sexta-feira, 21 de setembro de 2018

A proposta real














Irmãos rubro-negros,




em semana sem jogos do Mengo, a política no clube entrou forte como tema principal nos debates.

A diretoria, aproveitando a semana sem campo e bola, lançou a sua candidatura.

Uma candidatura bastante esvaziada, sem apelo, cujo esvaziamento é plenamente justificado pelo fato de que a diretoria e seu grupo político de apoio se isolaram dentro do Flamengo.

Se isolaram: ninguém sabe nada; eles sabem tudo.

E mantendo essa postura de total e completa alienação quanto à realidade que os cerca, a diretoria, dando azo e corroborando a sua visão do que deve ser o nosso futebol, brindou a torcida do Flamengo com mais declarações edificantes.

Em vez de ficar aqui adjetivando o grotesco espetáculo proporcionado, vamos diretos aos fatos, porque muitas vezes a vida supera a arte.

Na segunda-feira, dia 17, nosso vice-presidente de futebol, candidato a presidente escolhido pelo sucedido e pelo seu grupo político de apoio, deu as seguintes declarações (https://globoesporte.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/vice-de-futebol-ricardo-lomba-lanca-candidatura-a-presidencia-do-flamengo.ghtml):


"Futebol vem num caminho bastante interessante. Se formos comparar com o passado recente, estamos disputando campeonatos importantes seguidas vezes. Fomos campeões cariocas ano passado. Final da Sul-Americana, Copa do Brasil... Futebol tem muito de imponderável, mas precisamos estar sempre disputando."


(...)



"Mas o associado tem que ampliar um pouco. Futebol é o carro-chefe, mas há muita coisa para além do futebol. Gestão vem obtendo resultados expressivos em diversas áreas. Futebol tem que dar o toque final, com a conquista do título. O associado, que frequenta a Gávea, entende o Flamengo de maneira mais ampla, vê que a gestão está no caminho certo."

A pergunta era sobre como tornar o futebol do Flamengo vencedor. Mas ele relativizou fracassos, elevou derrotas ao status de indicativos que nos colocam "no caminho certo" e depois desconversou para um papo de que o "associado, que frequenta a Gávea, entende o Flamengo de maneira mais ampla, vê que a gestão está no caminho certo".

A pergunta era sobre futebol e o candidato vem com papo de agradar sócio que "frequenta a Gávea".

E assim nós vamos. As críticas são injustas, estamos todos errados, pessimistas e reclamando por razões políticas. Enquanto isso, eles fazem um trabalho estupendo no nosso futebol e, se as glórias não vêm, a culpa é das circunstâncias, dos detalhes, desse incômodo pormenor chamado “vitória”.

Já se pode antever que a base argumentativa da diretoria quanto a propostas será exaltar o novo Centro de Treinamento, o bom trabalho na base, maravilhosas e pirotécnicas apresentações sobre o "Centro de Inteligência e Mercado" (o Fabinho, indicado pelo Rodrigo Caetano, ainda está lá? Quem é o profissional do setor?), parcerias nas áreas de preparação física, medicina esportiva, fisiologia e psicologia.

Resultado? Títulos? Glórias? Quem se importa com uma bobagem dessa. O importante é que o futebol do clube “vem num caminho interessante”, acumulamos “vice-campeonatos”, o “trabalho é muito bom”, “algum dia venceremos” e o associado sabe que “há muita coisa para além do futebol”.

Embora esteja preocupada com a elaboração dos seus “power points” e propostas mirabolantes, a verdade é que a diretoria tem um trunfo incrível em suas mãos: o fato de que o Flamengo ainda disputa dois títulos este ano.

A despeito dos fracassos retumbantes, mesmo dispondo de orçamento milionário, mesmo com estrutura de primeira, mesmo vendo os adversários agonizando, o fato é que o clube ainda pode conquistar dois títulos em 2018.

E o que seria melhor, como cartão de visita ou proposta para o próximo triênio, do que trazer para a Gávea o título de Heptacampeão Brasileiro?

Apresenta a taça e diz: “O Flamengo, nos últimos vinte e sete anos, conquistou três Campeonatos Brasileiros: 1992, 2009 e 2018.”












Fica melhor que qualquer “power point”. Mostra que o trabalho frutificou, que a diretoria alcançou o objetivo, porque tudo que é feito no esporte de alto nível, no futebol e no Flamengo visa à vitória.

De outro modo, alguém realmente vai acreditar em propostas de uma diretoria que dispôs de recursos jamais vistos em nossa história e fracassou?

Quem tem algo a dizer, tem algo a fazer. Vai lá e executa. Caso contrário, são palavras ao vento.

E o fato é que a diretoria tem este importantíssimo trunfo.

O Campeonato Brasileiro está indefinido. Ninguém está se distanciando e a disputa está aberta. Nossos adversários são bastante limitados. Copa do Brasil também está aberta. Flamengo tem todas as condições de conquistar ambos os títulos. Nosso elenco é milionário e deveria ser adequado para grandes conquistas.

A hora de mostrar serviço é agora.

Concentrem-se nisso em vez de se preocuparem com apresentações eleitoreiras e em passar pano para derrota.

Busquem a glória com toda a sua energia; não hesitem em tomar decisões que nos levem aos títulos. Está tarde, é verdade, e vocês são muito ruins de comando, liderança e mentalidade. Mas a glória é possível. Acreditem e façam por merecê-la.










...



Abraços e Saudações Rubro-Negras.

Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.