sábado, 2 de fevereiro de 2019

Os grandes públicos do Flamengo na temporada refletem a ansiedade da torcida em acompanhar tudo desde o começo

Mais de 20 mil ingressos já foram vendidos para o jogo de domingo contra o Cabofriense.

Na estreia do campeonato carioca contra o Bangu, mais de 46 mil torcedores estiveram presentes. Em plena terça-feira, às 21h, contra o Boa Vista, mais de 34 mil estiveram na arquibancada.

No Brasileirão do ano passado, a média de público Rubro Negro ultrapassou os 50 mil por jogo.

O que tem levado tanta gente ao Maracanã? O que tem feito a torcida encher o estádio, prestigiando partidas que até então eram praticamente sem interesse?

Após anos de erro na precificação, a gestão, em seu último ano, acertou em cheio os valores. Era realmente necessário mobilizar o torcedor, fazê-lo voltar a ter o hábito de ir ao estádio.

O trabalho deu certo, somado aos grandes reforços da temporada, que resultou em grande ansiedade da torcida por presenciar tudo desde o começo e se fazer presentes em pleno jogos de primeira fase da Taça Guanabara.

Toda essa pressão por resultados, por atuações convincentes desde a primeira partida, por fazer esse time com gente talentosa apresentar um bom futebol, faz aumentar ainda mais a carga emocional de todos envolvidos nessa paixão.

E construir times com caraterísticas ofensivas, de valorização da posse de bola e de saber o que fazer com ela leva tempo, ao contrário do futebol reativo.

E ao mesmo tempo é preciso arrumar o sistema defensivo. Em todas as quatro partidas do estadual, o Flamengo sofreu gol. Mais do que isso: o Botafogo, por exemplo, poderia ter feito 2 x 0 no começo do segundo tempo, quando meteu uma boa na trave. O Boa Vista, após uma jogada de escanteio, em falha de Jean Lucas, chegou na cara do César ainda no primeiro tempo.

O bom é que Rodrigo Caio, após uma falha na estreia, mostrou em campo porque foi contratado. Jogando ao lado de Léo Duarte, forma uma dupla de zaga rápida e que ajudará nas coberturas, especialmente se o esquema for de apenas um volante.

O grande incômodo segue com na posição de segundo volante. Nem Arão, nem Jean Lucas, nem Hugo Moura demonstram condições de assumir a titularidade dessa importante posição.

Uma ideia, então, seria jogar com três zagueiros e o Cuellar à frente. A outra seria usar o tradicional 4-1-4-1, ou o 4-3-3, como o próprio Abel revelou em coletiva na sua apresentação - se não tem dois volantes, usa-se apenas um.

Contudo, em ambas refletem a falta de opções consideráveis do meio de campo para trás.

Para vencer jogos será preciso sofrer pouco defensivamente, ou seja: será necessário manter a posse de bola e ser letal no ataque usando toda sua força ofensiva. E ao mesmo tempo sem ser kamikase, tendo compactação defensiva, evitando quebrar o time em dois.

Outra vez volto ao jogo contra o Boa Vista na terça-feira, quando Abel finalmente deixou de jogar com três volantes para manter apenas o Pires e colocar em campo toda sua arma ofensiva: Arrascaeta e Éverton Ribeiro centralizados, Gabigol e Bruno Henrique nas pontas e Uribe de atacante. Foi o melhor momento do Flamengo na temporada, um dos mais prazerosos de assistir, tamanho o talento e facilidade com que aconteciam triangulações, tabelas, ultrapassagens e chances criadas. Pode ser um dos caminhos.

A ver se Abel Braga terá condições de resolver tudo isso.