Salve, Buteco! Faltando menos de um mês para a estreia na Libertadores, o Mais Querido fecha sua primeira semana de clássicos da temporada 2017 com duas vitórias contra as equipes reservas de Grêmio (Primeira Liga) e Botafogo (Taça Guanabara). Na quarta-feira, no Mané Garrincha, a competição pareceu não despertar grande ambição em ambas as equipes e o Flamengo venceu administrando a partida, jogando com maior intensidade no primeiro tempo. Presente no estádio, achei que o time apresentou um padrão de jogo semelhante ao de 2016, excessivos cruzamentos na área. A boa notícia é que há potencial para desenvolver a articulação de jogadas, como prova o gol marcado por Everton. Porém, ainda falta muito para se chegar à esperada regularidade no quesito.
Ontem, no Engenhão, mais do mesmo, só que em um contexto de disputa acirrada pela rivalidade. O time novamente começou bem nos minutos iniciais e depois paulatinamente perdeu o ritmo. O Botafogo, apesar de jogar com a equipe reserva, encarou a partida como uma decisão. Apesar do erro absurdo da arbitragem no gol de empate vira-latas, o Flamengo, que novamente me pareceu melhor na primeira etapa do que na segunda, não apresentou compactação (parecia "espaçado") e talvez por isso não conseguiu, principalmente no segundo tempo, criar situações de gol, tendo sofrido perigosos contra-ataques, além de uma surpreendente pressão que quase nos tomou a vitória no final da partida. Everton foi o destaque individual, mas apenas no primeiro tempo. Diego foi mais constante na partida inteira em um time que pecou no jogo coletivo. Estranhamente o Flamengo é um time que tem alto índice de acerto de passes, mas não cria na mesma proporção.
É possível que o desgaste físico tenha apresentado sua primeira fatura. Como venho ressaltando em vários posts, o calendário neste início de ano é apertado e as seleções brasileiras principal e sub-20 atrapalharam a preparação para a Libertadores, inclusive encurtando o período de treinos na pré-temporada. Além disso, houve o amistoso em Goiânia e tudo isso deixou a impressão de que o time teve menos tempo para treinar do que deveria. Como em seguida houve uma sequência ininterrupta de jogos as quartas-feiras e finais de semana, é inevitável concluir que o time titular sentiu a sequência.
Além disso, a postura tática do Botafogo, guardadas as devidas proporções entre as equipes, lembrou-me a do Vila Nova/GO no primeiro jogo do ano - marcação cerrada pressionando a posse de bola do Flamengo, seguida de contra-ataques fulminantes explorando os espaços cedidos por nossos laterais. Parece ser um estilo de jogo contra o qual o time tem dificuldades e provavelmente se deparará na Libertadores, competição que se caracteriza por ser disputada por equipes muito aguerridas. A dificuldade ontem se evidenciou pela frequência com que a saída de bola se deu por via de chutões para o campo do Botafogo.
Por todos esses motivos, talvez o cenário exija a rodagem do elenco, com a utilização de reservas, inclusive os que retornam agora da Seleção Sub-20, e que o time titular, além de se recuperar fisicamente, tenha mais tempo para treinamentos e, consequentemente, aprimoramento da parte tática. Muito embora as sequências de jogos e as situações de jogo que propicia sejam importantíssimas para o acerto de um time, o ideal é que sejam intercaladas com períodos de treinamento.
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O momento exige priorização e o Flamengo atualmente disputa duas competições: o Campeonato Estadual, no qual já está classificado para as semifinais da Taça Guanabara, mas que inevitavelmente gerará pressão no calendário sobre a Libertadores, e a Primeira Liga, cuja fase decisiva e eliminatória começa em agosto, "atropelando" competições mais importantes como a Copa do Brasil, a Libertadores e o segundo turno do Campeonato Brasileiro.
A palavra está com vocês para dizerem se dariam prioridade a alguma dessas duas competições, inclusive que time escalariam na quarta-feira, em Brasília, contra o América/MG, pela Primeira Liga, e domingo, contra o Madureira, pela Taça Guanabara.
Bom dia e SRN a tod@s.
