terça-feira, 19 de janeiro de 2021

A Hora da Verdade


Salve, Buteco! É claro que não vou reclamar de um 3x0 fora de casa com dois dos principais atacantes do time desencantando. Todavia, se a vitória contra um adversário tão fraco não pode servir de referência, é possível dizer que o jogo foi muito ruim, tecnicamente sofrível, em boa parte pelo gramado pesado no primeiro tempo, mas também pela incapacidade das duas equipes de fazerem bola rolar e trocarem passes durante os noventa minutos. Culpa dos jogadores ou do campo de jogo? Assistindo à transmissão do SporTV/Premiere, fiquei confuso sobre o estado do gramado, sem saber se era bom porque a drenagem foi eficiente ou ruim porque a bola não rolava direito. 

No primeiro tempo, disputado sob a forte chuva que caía em Goiânia, achei que o Mais Querido apresentou alguns sinais de melhora, especialmente pela movimentação de Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabigol no ataque. Porém, o time atacou muito pela esquerda e muito pouco pela direita, não sei se pelas péssimas fases que Isla e Everton Ribeiro atravessam. O time jogou mais de vinte minutos praticamente no campo do Goiás, tendo a equipe esmeraldina esboçado um princípio de reação pouco antes dos 30 minutos de jogo. Após retomar a marcação alta, o Flamengo voltou a anular as ações ofensivas do Goiás e abriu o placar com Arrascaeta, sempre ele, com sua distinta clarividência e seu poder de finalização.

Na volta do intervalo, com o Goiás saindo um pouco mais para o jogo, os espaços apareceram e o placar começou a ser construído. Logo aos 2 minutos o goleiro Tadeu recebeu o cartão amarelo por derrubar Bruno Henrique fora da área, e aos 16 Everton Ribeiro forçou o goleiro esmeraldino a praticar uma boa defesa, mas foi no minuto seguinte, aos 17, num lance de retomada de posse de bola, que o Camisa 27, melhor da América do Sul em 2019, serviu Gabigol, que "estava pedindo a la Galvão". Os 2x0 trouxeram tranquilidade e a possibilidade de cozinhar o jogo, poupando especialmente os pendurados contra um adversário que se soltou mais ainda, trocando um volante por um atacante. O Flamengo tinha, naquela altura, um verdadeiro latifúndio para explorar na defesa esmeraldina, porém gol de Pedro só saiu nos acréscimos, aos 49 minutos.

Foi bom pelos três pontos, a volta ao G4 e, como disse no início do texto, por Pedro e Gabigol terem desencantado. Contudo, a verdade sobre o atual momento do time será revelada na próxima quinta-feira, em Brasília, quando o Flamengo receberá o Palmeiras, com o adversário no auge da confiança por haver se classificado para a final da Libertadores da América, apresentado grande volume de jogo contra o Grêmio (jornalistas e torcedores dizem que o placar não refletiu a superioridade palestrina) e goleado o Corinthians. O time de Abel Ferreira é muito organizado e afiado ofensivamente. Mesmo quando a bola não entra, percebe-se que as jogadas são bem articuladas e não obra do acaso ou de espasmos de individualidade do forte elenco. A boa fase do Palmeiras é fruto de um trabalho muito bem feito em relativamente pouco tempo do português à frente da equipe.

Futebol é momento, diz o velho ditado popular. O Flamengo no Campeonato Brasileiro/2020, até aqui, e especialmente com Rogério Ceni, vem sendo o "Anti-Robin Hood", pois toma dos pobres e entrega para os ricos. Praticamente implacável contra os rivais do Z4 e adjacências, o time vem demonstrado uma tibieza constrangedora contra os integrantes do G6, não tendo conseguido sequer uma vitória em 6 jogos (3 empates e 3 derrotas). Seria o time capaz de iniciar verdadeiramente uma reação, ser competitivo e vencer o forte Palmeiras na quinta-feira? Logo esse adversário, que há anos se sente tão a vontade nos contra ataques, cedendo a bola ao oponente?

Os créditos foram gastos e não existe mais margem para erros ou discursos de "pacto" e de "time mordido". O Palmeiras dará a exata medida do que esse time poderá fazer até a 38ª Rodada.

Chegou a hora da verdade para Rogério Ceni e grande elenco.

Bom dia e SRN a tod@s.