terça-feira, 11 de agosto de 2020

Checkpoint Brasileirão

Olá Buteco, bem vindos!

Pela primeira vez em muito tempo, entramos no Campeonato Brasileiro como o grande favorito ao título da competição. Isso deve ser encarado de forma natural, pois conquistamos esse respeito com a reestruturação econômico-financeira do clube e com as taças conquistadas no Ano Mágico de 2019. Por outro lado, há de se ter muito cuidado com as armadilhas que advém do "pacote favoritismo" e a maior de todas é acreditar que o octacampeonato está ganho antes mesmo de começar.

Futebol é traiçoeiro! Essa é uma das primeiras frases que qualquer moleque ouve assim que começa a acompanhar, mais fortemente, o seu time do coração e a História do Futebol mostra um número impressionantemente alto de exemplos em que os favoritos ficaram pelo caminho, em qualquer torneio que se deseje olhar, independente de formato. 

No futebol, não se ganha nada de véspera! Por melhor que seja o elenco do Flamengo hoje, é emblemática a jogada do gol de empate na Libertadores do ano passado: aos 43 minutos do segundo tempo, em uma partida de grande desgaste físico, Diego dá um carrinho para interceptar passe de Pratto, mas a bola volta para o argentino. Diego insiste na marcação, Pratto fica apertado e Arrascaeta, com outro carrinho, lhe rouba a bola. Ele avança de nosso próprio campo de defesa, aciona Bruno Henrique e, alguns segundos depois, estará entrando na área do River para, com mais um carrinho, fazer a assistência que permitirá a Gabigol marcar o gol de empate. Um time esplêndido, com talento ímpar e uma ânsia pela vitória que não permitiria outro resultado. Um gol à Flamengo!

Após a derrota para o Atlético Mineiro na estreia do Brasileirão, esse seria o meu lance escolhido para abrir a semana de trabalhos. Relembrar que, mesmo para um time histórico e vencedor como esse, a trajetória não foi fácil. Nunca é. Nunca será. Ninguém dá nada de graça! 

Isto posto, ferimentos leves. O calendário do futebol brasileiro já é complexo normalmente. Agora, então, não dá tempo nem para ficar se lamentando. Temos dois jogos fora de casa, amanhã e sábado para tentar melhorar nossa posição na tabela e ir pegando ritmo de jogo. Na outra semana, fechamos esse primeiro bloco de 5 jogos em casa contra Grêmio e Botafogo, jogos tão difíceis quanto foi esse de domingo, não se enganem.

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Checkpoint Brasileirão

Para os novos Butequeiros, explico a dinâmica da série Checkpoint Brasileirão: fizemos um levantamento estatístico dos campeões brasileiros em pontos corridos e dividimos o campeonato em 7 blocos de 5 rodadas, até a rodada 35. Estimamos então uma pontuação que, nessa altura do campeonato, nos permita disputar o título, pontuando o que for preciso nas últimas 3 rodadas, o que chamamos de Sprint Final. Vamos lá!

A média história dos campeões brasileiros em pontos corridos era de 76 pontos até 2018. No estudo feito para o Checkpoint 2019, concluímos que a pontuação para título, a partir de então, tenderia a aumentar, uma vez que existia uma diferença bem maior que a habitual entre os postulantes ao título - Flamengo e Palmeiras - e os demais. Realmente, a nossa campanha foi fora da curva, inclusive batendo o recorde da competição com 20 clubes. No entanto, é relevante lembrar que não só o Palmeiras como o Santos de Sampaoli (que acabou na 2ª posição) também conseguiram pontuações superiores aos vices-campeões anteriores, ambos com 74 pontos. 

Para este ano, com a pandemia e a necessidade de acumular sequências praticamente ininterruptas de jogos quarta/domingo para os times que disputam Brasileiro, Libertadores e Copa do Brasil (geralmente os mesmos que brigam pelos títulos da temporada), está bem mais difícil saber se as pontuações dos líderes continuarão convergindo para cima da média histórica. Talvez sim, uma vez que um dos postulantes ao título - o Atlético de Sampaoli - não tem outra competição a disputar, gerando uma vantagem em relação à administração do calendário.

Por via das dúvidas, manteremos a mesma pontuação planejada para o ano passado: 77 pontos na rodada 35, o que nos permite chegar a 86 no Sprint Final, ao recebermos Corinthians e Inter no Maracanã e encerrarmos contra o São Paulo no Morumbi. Na média, precisamos conquistar 11 pontos a cada 5 jogos.

Bloco 1: Atlético MG (c), Atlético GO e Coritiba (f), Grêmio e Botafogo (c). Médio.

Bloco 2: Santos e Bahia (f), Fortaleza (c), Fluminense (n) e Ceará (f). Médio.

Bloco 3: Goiás (c), Palmeiras (f), Athlético PR e Sport (c) e Vasco (n).  Médio.

Bloco 4: Bragantino (c), Corinthians e Inter (f), São Paulo (c) e Atlético MG (f). Difícil.  

Bloco 5: Atlético GO e Coritiba (c), Grêmio e Botafogo (f) e Santos (c). Médio.

Bloco 6: Bahia (c), Fortaleza (f), Fluminense (n), Ceará (c) e Goiás (f). Fácil.

Bloco 7: Palmeiras (c), Athlético PR e Sport (f), Vasco (n) e Bragantino (f). Médio.

Sprint Final: Corinthians e Inter (c), São Paulo (f). Difícil.

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Análise do 1º Bloco

Em um cenário normal, este primeiro bloco de 5 jogos seria de dificuldade média: teríamos os confrontos com os times mais fortes em um Maracanã lotado e a sequência do trabalho do Mister. Agora, sem a Torcida, de técnico novo e já com uma derrota na estreia, o bloco ficou bastante difícil. Já baixei minhas expectativas e 8 pontos me satisfazem. O que não pode, de maneira alguma, é perder do Grêmio, na quarta-feira que vem, porque este é outro confronto direto. A meta, nesse primeiro bloco, deve ser não se distanciar dos líderes. Com 8 pontos ao final da rodada 5, imagino que estaremos entre os 6 primeiros. Para efeito de comparação, ano passado terminamos a 5ª rodada com 7 pontos, na 9ª posição.

Os clássicos são sempre decisivos. Se há alguma desvantagem motivacional ao jogarmos 6 clássicos (porque os rivais vêm sempre babando contra nós, equilibrando a desvantagem existente entre os elencos), há a vantagem de disputarmos 3 jogos a mais em casa, mesmo que ultimamente o Botafogo tenha escolhido o Engenhão quando tem o mando. Ano passado, conseguimos a marca expressiva de 14 pontos em 18 possíveis. Uma bobeada nesses jogos pode ser fatal, porque na fase em que se encontram, nossos rivais regionais não costumam tirar pontos dos outros postulantes ao título. Em 2019, Santos ganhou 5 jogos e empatou 1 (Fluminense, no Maracanã). Palmeiras ganhou 4, empatou 1 e perdeu 1 (Fluminense também, rodada 35 no Rio).

A temporada recomeçou e os desafios virão em sequência. Daqui a pouco recomeçam também a Libertadores e a Copa do Brasil. Temos elenco para disputar tudo e fazer bonito novamente. É refletir sobre o que deu errado na derrota de domingo, levantar a cabeça e voltar a ganhar os jogos na Raça e no Manto, como fizemos em várias situações desfavoráveis no ano passado, enquanto vamos assimilando a nova filosofia de trabalho. Depois, o céu é o limite!

Saudações RubroNegras!