terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

O último fantasma

Olá Buteco, bem-vindos!!!

Meu primeiro confronto Flamengo x São Paulo memorável aconteceu na final da Supercopa 1993. O São Paulo era o atual campeão mundial e bicampeão da Libertadores, enquanto o Flamengo tentava se reinventar com a molecada da base, após as saídas de Junior, Zinho e Gaúcho, espinha dorsal do time campeão brasileiro de 1992. Foram dois jogaços, 2x2 aqui, 2x2 lá e derrota nos pênaltis, Marcelinho bateu na trave. Embora o Flamengo tivesse perdido o título, foi um capítulo importante da minha formação enquanto RubroNegro, entender que o Flamengo partia para cima de qualquer um, em qualquer lugar, quaisquer que fossem os 11 jogadores a envergar o Manto Sagrado. De tantas e tantas vezes em que vi o Flamengo encurralar times muito mais fortes tecnicamente, aqueles dois jogos foram os primeiros.

Minha próxima lembrança de Flamengo x São Paulo vem da Copa dos Campeões 2001. O Flamengo havia acabado de levantar o tricampeonato carioca com o fantástico gol do Pet. Pois não é que o homem repetiu a cobrança magistral na final, garantindo mais um caneco? No gol do São Paulo, Rogerio Ceni só conseguiu tornar o gol ainda mais parecido com o do tri, ao emular perfeitamente o goleiro Helton.

Nos anos 2000, o São Paulo foi um dos clubes a aproveitar o vácuo gerado pela bagunça administrativa pela qual passávamos. Conquistaram um tricampeonato brasileiro consecutivo e polemizaram com a bizarra decisão de ficarem com a Taça das Bolinhas, fechando os olhos para o campeonato vencido pelo Flamengo em 1987 no qual eles, São Paulo, foram signatários. Essa atitude acabou por aumentar uma rivalidade que, até então, sempre fora cordial no futebol.

Em 2009, veio o troco: o São Paulo era o atual tricampeão brasileiro e brigava pelo tetra, enquanto o Flamengo vinha como grande azarão no campeonato. Um dos jogos mais emblemáticos do Hexa foi exatamente Flamengo 2x1 São Paulo, uma virada do Flamengo no jogo do “Pai, f.-se o pênalti!” (Everton Silva falando para Pet) e do belo gol de Zé Roberto, que lembra bastante o gol do último domingo, de Gabriel. Ao final desse jogo (29ª rodada), a arrancada para o título já tomava forma.

Nos últimos anos, a situação se inverteu: o São Paulo se meteu em uma série de turbulências políticas e o Flamengo investiu pesado na sua reestruturação financeira, o que nos permitiu montar o histórico time que, na próxima quinta-feira, jogará pelo Octacampeonato Brasileiro. Ainda assim, o São Paulo continua sendo um adversário dificílimo para o Flamengo, o único dos grandes que não foi batido no Ano Mágico e que conseguiu nos bater por 3 vezes na atual temporada. No Morumbi, nossa última vitória remete ao longínquo 2011. 

Uma final de campeonato cheia de ingredientes extras, sendo o mais inusitado o fato de termos Rogerio Ceni no nosso comando técnico. Não se enganem, o São Paulo que entrará em campo na quinta-feira não será nem sombra do arremedo de time que perdeu ontem para o Botafogo. Para eles, tirar o título do Flamengo será a oportunidade perfeita para uma pseudo redenção por deixarem o campeonato escorrer entre os dedos. 

Para nós, será o exorcismo do último fantasma.  SEREMOS CAMPEÕES!!!

Saudações RubroNegras!!!