sábado, 26 de agosto de 2017

Efeito Rueda



Nada como uma classificação para uma final de competição nacional em cima de um rival com direito a um drible épico para mudar o astral do clube e da torcida. Quarta-feira foi um daqueles dias em que tudo dá certo. Diego resumiu a noite declarando que é por momentos como esse que ele trabalha e é por isso que escolheu o Flamengo.

E eu diria que é por noites como essa que escolhi ser Flamengo e amar tanto esse clube, esse time, essa Nação. Quando há esse tipo de simbiose entre time e torcida somos invencíveis e quase sempre o Maracanã se apresenta como palco desses espetáculos.

É evidente que a chegada do Rueda mexeu com o grupo. Aquele time com cara de derrotado, que se entregava no primeiro momento de dificuldade durante o jogo foi substituído por um time aguerrido, mais disciplinado taticamente e com lampejos de bom futebol.

Por incrível que pareça, nesse primeiro momento o Rueda não fez nada de brilhante. Apenas concertou deficiências que muitos torcedores e pessoas da imprensa especializada já identificavam.

Juan e Cuellar assumiram as posições de Vaz e Marcio Araújo. Os volantes e laterais foram melhor posicionados dentro de campo, Diego deixou de voltar tanto para jogar mais a frente, próximo ao Guerrero e a base passou a ser mais utilizada.

Soma-se isso a empolgação da torcida e aquele esforço a mais que todo grupo demonstra após a chegada de um novo comandante e temos novamente um time competitivo brigando por títulos. Ainda é cedo para traçar diagnósticos e falar em resultados, mas podemos sair de uma temporada que tinha tudo para ser um vexame para uma temporada digna com pelo menos dois títulos no ano.

Não tenho dúvidas que o Rueda e sua comissão técnica são competentes, mas gostaria de destacar o trabalho do CEP FLA, que muniu o nosso novo treinador com um dossiê mais do que completo de cada jogador do elenco, facilitando o entendimento correto da capacidade deste grupo e agilizando etapas importantes na preparação do time para esta semifinal.

E teve comentarista esportivo falando “Será que o Rueda vai chegar sabendo da importância do Everton para o time”, entre outras baboseiras que tivemos que ouvir por causa do preconceito de muitos com o técnico estrangeiro. No final das contas, não importa a nacionalidade do treinador e sim a sua competência. Mais um mito foi derrubado pelo mais querido.

Amanhã teremos mais uma rodada do Brasileirão, mas confesso que após a derrota para o Vitória em casa, perdi completamente o tesão pela competição este ano. Brigar por G4 ou G6 não me empolga e hoje tenho muito mais interesse em saber o que vai acontecer na Sulamericana e Primeira Liga, competições, que além da Copa do Brasil, ainda temos chances de título.

Dito isso, a vitória amanhã será fundamental, pois afastamos um concorrente direto e nos consolidamos no pelotão de frente. É jogo para conquistarmos os três pontos, independente de quem esteja jogando.

Encerro a coluna com um dos últimos cânticos criados pela Nação mais legais dos últimos tempos:

Em dezembro de 81
Botou os ingleses na roda
3 A 0 no Liverpool
Ficou marcado na história
E no Rio não tem outro igual
Só o Flamengo é campeão mundial
E agora seu povo...
Pede o Mundo de novo!

Da-lhe da-lhe da-lhe Mengoo
Pra cima deles Flamengoo
Da-lhe da-lhe da-lhe Mengoo
Pra cima deles Flamengoo