segunda-feira, 16 de março de 2020

Before The Storm

Salve, Buteco! 2020 se inciou como outro ano qualquer, com as pessoas tocando suas vidas administrando as dificuldades, frustrações, expectativas e sonhos de sempre, até que a pandemia do COVID-19 mudou colocou o mundo de pernas para o ar. Resiste ou não ao calor? Sobreviverá no clima tropical? Deixa sequelas? As medidas de prevenção e isolamento surtirão efeito? As pessoas estão levando a sério o perigo? Nesse cenário, o futebol se torna uma preocupação menor. Ou deveria se tornar, mas como estamos no Brasil, o inusitado e o teratológico tomam a cena. 

Sábado, os jogadores, justificadamente, pareciam não estar com a cabeça no confronto contra a Portuguesa. A reportagem da FlaTV dava conta de um Jorge Jesus mais calado do que o normal à beira do gramado, tendo pedido expressamente a suspensão do campeonato após a partida. Giorgian De Arrascaeta, neste vídeo, até tentou demonstrar sua simpatia natural e sua alegria por marcar o gol de uma virada nos últimos minutos jogando pelo Flamengo, porém não conseguiu disfarçar o incômodo com a irresponsável decisão da FFERJ de manter a rodada, mesmo com uma pandemia ameaçando a saúde de toda a população. Na entrevista pós-jogo de ontem, o treinador do Grêmio, Renato Portaluppi, proferiu duras declarações, dando a entender que os profissionais do futebol poderiam até adotar a medida extrema de entrar em greve acaso as competições estaduais não sejam imediatamente suspensas. E o time do Grêmio, tal como o do Flamengo, pareceu não se interessar pela partida na maior parte do tempo regulamentar. Será que há um padrão?

Talvez os políticos do futebol não ousassem tanto se os políticos profissionais não dessem o mau exemplo. O Excelentíssimo Presidente da República, que botou e tirou máscara e ninguém entendeu direito se contraiu ou não o vírus, ontem, inacreditavelmente, descumpriu os protocolos de monitoramento e apareceu fazendo exatamente o que todas as autoridades médicas orientam a não fazer: cumprimentando e dando a mão a pessoas aglomeradas. Em algumas cidades, houve manifestações e até micaretas para exaltar Sua Excelência e lhe dar apoio político.

 Acham que é pouco? Pois Sua Excelência terminou a noite chamando a paralisação dos campeonatos de histeria e defendendo que a CBF determine, na situação atual, a venda de ingressos e o comparecimento de público aos estádios, e ainda disse, em relação ao COVID-19, em alto e bom som: "não estou preocupado com isso." Nos tempos do PSDB, isso se chamava estar no limite da irresponsabilidade, como inusitadamente descreveu um figurão apanhado em grampo telefônico. Já nos tempos do PT, os incautos eram chamados de aloprados. Pobre população brasileira, que sobrevive a um governo trágico após o outro.

A tempestade virá. É inevitável. Só não sabemos o tamanho. O importante é não entrar em pânico. Cientistas responsáveis afirmam que, muito embora o pico de contágio no Brasil ocorrerá entre os meses de abril e maio, é possível que o número de infectados seja menor ou até bem menor do que se previu, justamente pelas medidas que autoridades ao longo do país estão tomando, incentivando o isolamento preventivo. 

É preciso ter fé e solidariedade. 

O que salvará a nós e nossos entes queridos não serão os políticos e sim os os esforços e orientações dos médicos e cientistas debruçados em ajudar a população: higiene pessoal (lavar bem as mãos), isolamento domiciliar, evitar aglomerações, fechamento de escolas, sair de casa apenas em caso de extrema necessidade, cobrir nariz e boca se tossir, evitar apertos de mãos, evitar levar as mãos ao rosto (boca, nariz e olhos) e não compartilhar objetos pessoais.

Com fé em Deus e São Judas Tadeu, sobreviveremos. O Brasil sobreviverá.

Fiquem bem.

Bom dia e SRN a tod@s.