sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Notas Rubro-Negras








Irmãos rubro-negros,



no momento, vivemos a expectativa do anúncio oficial da contratação de Reinaldo Rueda para o comando técnico do nosso futebol.

Não tenho como avaliar o trabalho do Rueda, assim como não tenho como avaliar o trabalho de nenhum técnico do mundo, pois acompanho pouco e não tenho tempo para assistir a jogos de outra agremiações.

Dito isso, sugiro a leitura da resenha escrita pelo Joza Novalis especialmente para o blog do nosso amigo, André Amaral, o Ninho da Nação: https://ninhodanacao.blogspot.com.br/2017/08/o-que-esperar-de-reinaldo-rueda-por.html?m=1

A esperança de que o Reinaldo Rueda faça um grande trabalho no Flamengo é muito grande.

Será novidade tanto para ele como para nós.

No caso do Flamengo, embora o clube tenha uma história rica com jogadores e técnicos estrangeiros, desde 1981 só nacionais dirigiram nosso time à beira do campo.

Já o Rueda vai deparar com um contexto de pressão que jamais enfrentou em sua vida.

A torcida do Flamengo vive o clube 24h por dia, sete dias da semana, a 200.000km/h.

Não há nada que se compare. Nada.

Torcida gigante e intensamente fanática, que se espalha pelo Brasil inteiro, e até pelo mundo.

Com o incremento das redes sociais, a torcida do Flamengo encontrou, além dos estádios, um canal para expressar todo seu amor pelo clube.

Com certeza, o Rueda jamais experimentou fenômeno parecido.

A necessidade de compreensão mútua é fundamental. Se não houver esse compromisso, essa vontade e desejo de conhecimento, em nome de um objetivo comum, o trabalho será muito mais árduo.

O melhor neste momento, porém, é aguardar o anúncio oficial do Clube de Regatas do Flamengo.

Na minha modesta opinião, o clube dá um passo definitivo para retomar a competitividade do seu futebol. Age na vanguarda do futebol brasileiro, como sempre foi de sua natureza: ousar e avançar, com convicção, onde os demais recuam.

Assim é o Flamengo.


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Faço somente uma ressalva: não adianta trazer Rueda, Guardiola, Mourinho ou Ancelotti se o regime adotado no futebol do clube ainda é pautado pelo paternalismo, em detrimento da meritocracia, cobrança e dedicação integral.

Infelizmente, a direção atual ainda não conseguiu romper com práticas nocivas do passado, como a insistência com certos profissionais que não possuem condições de ocupar os cargos nos quais trabalham.

Isso serve tanto para o profissional como para a base.

O que a diretoria pensa para o futebol do Flamengo no futuro?

Será que na visão dos dirigentes, basta inundar o departamento de dinheiro que as coisas se resolverão sozinhas? Basta estrutura e dinheiro que os resultados virão a galope?

Não creio que as coisas se dêem assim.

Quando se olha hoje para o futebol do clube, existe algum investimento em jovens rubro-negros, com perfil de liderança, estudiosos, ambiciosos, que possam em alguns anos assumir funções importantes dentro do departamento?

Um jovem com grande potencial para dirigir o time já poderia ser auxiliar-técnico, visando ao futuro do clube.

Poderia aproveitar as lições de um técnico experiente como o Reinaldo Rueda.

Mas não há nenhum jovem na função. Há, sim, o Jayme de Almeida.

Mas o que se pode esperar do Jayme de Almeida em termos de aprendizado? Ele é um estudioso? Vai a Congressos na Alemanha, Itália, Espanha ou Inglaterra? Está atualizado quanto ao que de mais moderno se pratica mundo afora?

Só para esclarecer: eu não tenho fixação com verborragia pretensamente moderna, não. Tem muita coisa aí sendo dita como o último biscoito do pacote, mas que já era aplicada há anos. Mudam apenas os conceitos, as definições.

Agora, há, de fato, uma realidade a qual não se pode perder de vista. O futebol mudou e o elemento tático ganha contornos de preponderância. O papel do treinador tem recebido maior relevo nos últimos anos.

O Flamengo pensa em desenvolver técnicos na sua escola? Ou vai viver de buscar medalhões? Mesmo que viva, daqui para a frente, apenas contando com técnicos renomados, não seria sensato investir em alguém para, numa eventualidade, exercer o cargo à altura da tarefa?

O mesmo vale para os cargos de preparador físico, de goleiros, estatística, gerente e diretor.

Este, o de diretor, tem importância particular: eu acho que no dia em que o clube e o Rodrigo Caetano acharem que é melhor cada um seguir seu rumo, é capaz do vice-presidente e do CEO não saberem sequer onde fica a chave para abrir o portão do Ninho do Urubu.

Não seria sensato ter alguém para acompanhar os trabalhos que envolvem o cargo de diretor de futebol?

Quantos bons diretores há disponíveis?

É mão-de-obra escassa.

Enfim, são apenas ideias.


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Por fim, um recado: presidente Eduardo Bandeira de Mello, tenho o maior respeito pelo senhor. Falo com toda a sinceridade. Cobro, xingo, reclamo e apoio, porque, assim como os mais de quarenta milhões, sou torcedor do Clube de Regatas do Flamengo, o maior clube do mundo.

O senhor me permita, por favor, dar-lhe uma sugestão: saia da vice-presidência de futebol.

Vá cuidar das tarefas institucionais, e que já são muitas, que envolvem a função de presidente.

Deixe a vice-presidência para alguém que possua outro perfil, que não se aproxime tanto dos profissionais, que saiba manter a distância necessária que envolve uma relação de comando.

Porque o vice-presidente, e em última escala o presidente, tem o dever precípuo, não de se meter em filigranas afeitas ao dia dia e à tecnicidade dos profissionais, mas sim de cobrar as metas que são estabelecidas. Definir, avaliar, cobrar, exigir explicações, diagnósticos e soluções. Determinar mudanças de rumo. Contratar, demitir, advertir, tudo isso é função de quem comanda.

Quem comanda não pode ter "protegidos", sobretudo quando a tal proteção tem por finalidade confrontar o torcedor.

O senhor é um grande rubro-negro, apaixonado pelo Flamengo, e merece elogios pelo ótimo trabalho administrativo.

Por que se desgastar, se expor, numa função para a qual talvez seja mais recomendado outro tipo de perfil?

Mas a decisão é sua.


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Que os dias de glória estejam a caminho do nosso tão amado Flamengo.

Temos dois títulos a disputar este ano. A nossa camisa, o Manto Sagrado, há de pairar altaneira nas decisões que se avizinham.

Preparem os corações, amigos, pois fortes e felizes emoções nos aguardam.

Com muita humildade, raça, fé e amor.







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Abraços e Saudações Rubro-Negras.

Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.