segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Whole Pig on The Spit

Salve, Buteco! O Flamengo quebrou o tabu de cinco anos sem vencer o Palmeiras. A última vitória havia ocorrido no distante 4 de maio de 2014 (4x2 no Maracanã pelo Campeonato Brasileiro), o que sem dúvida incomodava bastante, especialmente depois dos dois times se consolidarem como os de elencos com maior investimento no futebol brasileiro. O Flamengo e sua torcida precisavam dessa vitória, que na verdade era para ter acontecido antes, seja em 2017 (Zé Ricardo), quando, com dez em campo, por pouco não venceu na Allianz Arena, como também em 2018 (Dorival Jr.), quando no Maracanã, de maneira inacreditável, Lucas Paquetá perdeu um gol feito no final da partida, que ficou entalado até ontem. Os 3x0, refletindo a ampla superioridade rubro-negra dentro de campo, poderiam ter sido 4 ou 5, não fosse o desgaste pela classificação para as semifinais da Libertadores no Beira-Rio, na última quarta-feira, que fez o time "tirar o pé" no segundo tempo.

Apesar disso, a torcida tomou alguns sustos. O Palmeiras de Luiz Felipe Scolari parece ter enxergado e ensaiado bem uma perigosa bola longa para Dudu ou Luiz Adriano receber em velocidade na frente da nossa primeira linha, jogada tentada várias vezes durantes os noventa minutos, quase resultando na abertura do placar com apenas dois minutos de jogo. O bem marcado impedimento de poucos centímetros, porém, parece ser resultado de uma linha precisa e cuidadosamente ensaiada por Jorge Jesus, a julgar por outras situações semelhantes, como, por exemplo, no 1x1 contra o Athletico/PR na Arena da Baixada (Copa do Brasil), que marcou a estreia do nosso treinador português. Contudo, apesar da jogada bem desenhada, e do perigo levado nas bolas aéreas, esse Palmeiras versão 2019 não tem o mesmo repertório e nem a mesma precisão de 2018. E com uma importante diferença: nos três últimos Campeonatos Brasileiros, nos quais conquistou dois títulos, o Palmeiras teve o ataque mais positivo, o que não ocorre na atual edição, em que já está a impressionantes quatorze gols do Flamengo e a cinco do Santos de Jorge Sampaoli.

Coincidência ou não, 2019 foi, desde 2016, a única temporada planejada por Luiz Felipe Scolari. Observem que o problema não se limita à concorrência dos treinadores estrangeiros, que são apenas dois, especialmente porque a equipe palestrina não venceu no pós-Copa América, num total de sete partidas (!). A estratégia e a escalação com três volantes, ao menos para mim, foram prenúncio de um placar dilatado, impressão reforçada após a abertura do placar, pois era evidente, pelas características muito ofensivas e qualidade do Flamengo de Jorge Jesus, que a postura predominantemente defensiva e reativa palmeirense apenas incentivaria a equipe rubro-negra a usar o que tem de melhor: atacar e sufocar o adversário, principalmente no Maracanã.

Nos dois primeiros gols, marcados no primeiro tempo, tivemos uma boa demonstração de como essa força ofensiva é exercida sobre os adversários: no gol marcado por Gabigol, uma interceptação feita por Arão foi muito bem aproveitada em uma troca de passes de primeira, com direito a toque de letra de Bruno Henrique e finta de Arrascaeta, e no gol marcado de cabeça pelo uruguaio, numa arrancada sensacional de Bruno Henrique, culminando com um cruzamento perfeito pelo alto.

Após o erro da contratação de Abel, a Diretoria finalmente acertou a mão na contratação do treinador. Espero que esteja claro que tipo de perfil é adequado para um Flamengo com dinheiro para investir e condições de sobra para ter a Nação Rubro-Negra como 12º jogador.

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A eliminação na Copa do Brasil pode ser classificada com um "mal que veio para o bem", pois graças a ela o Mais Querido terá três meios de semana livres para recuperação física e treinamento do elenco, antes da semifinal contra o Grêmio:

Data
Competição
Fase
Adversário
4/9 – 4ª Feira
Copa do Brasil
Semifinal (volta)
Livre
7/9
Sábado
Brasileiro
18ª Rodada
Avaí (f)
Mané Garrincha
11/9 – 4ª Feira
Copa do Brasil
Final (ida)
Livre
14/9
Sábado
Brasileiro
19ª Rodada
Santos (c)
Maracanã
18 /9 – 4ª Feira
Copa do Brasil 
(Final  – Volta)
Sul-Americana 
(Semifinal - Ida)
Livre
21/9
Sábado
Brasileiro
20ª Rodada
Cruzeiro (f)
Mineirão
25/9
4ª Feira
Brasileiro
21ª Rodada
Internacional (c)
Maracanã
28 ou 29/9
FDS
Brasileiro
22ª Rodada
São Paulo (c)
Maracanã
2/10
4ª Feira
Libertadores
Semifinal (Ida)
Grêmio (f)
Arena do Grêmio
5 a 7/10
FDS/2ª Feira
Brasileiro
23ª Rodada
Chapecoense (f)
Arena Condá
9 ou 10/10
4ª ou 5ª Feira
Brasileiro
24ª Rodada
Atlético/MG (c)
Maracanã
12 a 15/10
FDS/2ª Feira
Brasileiro
25ª Rodada
Athletico/PR (f)
Arena da Baixada
16 ou 17/10
4ª ou 5ª Feira
Brasileiro
26ª Rodada
Fortaleza (f)
Castelão
19 a 21/10
FDS/2ª Feira
Brasileiro
27ª Rodada
Fluminense (c)
Maracanã
23/10
4ª Feira
Libertadores
Semifinal (Volta)
Grêmio (c)
Maracanã

Apesar da semana que antecederá a semifinal prometer ser muito dura, por conta dos confrontos contra Internacional e São Paulo, toda a sequência, repleta de jogos no Maracanã, inclusive esses dois clássicos interestaduais, parece perfeita para o Mais Querido abrir vantagem antes e entre as duas semifinais contra o Grêmio, consolidando a liderança. Minha expectativa é de que descole de Santos e Palmeiras, viabilizando chegar à final da Libertadores, sem prejuízo da conquista do título brasileiro.

Contudo, um particular fator pode dificultar que se alcance essa meta: só em outubro teremos duas datas FIFA (10 e 15) e em novembro mais duas (14 e 19). Fatalmente jogadores convocados ficarão ausentes de duas a três rodadas em cada mês. A CBF e o treinador da Seleção Brasileira não são confiáveis. A Diretoria deve ficar atenta.

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A palavra está com vocês.

Bom dia e SRN a tod@s.