da equipe profissional, Paulo César Carpegiani. De minha parte, gostei do resultado e inclusive vi evolução no próprio trabalho do treinador Maurício Souza, que, durante esses seis jogos, de uma maneira geral conseguiu dar padrão de jogo ao time e permitir que alguns jogadores se destacassem, algo que não restou tão evidente na temporada anterior, em que pese o fato de não ter havido transmissão por imagens.
Foi interessante acompanhar a evolução do time nesses seis jogos, especialmente o trabalho dos laterais com os pontas, que nitidamente melhorou nos jogos contra Resende e Botafogo, em parte pela presença de alguns reservas experientes e mais habituados à dinâmica tática dos jogos na categoria profissional. Nada que preocupe em relação aos jovens que passarão a integrar o elenco. Entre os seis jogos, a pior atuação coletiva foi justamente a de sábado, o que pode ser explicado por vários fatores, dentre eles o gramado do estádio de Bacaxá, em péssimas condições, e ainda o fato do time haver saído atrás do placar, piorando uma atuação que já não vinha sendo tão boa como as anteriores.
A experiência com o Urubuzinho em 2021, como visto, durou dois jogos a mais do que em 2020. Jorge Jesus voltou com os titulares um pouco antes do que Rogério Ceni, e entre o jogo contra o Resende (3/2/2020) e a disputa da Supercopa do Brasil contra o Athletico/PR (16/2/2020) decorreram 13 (treze) dias, enquanto, em 2021, entre o jogo contra o Bangu, pela 7ª Rodada da Taça Guanabara, na próxima quarta-feira (31/3, 21:00h), e a final da Supercopa do Brasil, contra o Palmeiras (11/4, ainda não confirmada oficialmente), provavelmente decorrerão onze dias.
A entrevista concedida por Rogério Ceni a Mauro Cézar Pereira chegou a me deixar com a pulga atrás da orelha, desconfiando que o nosso treinador poderia estar "se poupando". Mudei de ideia ao constatar a irrelevância dessa diferença de apenas dois dias, a qual ainda é perfeitamente explicável pelas evidentes diferenças entre os contextos do calendário pré-pandêmico de 2020 e o pandêmico e "encurtado" de 2021, o qual gera a não menos evidente necessidade de se fazer uma boa pré-temporada. No final das contas, Ceni poderia ter feito como Carpegiani, mas não está fazendo nada de muito diferente do que o Mister em 2020.
De outro lado, a atuação de Gabigol no sábado me levou ainda a concluir que o enceramento do ciclo do Urubuzinho é mais do que providencial. Pesado e com menos ritmo de jogo do que os companheiros de equipe, nosso Herói de Lima sinalizou que o ritmo dos titulares, nesses primeiros jogos, não deverá ser dos mais intensos, e ninguém pensa em perder o confronto do próximo dia 11/4, contra o maior adversário do Mais Querido nas últimas cinco temporadas, cenário que não deve mudar tão cedo.
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Analisando individualmente as performances dos mais jovens, destacaria que Hugo ainda oscila, Matheuzinho se firmou e reduziu a ansiedade pelo não retorno do Rafinha, Gabriel Noga mostrou qualidade técnica e visão de jogo, porém a necessidade de "encorpar"; Ramón oscilou, o que é normal para a idade, e talvez precise aprender a controlar o temperamento; Hugo Moura e João Gomes, especialmente o segundo, firmaram-se como ótimas opções para rodar o elenco; Pepê mostrou limitações e que talvez não consiga superar a condição de jogador de segundo tempo, quando o seu físico privilegiado funciona melhor contra adversários que já estão cansados, e Rodrigo Muniz aproveitou muito bem a oportunidade, ao contrário de Vitor Gabriel em 2020, conquistando a boa vontade que a torcida jamais teve com Lincoln.
Richard Rios, Mateus Lima, Max, Daniel Cabral, Gabriel Barros, Lázaro e Thiaguinho mostraram que ainda falta algo a ser trabalhado antes de ganharem mais chances entre os profissionais.
A situação de Daniel Cabral merece cuidado especial. Como ficou muito tempo sem jogar, é preciso afastar o risco de se repetir a desastrosa transição do Lincoln para o profissional. Avaliaria um empréstimo, tendo em mente, pela experiência de Hugo Moura no Coritiba, que jogar com frequência é mais importante do que a performance do clube.
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Entre os reservas mais experientes, Bruno Viana apresentou um respeitável cartão de visitas, com boas atuações nas quais destacaram-se antecipação aos adversários, a boa visão de jogo e a qualidade do passe; Léo Pereira não comprometeu, porém tampouco demonstrou evolução significativa, e Vitinho nitidamente melhorou a leitura tática do time, contribuindo com assistências e dois gols.
Por sua vez, Michael demorou um bocado para conseguir articular as primeiras jogadas e, embora tenha melhorado nas duas últimas partidas, ainda está longe de apresentar uma relação de custo e benefício aceitável, que traria o apoio da torcida.
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Com a volta dos titulares, a temporada/2021 inicia-se de verdade. A partir de quarta-feira, o Mais Querido iniciará uma maratona que só terminará em dezembro, com poucas oportunidades de treinar uma semana inteira entre um jogo e outro.
A palavra está com vocês.
Bom dia e SRN a tod@s.
Irmãos rubro-negros,
Recentemente tive conhecimento de um perfil na FLAtt de valor inestimável.
É este aqui: https://mobile.twitter.com/ErroscontraoFla
O nome é Erros contra o Flamengo.
O autor do perfil tem feito um trabalho primoroso de coleção de lances em que o Flamengo foi escandalosamente garfado.
O material colhido é sensacional, prestando ao Clube de Regatas do Flamengo serviço grandioso e de grande utilidade.
É uma coletânea que ajuda a demonstrar como o Flamengo tem sido prejudicado, ano após ano, há décadas, por erros os mais lamentáveis.
Podem ter certeza de que quando o Flamengo vence um jogo ou conquista um título, o clube venceu não só o adversário, mas também as forças do atraso.
Eles passam, o Clube de Regatas do Flamengo fica, com o amor, a fé e a paixão da sua torcida.
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Abraços e Saudações Rubro-Negras.
Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.
Olá Buteco, bom dia!
O meu amor pelo Flamengo é inerente ao meu ser. Vem do amor que o meu saudoso pai tinha e que foi passado para ele pelo meu também saudoso avô. Não me recordo ao certo quando tomei consciência do que era o Flamengo, mas consigo me recordar de várias passagens, ainda molequinho, dessa percepção. Lembro particularmente de como, com uns 4 ou 5 anos, decorara a escalação do Flamengo, que naquela época ainda ia do Goleiro ao Ponta-Esquerda.
Conforme eu fui crescendo, fui me apropriando das histórias do Flamengo e a primeira curiosidade de que me recordo era sobre o que significavam as três estrelas bordadas ao lado do CRF, no Manto Sagrado. Imaginava que eram referências aos três títulos brasileiros que ostentávamos na minha infância e fiquei surpreso quando descobri que as estrelas vinham de uma história bem mais antiga. Eu ainda não conhecia as histórias de Valido, Dida e Rondinelli, mas aquelas sequências de números já estavam devidamente decifradas: 42-43-44, 53-54-55 e 78-79-79. As três estrelas na Camisa do Flamengo. Os três tricampeonatos!
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As três estrelas na Camisa Histórica de 1981 |
Salve, Buteco! Estava dando uma espiada no calendário da CBF para futebol brasileiro em 2021 para tentar ter uma ideia do quão apertado será o ano para o Mais Querido e cheguei à mesma constatação de anos anteriores: o segundo semestre será "puxado" e o desgaste do elenco será proporcional ao avanço do clube nas Copas do Brasil e Libertadores da América. Contudo, por conta da temporada/2020 haver terminado em fevereiro/2021, o calendário/2021 será ainda mais apertado. A título de exemplo, estão previstas apenas dez datas de meio de semana exclusivamente para o Campeonato Brasileiro da Série A. Percebam o detalhe do "exclusivamente": é claro que muitas datas das copas (Liberta, Sula e CB) serão utilizadas para tanto, mas isso ocorrerá à medida em que ocorrerem as eliminações dos participantes da Série A.
Contudo, a situação inevitavelmente piorará, haja vista o adiamento da rodada dupla de março das Eliminatórias para a Copa do Mundo/2020, ainda não remarcada. A FIFA chegou a falar em novembro, mas nada foi definido, por enquanto. Ocorre que o mês de novembro já tem a sua rodada dupla (dias 11 e 16) e a previsão da final da Copa Libertadores da América, em jogo único no (dia 20, sábado). Como a pandemia de COVID-19 encontra-se fora de controle, especialmente no Brasil, não é absurdo temer por novos adiamentos e um aumento ainda maior da pressão sobre o calendário, com efeitos especialmente negativos para o Flamengo, que possui em seu elenco atletas "convocáveis" para as seleções brasileira, chilena e uruguaia.
Parece inegável que tanta indefinição aumentará o grau de aleatoriedade da temporada/2021, de modo que simplesmente não consigo dar ao Flamengo o mesmo favoritismo de temporadas anteriores, especialmente a de 2020, conclusão a que chego sem precisar tecer a menor consideração a respeito do trabalho da comissão técnica. Qualquer treinador e qualquer comissão técnica teria dificuldades em semelhante contexto e no comando do clube. Então, aonde o Ceni entra nessa conversa?
Analisando a entrevista concedida por Rogério Ceni ao Mauro Cézar Pereira, diria que a resposta começa pela maneira de lidar com a inevitável pressão de trabalhar no Flamengo, ainda mais no que promete ser a dificílima temporada de 2021, que, como se não bastasse a pressão sobre o calendário, ainda terá as eleições presidenciais dentro do clube. Logo no início da entrevista (retornam ao assunto posteriormente), quando Mauro busca, com duas perguntas, descontrair o ambiente, Ceni aponta, de maneira clara e transparente, o quanto deseja ser aceito e o incomoda a desconfiança sobre seu passado (25 anos) como atleta e ídolo do São Paulo Futebol Clube. O incômodo é tão grande que chegou a falar em arrependimento por haver aceitado dirigir o time no primeiro confronto da Copa do Brasil, contra o próprio São Paulo. Não vou repetir o texto da semana passada, mas posso apontar nesse trecho da entrevista um bom exemplo de como a psicologia pode ajudar no futebol profissional.
Torcedores de clubes brasileiros de futebol invariavelmente reclamam bastante, o que naturalmente aumenta proporcionalmente de acordo com o tamanho da torcida. Como se não bastasse ser a maior do mundo, a torcida do Flamengo ainda tem o hábito, enraizado ao longo de décadas, de utilizar a vaia como instrumento de cobrança sobre o time, claro que visando a melhora de rendimento. Não precisa de muito para um jogador ou treinador levar uma vaia, convenhamos. E como a pandemia obrigatoriamente afastou o clube dos estádios, a pressão é toda canalizada paras as redes sociais.
Todavia, Ceni não tem do que reclamar. É verdade, como disse o treinador, que a falta de público afeta mais o Flamengo do que outros clubes, haja vista o papel que historicamente a Nação exerce sobre o time, especialmente no Maracanã. Ocorre que também há o reverso da medalha: assim como seu antecessor Domènec Torrent, que também reclamou da falta de público, Ceni não teria escapado de sonoras vaias em algumas partidas. Só em um universo paralelo ou realidade alternativa poderíamos conhecer as consequências dessas imaginárias vaias.
O que me parece certo é que Ceni deveria evitar o assunto (críticas), até para não deixá-lo "crescer" ainda mais e influenciar negativamente a avaliação dos torcedores sobre outros pontos que destacou, como, por exemplo, o fato do time de 2019 também ter "sofrido". É que, ao apontar o fato, abre a perigosa porta da comparação, na qual inevitavelmente sai perdendo, especialmente nos aspectos da criação e da produção ofensiva do time nas temporadas de 2019 e 2020. Apesar disso, não custa para a torcida observar que o treinador não contou nenhuma mentira. Aliás, preciso ser coerente, pois, quando o time ainda era dirigido por Domènec Torrent, eu mesmo também apontei o fato neste post.
Como escreveu o Mauro, comentando a própria entrevista que conduziu, Ceni tem mesmo uma certa dificuldade para reconhecer os próprios erros e, digo eu, acaba se enrolando ainda mais ao tentar se defender de algumas obviedades, característica que é normalmente qualificada como arrogância. Contudo, ninguém pode negar que essa mesma característica também estava presente em seus tempos de atleta, quando conquistou quase tudo o que era possível para um atleta brasileiro. Na verdade, o Ceni treinador é uma versão mais madura, embora também mais insegura, e até por isso (ainda?) está bem distante do Ceni atleta, mas também é inegável que o treinador sequer chegou à metade do que pode ser a sua carreira, a longo prazo, e que ainda tem um bom espaço para crescer na profissão.
A grande superioridade tática e qualitativa do time de 2019 não pode ou não deveria retirar do torcedor a consciência de que os sucessores de Jorge Jesus não ocupam o mesmo patamar do Mister. E também é bom ter em mente que, acaso Ceni "caia" no curso da temporada/2021, o momento atual não permite que sonhemos com uma reposição por um treinador de primeiro patamar para os padrões sul-americanos ou mesmo cogitar que um treinador brasileiro faria melhor.
Talvez Ceni seja "o que tem pra hoje", assim entendido como a temporada/2021. Dá pra ganhar com ele, mas calculo que será bem mais fácil se ele e a torcida se ajudarem. Como é impossível (e indesejável) "domar" mais de 40 milhões de aficionados, torço para que o nosso jovem treinador, por quem torço muito, dê o primeiro passo, importante inclusive para o seu processo de autoafirmação.
Antes de passar a palavra a vocês, deixo-os com a inesquecível lição de um conhecido tricolor:
"Para qualquer um, a camisa vale tanto quanto uma gravata. Não para o Flamengo. Para o Flamengo a camisa é tudo. Já tem acontecido várias vezes o seguinte:- quando o time não dá nada, a camisa é içada, desfraldada, por invisíveis mãos. Adversários, juízes, bandeirinhas, tremem, então, intimidados, acovardados, batidos. Há de chegar talvez o dia em que o Flamengo não precisará de jogadores, nem de técnicos, nem de nada. Bastará a camisa, aberta no arco. E diante do furor impotente do adversário, a camisa rubro-negra será uma bastilha inexpugnável."
Nelson Rodrigues
Bom dia e SRN a tod@s.
Irmãos rubro-negros,
O ano será bastante difícil, dado o calendário, que já começa apertado.
O Flamengo, neste momento, precisa focar fortemente na preparação visando às competições mais importantes do ano.
Isso, porém, não exclui a utilização de alguns atletas do elenco de profissionais em partidas pelo Campeonato Carioca. Tudo é questão de bom senso.
Flamengo tem feito um excelente trabalho no departamento de futebol. O clube é a maior referência esportiva do país atualmente e está conquistando os títulos que tanto sonhamos.
Um trabalho iniciado em janeiro de 2013.
Eu ainda acho que o clube deveria investir pesado numa comissão técnica de nível europeu. Mas tudo indica que não há dinheiro para fazer esse tipo de investimento.
É a realidade que o clube vive atualmente, após o golpe fortíssimo dado pelo Covid-19.
E se coubesse a mim escolher entre loucuras financeiras e a manutenção do equilíbrio nas contas do clube, eu escolho a segunda opção sem pensar duas vezes.
Boa gestão tem de ser a norma dentro do Clube de Regatas do Flamengo.
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Abraços e Saudações Rubro-Negras.
Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.
Salve, Buteco! Depois de muita filosofia (de buteco) e ideias sobre estruturação do Departamento de Futebol, segue uma análise, curta e grossa, a respeito do elenco.
Goleiros – Diego Alves, César, Hugo Souza e Gabriel Batista.
Obs.: O noticiário da semana anunciou que o Flamengo procura um goleiro, por considerar que Hugo ainda não está pronto e, arrisco afirmar, por conta da contusão de César, que, de resto, estava prestes a ser negociado com o Atlético/GO.
Opinião: As contusões de Diego Alves, infelizmente, vem sendo recorrentes. Rogério Ceni teve uma carreira de atleta de ponta jogando na posição, o que gera a expectativa de que possa ajudar Hugo a evoluir, considerando o inegável potencial do jovem goleiro. Contudo, expectativa não se confunde com realidade. Até aqui não podemos dizer que Hugo tenha evoluído, um mínimo que seja, sob a direção do atual treinador. Gabriel Batista, por sua vez, está longe de ser uma opção confiável. Preocupante cenário de instabilidade em uma posição que exige grande margem de segurança.
Laterais direitos – Isla, Matheuzinho e João Lucas.
Obs.: Possível volta de Rafinha.
Opinião: infelizmente, o jovem João Lucas parece não estar pronto ou mesmo à altura do Flamengo. Matheuzinho é promissor e merece maior minutagem, valendo lembrar que vem correspondendo regularmente sob a direção de dois treinadores – Domènec Torrent e Rogério Ceni. Além disso, precisa ser valorizado, inclusive como ativo do clube. Meu coração está dividindo bola com a razão nesse retorno do Rafinha. Seriam dois laterais caros e que aumentariam a média de idade do setor. A experiência e a qualidade dos dois veteranos, no insano calendário de 2021, podem justificar o investimento, mas é inevitável lembrar que a tendência mundial atual é de jogo físico (aliado à técnica) e valorização da base. Ceni usaria com equilíbrio os três? Só que Rafinha é sinônimo de qualidade, liderança e títulos. O coração está vencendo a razão nessa batalha.
Laterais esquerdos – Filipe Luís, Renê e Ramon.
Opinião: o veterano titular é candidato sério a ídolo histórico (se é que já não o é) e joga de terno, mas obviamente não aguentará sozinho o insano calendário. Renê tem a experiência que Ramon ainda não possui, mas estacionou no patamar de mero bom marcador, transparecendo estar acomodado. Apesar de claramente ser um jogador de personalidade forte e possuir enorme talento a ser lapidado, Ramon me preocupa pelo aparente temperamento explosivo. Acho que o mais correto é apostar no Ramon, porém os jogos nos quais Filipe Luís não puder atuar ainda preocupam.
Zaga – Rodrigo Caio, Willian Arão, Gustavo Henrique, Léo Pereira, Bruno Viana e Matheus Thuler.
Opinião: Rodrigo Caio é o único acima da média, porém ficou afastado por longos períodos na temporada de 2020. É hora de identificar as causas e avaliar a possibilidade de eliminá-las. Willian Arão foi a surpresa agradável da temporada, adaptando-se rapidamente ao setor. Contudo, além de preferir jogar no meio de campo, forma com Rodrigo Caio uma zaga bastante técnica, porém com baixa estatura para o jogo aéreo. Gustavo Henrique aparentemente superou o pior momento, mas volta e meia compromete com as velhas falhas. Léo Pereira, que jogou bem com Jorge Jesus, parece ter desistido de buscar a titularidade e Ceni tampouco mostra ânimo em recuperá-lo, o que torna duvidosa a relação de custo e benefício na sua manutenção no elenco. Com as partidas de Natan e Thuler (ainda não confirmada), surgirá oportunidade para Gabriel Noga, para mim um jogador bastante promissor, mas que precisa trabalhar o físico para suportar os choques do profissional. No geral, o setor poderia ter oferecido maior segurança, mas tem bom potencial para se estabilizar.
Meias “Volantes” – Gérson, Willian Arão, Thiago Maia, Diego, João Gomes e Hugo Moura.
Opinião: Gérson continua sobrando e parece desenvolver o seu melhor quando joga à frente do “primeiro volante” ou meia mais recuado. Acho que o seu melhor reserva é o correto Pepê, o que, porém, expõe o desequilíbrio técnico existente no setor, até porque Pepê, além de ter suas limitações, é utilizado com maior frequência como meia mais adiantado. Para jogar na primeira posição, enquanto Thiago Maia não se recuperar e Diego estiver no elenco, evitaria negociar João Gomes ou Hugo Moura, e Willian Arão (288 jogos pelo clube) seria a minha opção para titular.
Meias Ofensivos – De Arrascaeta, Everton Ribeiro e Pepê.
Opinião: apesar da altíssima qualidade técnica e individual dos titulares, o elenco apresenta evidente carência na posição, valendo lembrar que Pepê (a meu ver corretamente) prefere jogar como volante. O reforço ideal para o setor precisa ter mais vigor físico do que os atuais titulares, sem prejuízo da qualidade técnica. Se esse reforço não vier, o caminho natural será utilizar Gérson mais adiantado, posição na qual não se extrai o seu melhor, apesar de, ainda assim, nela render bem acima da média sul-americana.
Atacantes – Gabigol, Bruno Henrique, Pedro, Vitinho, Michael e Rodrigo Muniz.
Opinião: nenhum clube, nas três Américas, possui um trio de atacantes do nível de Gabigol, Bruno Henrique e Pedro. Nosso jovem e iniciante treinador tem confessada dificuldade em escalar dois deles juntos (Pedro e Gabigol), e o melhor da América do Sul em 2019 (Bruno Henrique) não teve boa temporada em 2020 (está devendo). O que parece ser um sonho pode gerar frustração, inclusive pelas escolhas do clube em relação à comissão técnica e seu comando. O time, em 2020, sob a direção de Ceni, esteve longe de se movimentar no ataque como outrora. Rodrigo Muniz pode ser uma boa opção para a reserva de Pedro, mas Vitinho e principalmente Michael fazem hora extra no elenco, sendo ativos caros que poderiam ajudar o clube a atingir sua meta financeira estipulada para a negociação de jogadores. Mas Vitinho, na minha modesta opinião, ainda é útil. Pior do que ter um jogador no elenco que não rende o esperado é negociá-lo sem trazer alguém que execute as mesmas funções táticas. Sempre pode piorar.
No geral, cuida-se de um supersônico conduzido por piloto e mecânicos de monomotor (ou “teco-teco”, para os mais antigos) ou seria exagero para ambos os casos?
A palavra está com vocês.
Bom dia e SRN a tod@s.