terça-feira, 7 de novembro de 2017

Recordando Rueda


Quando Rueda assumiu o Flamengo, acabávamos de vir de uma apresentação medonha contra o Atlético MG, na Rodada 20 do Brasileirão, sob o comando do Jayme. Nessa altura, estávamos em 7º lugar na tabela, com 29 pontos, 11 abaixo do Checkpoint para o título e incríveis 21 pontos atrás do líder. No cenário que se desdobrava, o Campeonato Brasileiro já tinha ido para o saco, restando a expectativa de vencermos alguma das duas Copas que ainda disputávamos, embora lembremos que o risco de uma eliminação para o Botafogo, na época, fosse realmente elevado.

Dois meses e meio e 21 jogos depois, voltamos a outra apresentação medonha do time, agora sob a batuta de El Profe, nesta última derrota para o Grêmio. O próprio comandante admitiu que uma das maiores causas – senão a maior – para o fracasso neste jogo fora dele. Concordamos em gênero, número e grau: escalação ruim e demora nas substituições, embora tivéssemos aberto o placar. 

Por conta desta atuação, já há quem entenda que a contratação do colombiano foi um erro e que se o time não classificar para a (pré)Libertadores é preciso fazer outra troca. Não concordo com este ponto de vista, entendendo que o treinador veio para montar o time do ano que vem. Em todo caso, vamos aos números desta pequena passagem de El Profe até aqui.

21 Jogos – 9 Vitórias – 8 Empates – 4 Derrotas – Aproveitamento de 55%
                
Primeira Liga: Eliminados pelo Paraná nos pênaltis.
                
Copa do Brasil: Eliminamos Botafogo na Semifinal e fomos vice nos pênaltis contra o Cruzeiro.
                
Sulamericana: Eliminamos Chapecoense e Fluminense e estamos nas Semifinais.
                
No Campeonato Brasileiro foram 12 Jogos, com 5 Vitórias, 3 Empates e 4 Derrotas. Vamos rever os times escalados nestas partidas em que perdemos pontos, considerando que o time titular, hoje, é Alves, Pará, Rever, Juan e Trauco; Cuellar, Arão e Diego; Éverton Ribeiro, Guerrero e Everton:

  • Botafogo 2x0 Flamengo: zaga reserva, sem Arão, Diego e Everton. O time titular vinha da primeira final contra o Cruzeiro e preparava-se para o primeiro jogo da Sulamericana (Chapecoense). Vaz, Rômulo, Geovânio e Matheus Sávio entre os titulares;
  • Flamengo 1x1 Avaí: time todo reserva, à exceção de Alves e Éverton Ribeiro. Jogo anterior à final da Copa do Brasil. Vaz, Márcio Araújo, Mancuello, Gabriel e Matheus Sávio entre os titulares;
  • Ponte Preta 1x0 Flamengo:  time misto. Sem Juan, Trauco, Cuellar, Everton e Guerrero. Os estrangeiros estavam em suas seleções. Márcio Araújo e Geovânio entre os titulares;
  • Flamengo 1x1 Fluminense: time misto. Sem Diego, Arão e Guerrero (os dois últimos entraram depois). Rômulo e Márcio Araújo foram os volantes titulares;
  • São Paulo 2x0 Flamengo:  sem Juan, Guerrero e Diego (este último entrou depois). Partida anterior ao primeiro Fla x Flu da SulAmericana. Geovânio titular;
  •  Flamengo 0x0 Vasco: sem Rever, Cuellar e Guerrero. Partida anterior ao segundo Fla x Flu da SulAmericana. Márcio Araújo titular;
  • Grêmio 3x1 Flamengo: sem Rever, Juan, Diego e Guerrero. Partida posterior ao segundo Fla x Flu da SulAmericana. Vaz e Márcio Araújo titulares;
Hoje, continuamos em 7º lugar, agora com 47 pontos, a 17 do Checkpoint do título e a 15 do líder. Percebe-se que o foco esteve, desde sempre, nas Copas. A decisão é correta? Na minha opinião, sim. Tivéssemos entrado com time misto contra o Botafogo na Copa do Brasil, ou contra o Fluminense na Sula, como reagiríamos a possíveis eliminações? Seria o lamento pela displicência em privilegiar um título concreto?

Por outro lado, tivéssemos jogado o Brasileiro com o time titular – ainda que eliminados nas copas – provavelmente estaríamos entre os 4 primeiros, mas dificilmente estaríamos disputando o título. O certo seria a vaga na Pré-Libertadores. Estaria bom?

Enfim, escolhemos as Copas. Entendo que a hora é de assumir esta escolha. No Brasileiro vai ser este sofrimento aí até o fim. Que venha a Sula!!!