segunda-feira, 17 de julho de 2017

Reprise

Salve, Buteco! Ontem, no Mineirão, tivemos mais um empate do Mais Querido, líder no quesito neste campeonato brasileiro. Como em uma reprise insistente, o time teve impressionantes 63% de posse de bola (chegou a ter 68%), porém somente uma finalização perigosa na única jogada de gol construída por troca de passes, que terminou com Everton finalizando e a bola cruzando a meta de Fábio. O goleiro cruzeirense, por sinal, tomou um gol, mas não foi exigido e deixou o gramado sem praticar uma só defesa durante os 90 minutos. O toque de bola inefetivo e cruzamentos a esmo para a grande área foram, ao lado de alguns contra-taques do Cruzeiro, a tônica dos primeiros 45 minutos. Os espaços surgiram na segunda etapa, quando os mandantes tentaram tomar a iniciativa da partida logo no início, criando oportunidades reais de gol e fazendo Thiago, que já havia feito ótima defesa com os pés no primeiro tempo, salvar o até então 0x0. Pouco depois Rodinei encontrou Everton bem posicionado no segundo pau e cruzou de forma perfeita para o Flamengo abrir o placar. Contudo, em clamorosa falha da dupla de zaga, Sassá recebeu livre passando pelo meio dos dois, ultrapassando por trás o desatento Réver, sob o olhar omisso de Rafael Vaz, e empatou a partida.

No restante do segundo tempo o Flamengo só chegou em uma conclusão de média distância de Diego. Zé Ricardo substituiu Everton Ribeiro por Geuvânio, Cuéllar por Mancuello e Diego por Berrío e o time tomou novamente conta do meio campo, praticamente não dando chances para o Cruzeiro contra-atacar. Geuvânio jogou centralizado e Berrío foi para a ponta direita. Novamente com muito mais volume de jogo, o Flamengo continuou inefetivo, sem conseguir levar perigo real à meta e Fábio. Se a atuação coletiva foi burocrática, as atuações individuais também não ajudaram. Acredito que apenas Thiago e Everton, que vem sendo o melhor do time e está em grande fase, salvaram-se dentro da mediocridade ofensiva. Na defesa, manteve-se o bom padrão. 

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A reprise também se faz presente no desempenho do time no campeonato, revivendo 2016. Por enquanto não acredito que a vaga no G4 esteja ameaçada, mas em compensação não antevejo a mínima condição do Flamengo disputar o título. Como já frisei na segunda-feira passada, não se trata do Corinthians cair de rendimento ou não, mas do futebol que o Flamengo vem apresentando, bem como seu desempenho nos chamados "jogos grandes", contra os adversários que almejam o time ou o G4. O desempenho desde 2016 nesse quesito é bastante fraco. São poucos os jogos vencidos e muitos os empatados e perdidos. No atual campeonato, a distância para o Corinthians não diminuiu e o Mais Querido agora ocupa a quarta posição, podendo ser ultrapassado pelo Sport de Vanderlei Luxemburgo, a depender do resultado no confronto contra o Botafogo no Engenhão, nesta segunda-feira à noite.

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Quarta-feira o Mais Querido receberá o Palmeiras na Ilha do Urubu e, claro, terá mais uma oportunidade para vencer um adversário que disputa o G4, depois de tantas outras perdidas - Atlético/MG, Sport, Grêmio e Cruzeiro. Na sequência enfrentará o Coritiba, o Santos (volta da Copa do Brasil) e o esperado confronto contra o Corinthians no Itaquerão. As chances, como sempre, estarão postas, mas a tendência do time, pelo desempenho até o momento, não é disparar, mas manter-se no bolo. Nada mais se pode esperar de Zé Ricardo, que vem mantendo o mesmo padrão desde que assumiu, sem melhorar ou piorar o jogo coletivo e o desempenho do time. 

Nessa toada, o Mais Querido caminha a passos largos para mais uma campanha segura, com enormes chances de se classificar novamente de forma direta para a Libertadores, porém longe de sequer disputar o título, muito embora o maior aspirante e líder, no momento, se comparado em nível de peças, tenha um elenco do nível do Flamengo/2015, não chegando perto do nosso elenco atual. Por isso mesmo, é justo questionar se, com o elenco, estrutura e condições financeiras que possui, o time não deveria estar fazendo mais. Embora a minha resposta a essa indagação seja afirmativa, acredito que a Diretoria conta sem maiores angústias com a possibilidade real do ano terminar como 2016. Pode-se dizer o mesmo do próprio treinador Zé Ricardo, que ontem na coletiva aludiu placidamente à "pressão de ser campeão", como se o problema não lhe dissesse respeito. É fácil perceber que com a maneira pela qual ele treina o Flamengo dificilmente alcançaremos os títulos mais importantes. São apenas seis triunfos em onze jogos. Quando o Flamengo de Zé Ricardo entra em campo, o desfecho mais provável não é a vitória.

De minha parte, triste com um Flamengo cuja falta de ímpeto desmerece o peso da camisa e a história do clube, esforçarei-me para não escrever reprises a cada segunda-feira.

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A palavra, como sempre, está com vocês para que comentem a respeito do jogo e o difícil embate de quarta-feira contra o Palmeiras na Ilha.

Bom dia e SRN a tod@s.