terça-feira, 17 de novembro de 2020

Checkpoint Brasileirão - Bloco 4

Olá Buteco, bom dia!

Nesta totalmente atípica temporada 2020, é muito difícil tentar fazer um recorte da participação do Flamengo no Campeonato Brasileiro, uma vez que os jogos das três competições se intercalam, fazendo com que a utilização dos atletas nas competições eliminatórias acabem por cobrar seu preço no Brasileirão.

A escolha por disputar a Copa do Brasil com um time próximo ao titular já vinha sendo questionada aqui no Buteco há bastante tempo, especialmente nas colunas do Gustavo. O time perdeu a chance de liderar o Brasileiro ao ser goleado pelo São Paulo no Maracanã, logo após o jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil. Mantendo o erro, o antigo treinador Domenec Torrent manteve o time principal no jogo da volta e garantiu a classificação. No entanto, voltou a ser goleado no Brasileirão, o que encerrou a passagem do treinador catalão no clube. 

Rogério Ceni chegou e manteve o time principal (ou o que mais se aproximava dele, haja vista os diversos desfalques com lesões e seleções), perdeu o primeiro jogo da eliminatória e, no último sábado, não tivemos forças para ganhar do Atlético Goianiense. Me parece claro que a decisão de escalar os titulares na Copa do Brasil foi um erro de avaliação gigantesco, com a diretoria tendo uma parcela mais que considerável de responsabilidade nessa decisão.

A vaca está indo para o brejo. O time, que já estava todo remendado, agora não tem mais Thiago Maia, lesionado. Outros jogadores importantes como Rodrigo Caio e Gabigol dificilmente conseguirão recuperar a forma física antes dos confrontos contra o Racing, pela Libertadores. E, no Brasileirão, estamos ficando cada vez mais para trás. Um cenário totalmente desfavorável, impensável no início do ano. 

O último bloco do Brasileiro foi um desastra completo. Fizemos apenas 5 pontos, dois empates (Bragantino e Inter) e a goleada frente ao Corinthians, ficando portanto 6 pontos abaixo da meta. A imagem abaixo mostra o desempenho do time na competição. A reta vermelha mostra o checkpoint para o título e a reta laranja, o check para G4:


O que podemos perceber é que, embora houvesse algumas chances de atingir a liderança da tabela, não estivemos efetivamente nunca sobre o checkpoint do título e que, no cenário atual, estamos mais perto da linha do G4 do que da linha do título.

Entretanto, é provável que o campeão desse ano não chegue nem aos 80 pontos, o que ainda nos deixa na briga, mesmo com este desempenho irregular. Precisamos ajustar o time, parar de perder gols fáceis e de entregar lá atrás. Em todo caso, a administração do elenco será crucial nas pretensões de vencer o Brasileirão. Se passarmos do Racing, teremos outros dois confrontos imediatos pela Libertadores, ou seja, iremos até o Natal sem nenhuma semana cheia. Será praticamente impossível chegar à liderança do campeonato nacional sem administrar o elenco nos jogos eliminatórios, mesmo na Libertadores. 

Difícil escolha para nossa nova comissão técnica, mas tivemos um exemplo de como a inteligência estratégica é fundamental no esporte: no último domingo, o multicampeão Lewis Hamilton, percebendo que não adiantaria forçar uma ultrapassagem sobre Sebastian Vettel, economizou os pneus e esperou pacientemente o momento do bote. Estava em 6º, venceu a corrida com mais de 30s de vantagem para o 2º colocado e uma volta no companheiro de equipe. Enquanto isso, o promissor e impetuoso Max Verstappen, que tinha o melhor carro do fim de semana, forçou uma ultrapassagem num momento inadequado, rodou e jogou fora sua corrida.

O Flamengo precisará encontrar sua melhor estratégia para encarar os desafios que vêm pela frente.

Saudações RubroNegras!