sábado, 21 de janeiro de 2017

Está tudo errado! Será?!




Dez dias de preparação e um primeiro amistoso. Muitos reclamaram durante a semana, depois de um treinamento fechado, diga-se de passagem, que não teríamos mudanças de um ano para o outro. De acordo com um setorista, com base em informação "confiável", o time havia formado no primeiro coletivo com o mesmo time que encerrou a temporada, com o mesmo esquema e os mesmos jogadores. Inclusive os perseguidos Marcinho e Gabriel. A surpresa, no entanto, ficou com a entrada do Mancuello no lugar do baiano.

Pela direita? Não exatamente. O argentino pode ter formado por ali quando o árbitro deu início à partida, apareceu por ali na primeira chance do Flamengo na partida, mas se movimentou bastante pelo ataque. Não apenas ele. O time inteiro rodou bastante, Diego vem atrás buscar jogo, Arão aparece para concluir jogadas. Muita diferença para o esquema muitas vezes engessado com pontas burros pelos lados. Um velho problema, entretanto, se repete. Falta profundidade, falta efetividade no ataque. Na primeira metade do primeiro tempo, essa movimentação aconteceu mas não há penetração, não há ninguém para ultrapassar as linhas de marcação. Temos o arco mas falta a flecha. Nosso artilheiro do ano passado, Guerrero, não é propriamente um centroavante matador. E aí toma cruzamento na área...

Há outra questão a ser trabalhada: quando o time sobe para atacar, a dupla de zaga não acompanha. Se a bola é perdida e a transição defensiva não é tão veloz, forma-se um buraco entre meio e defesa e o contra-ataque adversário pode ser perigosíssimo. O gol do Vila Nova aconteceu num erro de cobertura. Márcio Araújo saiu para a direita e deixou o espaço na entrada da área onde o Wallyson, sozinho, acertou um remate de plena felicidade no ângulo do Muralha.

Para a segunda etapa, um onze completamente novo. Mais testes. Gabriel fazendo a função do Diego. Pelos lados, um corredor e um armador, com lados trocados em relação ao primeiro tempo. Cirino, quem sabe prestes a sair, pela direita e Adryan na esquerda. Os reservas entraram com muito mais disposição, em especial o Rodinei que pode estar querendo recuperar a posição, e empatamos com o Damião. O gás durou algo em torno de vinte e cinco, trinta minutos. Sofremos o segundo gol, mais uma belíssima finalização do Wallyson e, ato contínuo, Zé Ricardo fez uma substituição para experimentar um novo esquema. Saiu o volante Ronaldo, entrou o meia-atacante Cafu. Não funcionou.

É ruim começar o ano com derrota? É péssimo. Torcedor, que já está com pouca paciência, tem a certeza de que está tudo errado. Eu, particularmente, quero um time pronto no dia 8 de março. Nem faria amistosos assim. Carioqueta, pra mim, é pré-temporada. Mas, claro, "isso é um lixo, joga tudo fora e começa de novo..."

Fotos: Gilvan de Souza