quinta-feira, 19 de setembro de 2019

A Maratona

Ontem decisão da Copa do Brasil. Internacional um time taticamente a moda antiga. Uso de pivô para concentrar a bola na frente. Chutões para ele e jogadas laterais. Athletico PR, um time mais organizado. À exceção do bom jogador Rony, o CAP não tem grandes valores individuais mas ontem foi o rei caolho de terra de cego. Jogo ruim de assistir até pela precariedade do técnico do Internacional que tira os jogadores mais pensantes no time para apostar na única bola que o salvaria, enchendo o time de flechas sem um arco para eles. Resultado? CAP toma conta do jogo e fez um belo gol no fim, com direito a uma desistência de dois jogadores adversários do lance após um belo drible do Cirino, o que achava que poderia ser novo Zico. CAP campeão justo. Ganhou nos pênaltis do Flamengo, que por sinal, perderia nos pênaltis de qualquer um naquela noite e depois nos pênaltis contra o Grêmio. Copa do Brasil é um torneio bom de ganhar para elencos sem fôlego de uma conquista mais lapidada e duradoura. Como o Campeonato Brasileiro. Copa do Brasil é uma corrida de 200m. Monta-se um time para isto. Libertadores diria que é uma corrida de 800m, até pela distância entre as diferentes fases, e o Campeonato Brasileiro é uma maratona.

No momento Flamengo está bem na maratona. Terminou a metade do trecho em primeiro. Mas isto não ganha medalha nem prêmio. É apenas um bom sinal. E só. Precisa percorrer um longo trecho em que inúmeras dificuldades ocorrerão no trajeto. Jogadores serão suspensos, se machucarão, serão convocados às seleções e o campeonato não irá parar. O time titular do Flamengo é fechado. Não há tantas peças de reposição à altura dos titulares. Quando um sai, o Mister tem que invariavelmente ajustar o esquema. Se mais de um sair, mais ajustes, até poder chegar ao ponto do Frankenstein. E o esquema tático do Flamengo não é simples, tipo o do Odair Hellman no Inter. É complicado. Repleto de variantes defensivas e de articulação complexas de jogadas de ataque. O que complica a entrada de outros jogadores fora do time titular, que, como uma orquestra, já toca uma música de boa qualidade, com bom equilíbrio entre defesa, meio de campo e ataque.  

Cabe a torcida ter paciência. Até porque há outros bons times. Palmeiras tem um elenco recheado de bons jogadores. Santos tem um grande técnico no banco que chega a superar a qualidade de seus jogadores, formando um time melhor do que seria com qualquer outro técnico. São os times a serem batidos, ao menos é que se pressupõe no momento. Pois a maratona é uma corrida coletiva. Percalços podem ocorrer aqui e acolá também.