segunda-feira, 12 de novembro de 2018

O Que Resta em 2018


Salve, Buteco! Desde 2015, primeiro ano das duas gestões Bandeira no qual o Flamengo em algum momento despertou em sua torcida a esperança de ser campeão brasileiro, a reta final do campeonato caracterizou-se pelo desempenho fraco e decepcionante do time, que invariavelmente foi se esfarelando à medida em que a pressão aumentou. 2018, pelo jeito, não fugirá do padrão. A diferença, desta vez, está no tamanho da decepção, afinal de contas, o time liderou o campeonato por várias rodadas e tem o melhor elenco dos quase seis anos de gestão, porém foi se apequenando a cada jogo decisivo, consolidando um perfil perdedor cuja característica predominante é a fraqueza em momentos decisivos, especialmente diante de qualquer rival que adote uma postura firme e decidida.

O discurso passador de pano é adaptado a cada contexto: em 2015 o problema esteve nos verdes egoístas e malvadões, raivosa oposição que maquiavelicamente aproveitou-se do ano eleitoral para inviabilizar a administração do futebol. Coitado do pobre presidente, que se sacrificou pelo clube e era vítima de críticas tão injustas. Em 2016 o problema esteve na falta de tempo para treinamento e nas constantes viagens. Ademais, há quanto tempo o Flamengo não terminava um Brasileiro na 3ª posição? O promissor e talentoso Zé Ricardo, formado na base e verdadeiro "Ó do Borogodó", teria tempo para preparar o time para disputar tudo e ganhar em 2017, o tão aguardado Ano Mágico, o qual, por sua vez, não se confirmou como tal por causa do maldito calendário e também por pura obra do acaso em eventos como a contusão de Diego e a derrota nos acréscimos em Buenos Aires (Libertadores), onde, nas palavras de Zé Ricardo, as substituições foram corretas e nada de diferente poderia ter sido feito.

Desconfio que em 2018 a culpa será distribuída entre o Rueda, o Carpegiani, o Caetano, o Barbieri e o Diego Alves, e talvez sobre até para São Judas Tadeu. A única certeza que podemos ter é que a culpa jamais será de quem foi fisiologista e/ou tomou todas as decisões erradas possíveis em nível de planejamento e execução.

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Resta ao Flamengo tentar se classificar para a fase de grupos da Libertadores/2019, o que há algumas rodadas atrás era considerado favas contadas. Mas lembrem-se que nada é tão ruim que não possa piorar, especialmente diante da nítida queda de rendimento nas últimas rodadas. Terminar o campeonato abaixo da 4ª posição seria uma tragédia esportiva porque a primeira das três fases (ou "Pré-Libertadores") que antecedem a fase de grupos já começa na última semana de janeiro (dia 22). Quando menos, o Flamengo entraria na segunda fase, que começa no início de fevereiro (5), o que obrigaria a atual Diretoria a planejar 2019 e montar o elenco, praticamente selando o destino do primeiro ano da (provavelmente) nova direção que assumirá em janeiro.

Os rivais na disputa pela vaga no G4 são Internacional, Grêmio e São Paulo. Os colorados demonstram irregularidade semelhante à rubro-negra, porém têm uma tabela inegavelmente mais favorável, especialmente jogando em casa, onde têm o melhor desempenho do campeonato. O tricolor gaúcho vem subindo de produção após passar a disputar apenas o Brasileiro e o tricolor paulista parece ser o pior do quarteto, o que de forma alguma pode animar a Nação Rubro-Negra, haja vista a fraqueza de espírito da nossa Diretoria e do elenco. Eis o que a tabela nos reserva:

34ª Rodada: Flamengo x Santos (Maracanã), São Paulo x Grêmio (Morumbi) e Internacional x América/MG (Beira-Rio).
35ª Rodada: Botafogo x Internacional (Engenhão), São Paulo x Cruzeiro (Morumbi), Sport Recife x Flamengo (Ilha do Retiro) e Grêmio x Chapecoense (Arena do Grêmio).
36ª Rodada: Internacional x Atlético/MG (Beira-Rio), Flamengo x Grêmio (Maracanã) e Vasco da Gama x São Paulo (São Januário).
37ª Rodada: Cruzeiro x Flamengo (Mineirão), Vitória x Grêmio (Barradão), Internacional x Fluminense (Beira-Rio) e São Paulo x Sport Recife (Morumbi).
38ª Rodada:  Paraná x Internacional (Vila Capanema), Chapecoense x São Paulo (Arena Condá), Flamengo x Atlético/PR (Maracanã) e Grêmio x Corinthians (Arena do Grêmio).

Apenas o Grêmio, na minha opinião o mais forte dos concorrentes, jogará mais vezes como visitante do que como mandante, e duas vezes em confrontos diretos, no Maracanã e no Morumbi, partidas que obviamente terão peso decisivo. Por outro lado, Cruzeiro e Sport Recife serão o fiel da balança para Flamengo e São Paulo. Na teoria, a situação do Flamengo é pior, pois jogará em casa apenas contra adversários difíceis e motivados, dentre eles o mais forte dos concorrentes, e fora de casa contra Sport e Cruzeiro. Para quem é supersticioso, o próximo jogo, contra o Santos, está marcado para o dia do aniversário do clube.

O futebol já é normalmente um esporte de difícil prognóstico, característica que aumenta com variáveis como disputa de título, vaga no G4 e fuga do rebaixamento. De qualquer modo, o Flamengo parece ter a tabela mais complicada, fator de preocupação diante da ausência de vitória do time nas últimas três rodadas, caracterizadas por confrontos mais tensos. Qual será a postura do time nesses cinco últimos jogos?

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A palavra, como sempre, está com vocês. Mandem seus palpites e prognósticos.

Bom dia e SRN a tod@s.