sábado, 1 de outubro de 2016

Ainda não foi dessa vez...



Era a chance que queríamos de, mesmo que de forma temporária, assumir a liderança e colocar uma pressão em cima do Palmeiras que joga apenas na segunda-feira. O adversário, tradicionalmente difícil, está pressionado por fazer péssima campanha e flertar com a zona do rebaixamento. No entanto, jogava em casa e nossa torcida ainda pagava aquela punição esdrúxula inventada pelo STJD.


O São Paulo começou melhor a partida, muito pelo fato de jogar em casa e com o apoio da torcida, mas logo o Flamengo fez valer sua superioridade técnica. Durante o primeiro tempo, tivemos quase 60% de posse da bola mas fomos pouco incisivos. Diego estava bem marcado e os jogadores de lado de campo não estavam nada inspirados. Assim, Guerrero lutava sozinho no comando do ataque contra dois zagueiros. Rodrigo Caio, que falou muito durante a semana que pararia o peruano, levou sempre vantagem. Quando forçava em cima do Lugano, ex-jogador em atividade, conseguia alguma coisa. No fim das contas, ambos os goleiros tiveram pouquíssimo trabalho e os times ameaçaram apenas em jogadas de bola parada.

Na volta do intervalo, percebeu-se uma mudança de atitude da equipe paulista. Seus volantes Wesley e Thiago Mendes passaram a participar mais da armação das jogadas e a chegar na intermediária rubro-negra. Sofremos vinte minutos de pressão mas, mais uma vez, o tricolor não conseguiu criar oportunidades claras para abrir o placar. Zé Ricardo demorou a reagir. Na primeira mudança, aos 21 minutos, optou por não mexer na estrutura da equipe, trocando Gabriel por Fernandinho. O mesmo ocorreu aos 26. Cansado de tanto brigar sozinho na frente, Guerrero saiu para dar lugar a Leandro Damião. Por sua vez, Ricardo Gomes tirou um dos volantes para colocar Michel Bastos.

O time melhorou um pouco com as substituições, mais pelo aspecto físico talvez. A primeira boa chance do Flamengo foi apenas aos 30 minutos com um chute cruzado do Jorge depois de jogada de ultrapassagem do Fernandinho. Damião quase marcou de cabeça pouco depois mas o goleiro Dênis pegou a bola “pelo rabo”. Na última alteração, aos 34 minutos, enfim uma tentativa, com o Alan Patrick no lugar do Éverton, de dar mais qualidade de passe no meio de campo. Alan, no entanto, se limitou a ficar preso na ponta direita e não acrescentou nada. Pra não dizer que o São Paulo não assustou, o Muralha fez o seu milagre tradicional quando defendeu uma finalização no um contra um do argentino Chavez após falha patética da dupla de zagueiros.

No final, o empate não era o resultado ideal mas, apesar da má posição do adversário na tabela de classificação, é sempre difícil jogar no Morumbi. Nas minhas simulações, o empate estava dentro das contas. Ruim foram as vitórias de Atlético e Santos que se aproximaram na tabela. De qualquer forma, não custa nada secar o Porco na segunda.


Preocupa, entretanto, a flagrante queda de rendimento físico do elenco como um todo nas últimas semanas. Parece que, finalmente, a conta pelas constantes viagens, tanto como mandante quanto como visitante, está começando a ser cobrada. Na quarta-feira, foi vergonhoso ver alguns jogadores se arrastando em campo nos minutos finais da eliminação para o Palestino. Hoje e na rodada passada, contra o Cruzeiro, não vimos aquela intensidade que tem sido característica marcante desse time depois da mudança de treinador. Nesse ponto, sair da Copa Sul-Americana pode ter seu lado positivo. Serão apenas duas rodadas de meio de semana pelo Brasileiro até o fim do ano e teremos mais tempo para recuperar e treinar os atletas.

Ainda estamos na briga!